Anchieta - Símbolo da fé no Brasil
O município de Anchieta foi onde o beato José de Anchieta deu seus primeiros passos no Espírito Santo.
A cidade começou como uma aldeia indígena da tribo Reritiba, fundada pelo então padre Anchieta, em 1561.
Além do trabalho de catequização dos índios, também foi em Anchieta, para onde o padre se mudou definitivamente em 1587, que ele produziu grande parte de sua obra literária e dramática, sendo considerado o pioneiro na literatura nacional.
Nascido em 1534, em La Laguna de Tenerife, nas Ilhas Canárias, José de Anchieta estudou na Universidade de Coimbra e veio ao Brasil em 1553, para auxiliar a Companhia de Jesus, em São Paulo.
Lá, o padre dedicou-se à alfabetização dos filhos dos colonos e dos índios, sendo o primeiro professor brasileiro. Desde então, começou a estudar a língua indígena, chegando a escrever uma gramática e um vocabulário tupi.
Em 1589, foi nomeado superior da Província do Espírito Santo, onde ficou até sua morte, em 1597. Antes disso, percorreu o litoral capixaba, catequizando os índios. Em junho de 1980, o padre foi beatificado pelo papa João Paulo II, por causa de vários milagres atribuídos a ele. Hoje, um grupo luta pela canonização.
Todos os anos, andarilhos percorrem os 105 quilômetros entre os municípios de Vitória, Vila Velha, Guarapari e Anchieta, pelo litoral, refazendo o caminho que o beato percorreu no Estado. A maioria deles se une no evento organizado pela Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta (Abapa).
O beato se tornou símbolo da catequese no Brasil e referência por suas contribuições literárias, inclusive com poesias e obras teatrais, que usava nas pregações aos nativos, tendo produzido também um dicionário de tupi/guarani.
Com a expulsão da Companhia de Jesus das terras portuguesas em 1759, a aldeia de Reritiba se tornou a Vila Nova de Benevente.
O local cresceu a partir da chegada dos italianos, pelo porto de Benevente, entre os anos de 1874 e 1895. Além do município de Anchieta, a vila também deu origem aos municípios Alfredo Chaves, Piúma e Iconha.
Rio na história da imigração
O rio Benevente foi caminho de entrada para as primeiras colônias de italianos que chegavam ao sul do Estado. Buscando terras para plantio e fugindo do ataque de índios, eles subiam o rio para se fixarem nos vales mais altos, onde hoje está Alfredo Chaves.
A colonização do município de Alfredo Chaves começou no século XIX por portugueses, quando Dom Pedro II doou ao guarda de honra da corte, o português Augusto José Álvares e Silva, 500 alqueires de terra.
De acordo com registros históricos da Prefeitura de Anchieta, quando o português morreu, a mulher dele doou parte das terras para os escravos que não tinham moradia, e a área passou a ser chamada de “Povoado de Nossa Senhora da Assumpção”. Mais tarde, com a chegada dos jesuítas a Benevente (atual Anchieta), passou a ser chamado de “Povoação de Nossa Senhora da Conceição”.
Os italianos chegaram em1877. Eles subiam o rio em canoas até o povoado de Alto Benevente. Alguns europeus, com medo do ataque dos índios, continuaram subindo o rio, para se instalarem em uma área mais elevada, batizada de Vila de Todos os Santos.
Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios de Guarapari, Rio Benevente e Rio Novo 09/09/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Flávia Martins
Diagramação: Carlos Marciel Pinheir
Edição de fotografia: Sérgio Venturin
Autor: Gleberson Nascimento
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016
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