Eleições de Vila Velha em 1935
Durante o mandato de Freitas Lima, foi comemorado o Quarto Centenário da Colonização do Solo Espírito-santense em 23 de maio de 1935. Segundo José Anchieta de Setúbal, no livro Ecos de Vila Velha, a data foi comemorada com uma grande festa. Foi encenada a chegada de Vasco Fernandes Coutinho à Prainha e realizada uma exibição da esquadrilha do Exército, cujos cinco aviões fizeram acrobacias sincronizadas. Segundo Setúbal, quem deu um show à parte foi um piloto Melo Maluco, que “desligava o motor em pleno ar e descia de ponta-cabeça, em parafuso, deixando para acionar o motor quando já se encontrava perto do solo, dando a impressão de que não conseguiria o seu intento. Fazia coisas inimagináveis”.
Freitas Lima construiu escolas e deu especial atenção ao serviço de saúde pública. Combateu a formiga saúva e fez a manutenção das estradas de Vila Velha-Vitória e Vila Velha-Barra do Jucu-Ponta da Fruta.
Com a promulgação da Constituição do Estado do Espírito Santo em 1935, o Art. 11 estabeleceu que a eleição para prefeito e vereadores seria realizada em 15 de dezembro de 1935. A posse deveria ser em fevereiro de 1936 com a duração do mandato até julho de 1939.
Sob a presidência de Eugênio Pacheco de Queiroz, o Partido Social Democrático (PSD) lançou Francisco Almeida Freitas Lima para prefeito; indicando para a chapa vereadores os seguintes nomes: Eugênio Pacheco Queiroz, Manoel Luiz Vellozo, José de Azevedo Vereza, Alfredo Correa Lima, Ernani Souza e Saturnino Rangel Mauro.
O concorrente de Freitas Lima foi Olinto Couto Aguirre, que lançou sua candidatura pelo Partido Construtor e teve como candidatos à Câmara Themistocles Coutinho Carneiro, Manoel Adolpho Barcellos, Miguel Manoel de Aguiar, Manoel Nunes Leão, Thelmo Corrêa da Silva, Dalmácio Pereira, Manoel Barcellos Neto e Luiz Lourenço Marques.
Em 1º de fevereiro de 1936, Freitas Lima tomou posse como prefeito eleito pelo voto popular. A Câmara ficou composta pelos vereadores Eugênio Pacheco Queiroz, Alberto de Queiroz, José de Azevedo Vereza, Álvaro Teixeira da Silva, Thelmo Correa da Silva, Saturnino Rangel Mauro, Francisco Paulo Bandeira Chagas e Themistocles Carneiro.
Mas, naquele mesmo ano Freitas Lima entrou em conflito com a Câmara Municipal. Segundo Roberto Abreu Brochado, um dos motivos do atrito foi a licitação para a compra de um caminhão. Forçado a renunciar, Freitas Lima foi substituído em 1936 por José Azevedo Vereza, e este entregou o poder em 1937 ao vice-prefeito Manoel Gonçalves Carneiro. Freitas Lima veio a falecer em 30 de julho de 1937.
Em 1937, Eugênio Pacheco de Queiroz assumiu seu segundo mandato, que foi até 1943. Sua principal preocupação foi de caráter urbanístico: corrigiu o traçado das ruas Municipal (que ganhou o nome de Antônio Athayde) e Luiza Grinalda, eliminando as ruas Sacramento e Padre Carneiro. Além disso, Eugênio Queiroz modernizou o jardim da Praça da Bandeira (em frente à Igreja do Rosário), construiu o jardim da Praça Otávio Araújo, colocou meio-fio nas ruas do centro, incentivou os moradores a fazerem calçadas em frente às suas casas e mudou o nome da Praça Vasco Coutinho para Duque de Caxias. Finalmente, conseguiu apoio do 3º Batalhão de Caçadores (atual 38º Batalhão de Infantaria) para proteger a fábrica Garoto durante o “quebra-quebra” que ocorreu após o início da Segunda Guerra Mundial, em que o Brasil estava contra a Alemanha. Como se sabe, a fábrica Garoto pertencia a uma família alemã.
Em 31 de dezembro de 1943, o Município voltou a ser anexado à capital pelo Decreto Estadual nº 15.177, com a denominação de Espírito Santo de Vitória, juntamente com o distrito de Argolas. O distrito da Barra do Jucu passou a pertencer a Jabaeté (antigo nome de Viana).
Livro: História política e econômica de Vila Velha
Coordenação e texto final Antonio de Pádua Gurgel, 2010
Compilação: Walter de Aguiar Filho,outubro/2011
Através do Decreto Estadual n 1.102, o município do Espírito Santo (Vila Velha) foi extinto em 2 de abril de 1931 e incorporado como distrito ao município de Vitória
Ver Artigo23 de maio de 1935 é considerada a data do Quarto Centenário da Colonização do Solo Espírito-santense. Por que não Quarto Centenário de Vila Velha, se foi aqui que tudo começou?
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