A República e o esforço pela expansão do ensino
No Brasil, como no Espírito Santo, houve, na fase republicana, possibilidade do acesso da população à escolarização primária, ao contrário do que acontecia no período colonial e no imperial.
O processo de urbanização e de industrialização oferecia condições para o aparecimento de operários e funcionários que necessitavam dominar certos conhecimentos. Daí a necessidade de se abrir escolas destinadas a essa população. Existia também, entre os republicanos, o ideal da educação como forma de ascensão social do povo e da promoção do desenvolvimento da nação.
O cenário da educação mostrava um quadro de professores inabilitados para o magistério, faltando equipamentos e edifícios decentes para o funcionamento de escolas, remuneração adequada aos educadores, estímulo dos pais em colocarem seus filhos para estudar e ainda fiscalização dos estabelecimentos de ensino.
Em suas mensagens às Assembléias, os governadores relatavam as dificuldades em melhorar a educação, e faziam propostas de como melhorar a instrução. A necessidade de professores habilitados levou-os a investir nas escolas de formação, como a Escola Normal, e a possibilitar a abertura de outros estabelecimentos particulares de ensino normal, como o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora (Colégio do Carmo), na capital, e de colégios no interior do Estado.
Além da formação de professores, preocuparam-se com a construção e as reformas de escolas em todo o Estado. Procuraram melhorar as condições materiais, equipando essas escolas com mobiliário e material de apoio pedagógico. Por estar o ensino defasado, implantaram reformas educacionais como a efetuada pelo educador paulista Gomes Cardim, que foi convidado pelo governador Jerônimo Monteiro com essa finalidade.
No que diz respeito ao ensino primário, houve um acentuado aumento quantitativo do número de escolas e de matrículas. Além da possibilidade da matrícula, foram implementadas ações para garantir a freqüência dos estudante, reduzindo-se assim o elevado índice de evasão escolar que ocorria até então. Passou-se a fiscalizar a obrigatoriedade do ensino, além de se alterar o horário de aulas e o período de férias dos estudantes das zonas rurais, para garantir a permanência desses alunos em sala de aula.
Para auxiliar as crianças mais pobres na garantia de seu acesso à instrução, incentivou-se a criação das caixas escolares, que arrecadaram fundos para a compra de alimentos, uniformes e material escolar. Foram feitos também esforços junto aos governos municipais para que apoiassem a educação, conseguindo-se que muitas escolas fossem abertas com recursos dos cofres dos municípios. Apoiou-se a abertura de escolas particulares, através de subvenção.
Essas atitudes em conjunto possibilitaram um crescimento muito grande da escolarização entre crianças de 7 aos 12 anos.
Os dados na tabela, ao final do texto, dão uma visão do resultado desse trabalho.
Quanto ao ensino secundário e superior, não se obteve grandes avanços. Somente as famílias mais abastadas tinham condição de enviar seus filhos para cursar escolas superiores nas outras cidades.
Ano N° de escolas Matrícula Freqüência
1908 124 3.672 2.967
1911 190 6.204 4.826
1920 289 12.828 8.974
1925 455 22.448 15.802
1929 1.001 49.313 37.642
Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 18/11/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes e Sebastião Pimentel
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016
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