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Antônio Francisco Athayde – Por Seu Dedê

Doutor Antônio Athayde - Praça da Matriz

Doutor Antônio Francisco de Athayde foi prefeito de Vila Velha no período de 1918 a 1921. Seu interesse por Vila Velha veio desde das últimas décadas de 1800, quando previu o desenvolvimento da futura cidade.

Exercendo o cargo de Inspetor de Obras no Governo da Província, construiu, em 1886, uma ponte sobre o Rio da Costa (Ponte Velha, esquina da Rua 15 de Novembro com a Rua América do Sul). Com a construção da ponte a travessia se tornou possível, facilitando o acesso dos moradores ao mar durante a maré alta, período em que o mangue ficava alagado.

O projeto da atual urbanização do centro de Vila Velha foi levantado e executado por ele em 1894, conforme planta cadastral existente em diversos arquivos.

Ocupando o cargo de Diretor de Obras Públicas no governo do Dr. Aristeu Borges de Aguiar em 1930, construiu a segunda ponte em concreto armado suportando a passagem de veículos pesados de até 20 toneladas (bonde) sobre o leito do Rio da Costa. A ponte, construída, veio a ser conhecida pelos antigos como “Ponte Nova”. A Ponte Nova foi demolida durante a enchente de 1960 e ficava na Avenida Champagnat, em frente ao atual Mc Donald.

Preocupado com as péssimas condições da estrada que ligava Vitória a Vila Velha, Dr. Antonio Athayde propôs sua retificação, justificando: "Esta estrada liga a Capital do Estado pela ponte Florentino Avidos à cidade mais próxima, que é a antiga cidade do Espírito Santo (Vila Velha) situada em local onde pode expandir-se indefinidamente numa planície muito saudável e extraordinariamente favorável ao estabelecimento de uma grande cidade”.

Ainda neste ano de 1930 concluiu a retificação de toda a estrada encurtando a distância em 1300 metros.

Conseguiu autorização para a construção da ponte sobre o Rio Marinho e o aumento da capacidade da caixa d’água de Inhoá.

Como Diretor de Obras no Governo Jerônimo Monteiro, em 1910, executou os serviços de água, luz e esgoto em Pedra d’ Água.

Canalizou a água para Vila Velha abastecendo toda a região de Argolas e São Torquato.

Adaptou as dependências da Hospedaria dos Imigrantes (atual Penitenciária), para receber a 7ª Companhia de Caçadores Isolada.

Aproveitou a antiga Estrada Presidente Moscoso para projetar a linha de bondes para Vila Velha, justificando: "A construção da referida estrada à tração elétrica, cujo melhoramento de incontestável utilidade pública para o desenvolvimento para a bela cidade do Espírito Santo (Vila Velha), torna-se pelo seu excelente clima e atraente panorama, um subúrbio merecedor de consideração dos poderes público".

"Baseado na legitima aspiração de mais de 25 anos d'aquele povo, V. Excia. identificou-se com ele na realização desse empreendimento que faz parte também do programa da administração de V. Excia, que é abrir novas vias de comunicação".

Doutor Athayde adquiriu algumas áreas do município; entre elas a do Bairro Gloria e o terreno, no Aribiri, que recebeu seu nome. Ali foi adquirida, pelo Estado, uma porção de terra onde foi construída uma área pública de lazer, com muita diversão para crianças, conhecida como "Bosque". Nos anos 50, o Governo do Estado a loteou para venda aos funcionários, porém, ela foi invadida. E como era a época do contestado do ES com MG, o novo bairro recebeu o nome de Contestado.

Como prefeito de Vila Velha no período de 1918 a 1921, demonstrando o grande administrador que era e o carinho que dedicava ao povo do seu município, ocupou-se com o saneamento público: limpou e retificou o Canal do Encerica, que era tido como o maior foco de mosquitos anofelinos do município; providenciou o recolhimento de lixo domiciliar; instituiu local próprio para comercialização do pescado. Na urbanização, desapropriou e demoliu casas construídas fora do alinhamento; executou serviços de paisagismo e melhorou a iluminação da nova avenida por ele aberta na orla da Prainha. Entre outros melhoramentos, contamos ainda com a construção do Cemitério de Cobi e inauguração de luz elétrica em Argolas.

Importante também foi a organização do Arquivo Municipal para a guarda dos documentos da cidade. "Como presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, foi orador oficial nas festividades do IV Centenário da Colonização do Solo Espírito-santense no dia 23 de maio de 1953" (Jair Santos).

 

Nota: O autor era carinhosamente conhecido por Seu Dedê


Fonte: Memória do Menino... e de sua Vila Velha – Casa da Memória Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha-ES, 2014.
Autor: Edward Athayde D’ Alcântara
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2020

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