Com a República, pontes, estradas, indústria e comércio
Na foto, o autor Álvaro Conde retrata uma época de mudanças e prosperidade. O bonde a burro da tela logo ia sair do mapa da cidade, que entrava nos trilhos do progresso.
O Espírito Santo prosperou no período republicano. A principal causa foi a produção do café, cuja exportação permitiu recursos para serem aplicados em obras públicas que marcaram época, como estradas, ferrovias, portos, pontes e usinas hidrelétricas. E a iniciativa privada cuidou de montar um comércio ativo e indústrias como a Usina Paineiras.
A necessidade de melhorar o ensino levou à criação da Escola Normal. Os governos de Jerônimo Monteiro e Florentino Avidos ficaram na História do Espírito Santo como momentos de prosperidade raramente igualados.
A campanha republicana começou a crescer no Brasil partir da segunda metade do século XIX. Seu movimento lentamente se espalhou por todas as províncias do País, sobretudo no Rio de Janeiro, capital do Império, São Paulo e Rio Grande do Sul. Minas Gerais e Pernambuco desempenharam papel secundário.
A propaganda republicana recebeu impulso em 1870, quando foi fundado o Clube Republicano, a 3 de dezembro, em São Paulo. Na fundação, o clube lançou um manifesto pró-república. Em 1873, cresceu ainda mais, quando os paulistas fizeram na cidade de Itu uma convenção onde traçaram normas para o Primeiro Congresso do Partido Republicano de São Paulo. A partir daí, o movimento republicano começou a expressar-se com ações mais organizadas.
No Espírito Santo, como nas demais províncias do Império, o movimento republicano foi pequeno. Em 23 de maio de 1887, foi fundado o primeiro clube republicano do Espírito Santo, que tinha à frente Coelho Lisboa, Afonso Cláudio, Bernardo Horta de Araújo, Antônio Gomes de Aguirre, Guilherme Schwartz, Sizenando de Matos Bourguignon e Joaquim Pires de Amorim.
No dia 16 de setembro de 1889, aconteceu o Primeiro Congresso Republicano Provincial do Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapemirim, apenas dois meses antes da Proclamação da República. A ação capixaba ficou restrita à criação de clubes e à presença dos republicanos nos periódicos locais.
Outras cidades no Espírito Santo tiveram clubes republicanos: São José do Calçado, Alegre, Anchieta, Vitória, São Mateus, Alfredo Chaves, Vila de Itapemirim, Itabapoana, Conceição do Muqui, Rio Pardo, Castelo. Nessas localidades, circulavam jornais que difundiam a propaganda republicana.
Cachoeirano, de Cachoeiro de ltapemirim, e a Tribuna, de Benevente (Anchieta), se destacaram pela freqüência e agressividade que dedicavam à causa.
Porém, para a implantação da república seria decisivo o desgaste das bases que davam sustentação ao regime monárquico.
Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 18/11/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes e Sebastião Pimentel
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016
No final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO desenvolvimento comercial do Espírito Santo na Primeira República está ligado à produção do café
Ver ArtigoFoi um período de grandes realizações governamentais, graças ao dinheiro arrecadado com a circulação de mercadorias, pois o comércio prosperou e se especializou, e com a exportação do café
Ver ArtigoA Usina de Açúcar de Paineiras tinha a tecnologia mais avançada do País. Em Vitória, foi implantada uma fábrica de tecidos, em Jucutuquara
Ver ArtigoFoi principalmente graças à expansão da lavoura cafeeira e à necessidade de escoamento da produção que se impôs a utilização de tropas de burro para o transporte de café
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