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Loren Reno, educador

Loren Reno

Loren Reno veio da outra América como missionário batista para a evangelização do Brasil. Aqui trabalhando, fez-se também educador emérito, e é nesta qualidade que iremos focalizá-lo.

Difíceis, delicados e complexos problemas sociais enfrentou para realizar sua obra de missionários batista, pregador do Evangelho de Cristo. Precisava equacioná-los e solucioná-los.

A primeira tarefa era instruir os simpatizantes, os novos crentes e seus filhos. A pregação do Evangelho era feita pela leitura e entendimento da Bíblia. Foi notável e extraordinária a dedicação de Loren Reno e sua esposa Dona Alice, instruindo e educando os interessados no Evangelho. Testemunhas relatam as viagens de Loren Reno pelo interior do Espírito Santo, penetrando até as fronteiras com Minas Gerais e longas e perigosas caminhadas a cavalo. Essa foi a primeira atividade de Loren Reno como educador. Era, em pessoa, um seminário para leigos e pastores. As vocações ministeriais tinham nele o educador paciente e hábil.

Um segundo motivo veio renovar em Loren Reno a qualidade de educador. Foi o clima desfavorável de constrangimento que os primeiros crentes sofriam em Vitória.

Não há exagero em dizer que havia declarada intolerância religiosa em nosso meio. Era preciso vencê-la. Loren Reno lançou mão da escola para isso.

Loren Reno anunciou métodos americanos para a Escola Primária. Convém assinalar que, antes de surgir a famosa Cartilha de Paulo, de Gomes Cardim, que substituiu o método ba-bá, já Loren Reno usava novos métodos, e o prórpio Gomes Cardim tomou conhecimento disso aqui, em Vitória.

O Colégio Americano não teve esse nome por ser dirigido por um norte-americano, mas por usar os métodos americanos de ensino. Dona Alice havia sido professora primária nos Estados Unidos e, com Loren Reno, preparou professores e criou a escola que logo conquistou a simpatia do povo e venceu, com respeito, aquela intolerância religiosa que tanto oprimia os primeiros crentes.

Muitas eram as famílias católicas que confiavam a eles a educação de seus filhos. Criou uma rede de escolas anexas às igrejas e, para elas, preparava professores em nossa ilha.

O pensamento e o coração de Loren Reno porém, continuavam a ser a evangelização do Brasil. Evangelizar era sua paixão. Mas a escola se tornou o principal instrumento de seu trabalho. Planejou cosntruir uma igreja e colégio na rua General Osório. mandou fazer as plantas, foi aos Estados Unidos onde teve entendimentos pessoais com Rockefeler, que também era batista.

Lutou e teve maus dias de compreensão. O governo alterou o traçado da rua, os planos foram modificados. Transferiu a construção do colégio para o morro do Moscoso, onde também teve lutas jurídicas para a compra do terreno. A construção foi embargada. Venceu e inaugurou o prédio em 1934.

Quando de sua morte, em março de 1935, aos 63 anos, em agitado dia de carnaval, a cidade interrompeu os festejos e, emocionada, rendeu as mais justas homenagens a Loren Reno.

 

Mais sobre Loren Reno:

Loren Marion Reno (New Castle, Pensilvânia, 17 de junho de 1872 — Vitória, 4 de março de 1935) foi um missionário da Igreja Batista, bacharel em pedagogia, ciências, teologia. Organizou a missão Batista em todo o Estado do Espírito Santo e fundou o primeiro Colégio Americano Batista de Vitória, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Espírito Santo.

Em 1902, Loren Reno casa com Alice May Wymer, nome de solteira, passando a se chamar Alice Wymer Reno. Juntos com sua primeira filha Margarida Fralick Reno, em 06 de Agosto de 1904 o casal missionário da Igreja Batista chega ao Brasil, na cidade de Vitória (Espírito Santo).

 

Fonte: Trecho de discurso proferido no dia 6 de outubro de 1964, escrito no livro Montanhas de Vitória e Outros Escritos, 1985
Autor: Alberto Stange Junior

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