Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu
Presépio, manjedoura, representação do nascimento de Cristo. Lembra visitas de reis e pastores, povo e um deus-homem. Herodes e uma estrela guia.
No Presépio há uma história de vida familiar, de solidariedade de grandes e pequenos, de arbitrariedade e tirania. Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista. Por isso, nas representações do estábulo de Belém, que se organizam em dezembro, há junto com a Santa Família: pontes, patos, peixes, lagos, rodas, vida e vidas. Há morros e planícies, igrejas e fiéis, seres celestes junto com humanos, toda uma miniatura do universo.
Presépio lembra ainda Natal, reuniões festivas, cantos, magia nos presentes infantis, luzes nos frontispícios e no interior das casas, nas árvores, nos topos dos morros e nos reflexos das águas. Reflexos das águas que contornam o maciço da ilha de Vitória.
Natal, fantasia das árvores, quando o verde desaparece num pirilampear de cores...
Presépio, lembra Vitória noturna com cintilantes pontes, ruas, faróis e casa ou diurna, com exibições de sua rochosa topografia, prolongação da Serra do Mar no Atlântico, num abraço que proporciona a construção de casas amontoadas nas encostas, de escadarias que lembram o sonho de Jacó, num barraco moderno, de ladeira quase a tocar as nuvens, de avenidas no contorno dos oiteiros e da beira-mar.
A multiplicidade de linhas e cores dão à cidade beleza e harmonia. Deixam, diante dos olhos do observador, um mágico e alegre encanto da vida que ali palpita nas variedades social, filosófica, política e religiosa. E isso faz da ilha uma outra Belém, tão atrativa como a da Estrela Guia.
Na oscilação dia-noite, a paisagem, na vulcânica e prodigiosa ilha, é grandiosa.
Quando desperta
Alvorada vitoriosa. Vitória.
Vitória de luzes.
O astro rei penetra na rubra cabeleira
E a lua,
Acompanhada da Estrela d’ Alva
Sorri palidamente.
(Eterno retorno
No redil celeste)
No lusco-fusco da manhã,
A curvilínea ponte
Engaste de luz insular-continental
Acelera a vida.
As excelsas luzes se mesclam à da Escelsa.
O ouro grita nos contornos da ilha.
O luxo pisca pelas desvalidas
Vertentes
Pelos ventos
Afligidas
Sobrepujança de cores
Fere a alma.
Escritos de Vitória – Uma publicação da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Vitória-ES, 1997
Prefeito Municipal: Paulo Hartung
Vice-Prefeita Municipal: Luzia Alves Toledo
Secretária Municipal de Cultura: Cláudia Cabral
Sub-secretária Municipal de Cultura: Verônica Gomes
Diretor do Departamento de Cultura: Joca Simonetti
Adm da Biblioteca de Adelpho Poli Monjardim: Lígia Maria Mello Nagato
Bibliotecárias: Elizete Terezinha Caser Rocha, Lourdes Badke Ferreira
Conselho Editorial: Álvaro José Silva, José Valporto Tatagiba, Maria Helena Hees Alves, Renato Pacheco
Revisão: Gilson Soares
Capa: Ângela Cristina Xavier
Editoração: FCAA
Impressão: Gráfica ITA
Fonte: Escritos de Vitória, nº 18 – Cidade Presépio, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – PMV, 1997
Texto: Ester Abreu Vieira de Oliveira
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2018
Ester Abreu Vieira de Oliveira,
Nascida em Muqui (ES)
Cidadã vitoriense em 1995.
Professora e escritora, membro da Academia Espírito-Santense de Letras, doutora em Letras Neolatinas: Língua Espanhola e Literatura Hispânicas (UFRJ).
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