Sorriso – Por Hermógenes Lima Fonseca
Era ainda cedo quando resolvi viajar. A minha vizinha estava dormindo e sorriso apareceu me festejando, balançando o rabo, e entrou no carro. Fechei a porta, levantei os vidros e parti em rumo desconhecido para a dona do Sorriso.
Sorriso fedia como o diabo, aliás, segundo algumas pessoas, o diabo fede a enxofre ou a chifre queimado. As pulgas se alvoroçaram, ele se coçava e vinha o banco para frente me perturbando dirigir. Assim não dava, com tanta pulga e tanto fedor. Mas eu tinha que levá-lo.
Mal chequei em casa, tirei a roupa, vesti o calção e me joguei no rio com Sorriso, dando-lhe um esfregão com sabonete. Bicho parece que nunca tinha tomado banho!
Saiu correndo e foi enxugar-se na areia, rolando pra cá e pra lá. Neocid, porém, resolveu o caso.
Não sei o nome que tinha antes. Sorriso e Risada foi o nome que logo lhe deram, porque ele tem os dentes inferiores salientes, e assim ficou conhecido por todo o mundo.
Malu, que estava usando um aparelho para acertar os dentes, prometeu que depois cederia para o Sorriso. Não é que ela me mandou de Buenos Aires, onde tirou o aparelho! Experimentei na boca de Sorriso mas não deu e, por falta de dentista especialista em ortodontia canina, abandonei a idéia de acertar os dentes de Sorriso.
Sorriso revelou-se o maior paquerador da paróquia. Levava dois ou três dias na farra. Não sei se conseguia alguma coisa na disputa do cio de jovens cadelas.
Mas no verão ele se tornou especialista em visitar as barracas armadas no camping, e penetrava para cheirar as campistas dormindo despreocupadamente o mulherio se alvoroçou, os maridos idem, e pediram ao gerente do camping pena de morte para Sorriso.
Cachorro sem vergonha! Se tu continuar com essa sem-vergonhice de ir cheirar as mulheres nas barracas do camping, eu deixo te matar a pau!
Fonte: Revista Você – UFES – Ano I Nº 9, março, 1993 (Coluna Curubitos)
Autor: Hermógenes Lima Fonseca
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2015
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