Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Ponta da Fruta

Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Festejos do dia de sua inauguração, anos 40 - Ponta da Fruta, ES

No passado, essa aldeia estava ligada à da Barra do Jucu pela orla marítima e depois por uma trilha que varava pastos, mata de restinga, pequenas lagoas, areias e trechos alagadiços onde vicejava rica variedade de árvores frutíferas nativas como, cajueiros, jambeiros, goiabeiras, araçazeiros, pés de araçaúna e outras. Sabe-se que desde os primóridos da colonização conquistadores, nativos, aventureiros e viajantes demandavam à região do Rio de Janeiro por essas vias naturais. Foram esses primeiros transeuntes que se referiram ao lugar como sendo a "ponta da fruta".

Nessa época o povoado do extremo sul do município de Vila Velha não passava de uma aldeia de pescadores onde a reduzida população, além de dedicar-se à pesca, base da alimentação, dedicava-se também ao cultivo da terra plantando milho, mandioca, banana, cana-de-açúcar, etc., trabalho exercido também por mulheres e jovens. E assim viveu durante quase três séculos.

Também sobre a Ponta da Fruta, assim referiu-se Oliveira [1817:180]:

A estrada geral segue sempre pela borda do mar, e duas léguas distante fica a Ponta da Fruta, pequena povoação também de pescadores, e pouco adiante o Ribeiro-Doce, que divide pelo sul a Vila do Espírito Santo da de Guarapari. Tem 6 engenhos de açúcar, denominados Calheiras, Ilha do Óleo, Jeuna, Arassatibu, dito, e Jacaroaba, 4 engenhocas, Ponta da Fruta, Jacarassú, Camboapina, e Ribeiro-Doce. Em 1817 teve 33 batizados, 26 óbitos e 14 casamentos.

Em 1960, aproximadamente, o vilarejo já era circundado por algumas propriedade que se dedicavam à pecuária, cujos serviços de estábulos e vaquejadas, eram exercidos pelos filhos mais velhos dos nativos da região. A Ponta da Fruta é hoje um dos principais balneários do estado do Espírito Santo e revela excelente potencial turístico a ser trabalhado.

Capela

No início da década de 40, quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Muncial fazendo parte das tropas aliadas que lutavam contra a Alemanha e a Itália, o sentimento de nacionalidade fez nascer no país uma agressividade contra cidadãos alemães e italianos. Morava, então , no centro de Vila Velha, ao lado da igreja do Rosário, Augusto Italiano, solteirão, católico e estimado prestador de serviços à comunidade, especialmente aqueles que exigissem o uso do seu velho caminhão.

Sabe-se que ao tomar conhecimento dos clamores do quebra-quebra que atingiam imigrantes alemães e italianos, correu para os amigos de sua confiança pedindo proteção. Por se tratar de um estrangeiro bom, inofensivo, pobre e muito trabalhador, um dos companheiros sugeriu que se abrigasse no distante arrabalde de Ponta da Fruta. Foi o que fez Augusto levando consigo a sua mãe, já com câncer. Em seu favor, Augusto fez promessa à Nossa Senhora de construir uma bonita capela onde todos pudesse orar. Consta que, mesmo com o falecimento da genitora, o italiano cumpriu a promessa.

 

Fonte: Vila Velha - Onde começou o Estado do Espírito Santo, 1999
Autor: Jair Santos
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2000



GALERIA:

📷
📷


Bairros e Ruas

Praia do Canto, seu crescimento - Por Sandra Aguiar

Praia do Canto, seu crescimento - Por Sandra Aguiar

Dezenas de casas especializadas no prato típico do estado, a moqueca, surgiram na últimas três décadas

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Primeiros moradores do Farol de Santa Luzia

Os primeiros moradores da região do Farol de Santa Luzia, na Praia da Costa, Vila Velha, foram...

Ver Artigo
Arrabaldes de Vitória - Os 10 mais frequentados por Eurípedes Queiroz do Valle

Primitivamente a expressão significava o habitante desse arrabalde. Passou depois a significar os que nascessem em Vitória. Hoje é dado a todo espírito-santense

Ver Artigo
Centro de Vitória

Palco de batalhas ferrenhas contra corsários invasores, espaço para peladas de futebol da garotada, de footings de sábados e domingos, praças, ladeiras e ruas antigas curtas e apertadas, espremidas contra os morros — assim é o Centro de Vitória

Ver Artigo
Cercadinho – Por Edward Athayde D’Alcântara

Ao arredor, encosta do Morro Jaburuna (morro da caixa d’água), ficava o Cercadinho

Ver Artigo
Avenida Jerônimo Monteiro (ex-rua da Alfândega)

Atualmente, é a principal artéria central de Vitória. Chamou-se, antes, Rua da Alfândega, sendo que, em 1872, passou a denominar-se Rua Conde D'Eu

Ver Artigo