Boate Papagaio
No dia 5 de abril de 1979, a noite capixaba mudou. Em meio à efervescência da Era Disco, a boate Papagaio chegava a Vitória. Se estivesse em atividade, o espaço estaria completando 30 anos em 2009. A abertura da franquia da casa carioca comandada pelo empresário Ricardo Amaral modificou os hábitos noturnos dos jovens da Capital.
Os sócios daqui (Carlos Evandro Monjardim, o Charles; Maurício Tristão, o Bombom; e Márcio Espíndula) trouxeram o know-how que incluía mão-de-obra paulista e carioca para a construção, projeto do arquiteto Gerard Paris, e treinamento profissional para os atendentes. Era a primeira danceteria de Vitória. “A Papagaio apareceu em uma época de boom das discotecas no Brasil. Mas antes, aqui não tinha nada”, recorda Rodrigo Espíndula, discotecário da extinta danceteria.
Naquele tempo, final dos anos 70, a vida noturna em Vitória engatinhava e Rodrigo, com 22 anos, passou então a freqüentar a casa. “Foi um divisor de águas na noite da cidade e para mim, já que aprendi a ser discotecário lá”, conta Rodrigo, que sabe o endereço de cor até hoje: Avenida Nossa Senhora da Penha, 1.297 (lugar onde funciona atualmente o São Firmino Botequim).
Eram noites memoráveis que reuniam cerca de 1,5 mil pessoas, entre jovens da sociedade capixaba e colunáveis como Hélio Dórea e Danuza Leão. As festas temáticas também faziam sucesso – de desfiles de moda, com a presença de Monique Evans e Ísis de Oliveira, a concursos de beleza (como o Glamour Girls e o College Girls), passando pela batalha “Beatles versus Rolling Stones”.
“Foi a boate da minha adolescência”, revela o radialista Fábio Pirajá, que tinha 14 anos no período de funcionamento da danceteria. Segundo Fábio, para quem gosta de música, a fase é inesquecível. “Marcou muito porque não tinha outra danceteria. O que acontecia mais na cidade eram bailes. A Papagaio foi a pioneira”, acrescenta.
No melhor clima de “Embalos de Sábado à Noite”, a trilha sonora da noite passava por Rapper’s Delight, George Benson, Love Unlimited, Donna Summer, Anita Ward e Doobie Brothers. Tudo muito dançante. “A trilha sonora era bem atualizada, até porque os donos tinham morado nos Estados Unidos e compravam muitos discos”, conta o DJ Luís Cláudio Casado, que também era freqüentador das matinês da Papagaio.
O empresário Toninho Miura, 51, chegou a ser sócio cotista da danceteria. “Eu tinha um cartão da casa. Foi a melhor época da minha vida. Era um lugar sadio, com segurança, alegre e espaçoso”, lembra Miura, que tinha 22 anos em 79.
A boate durou de 1979 a dezembro de 80, sendo substituída pela Black Horse, que teve um fim trágico em março de 1983, quando um incêndio destruiu a construção.
Fonte: A Gazeta (4/04/2009)
Por: Tatiana Wuo
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