Colonização Polonesa no ES
Com a construção da ponte sobre o Rio Doce, em Colatina, no norte do Estado, iniciada no Governo Florentino, ainda não totalmente concluída no Governo Aristeu, porém já possibilitando o tráfego provisório, fez-se a ligação com uma grande parte do território capixaba praticamente inexplorada. Tornava-se urgente desbravá-la e utilizá-la em benefício do desenvolvimento espírito-santense e, para isso, necessitava-se povoá-la. Diante dessa nova realidade, uma das soluções encontradas pelo Governo Estadual foi fomentar a imigração. Dentre as possibilidades imigratórias, optou-se pela estrangeira em detrimento da nacional, sendo o norte capixaba propagandeado na longínqua Polônia, pela Companhia Colonizadora de Varsóvia, a qual, em 1928, celebrou um contrato com o Governo do Estado para trazer imigrantes poloneses para o Espírito Santo.
O imigrante europeu, desde o período imperial, frequentou o imaginário de parte da elite nacional como o melhor recurso para o progresso brasileiro. Na opinião dessa elite, brancos, trabalhadores, cultos, civilizados, estes seriam a redenção nacional, contra uma maioria esmagadora da população de mulatos, pretos, indolentes e analfabetos. Aristeu, mais uma vez, exemplifica a nossa afirmativa:
“[...] Nada concorrerá talvez mais para o progresso de nosso Estado, do que a introducção do braço estrangeiro, braço sadio e educado, que nos traga de seu paiz de origem não só o tirocinio do trabalho senão a vitalidade de raças vigorosas. Temos com que compensar fartamente o sacrificio do immigrante.[...]”
A revista Vida Capichaba caminha na mesma direção, tecendo loas aos poloneses e aprovando a escolha feita pelo executivo estadual. É evidente como os imigrantes europeus deixavam boa impressão entre os contemporâneos, como podemos verificar na edição de 22 de maio de 1930, onde estão estampadas duas fotografias com os respectivos dizeres: A foto 04 nos mostra uma moça, de uma página contendo duas fotos de polonesas jovens e bonitas e tem os seguintes dizeres: “- duas jovens polonesas, apanhadas entre as que vieram com as 25 famílias da Quarta leva de immigrantes para o Estado, demonstrando o aspecto sadio e jovial dessa gente, que vem collaborar no nosso progresso.” A foto 05 possui os seguintes dizeres: “- grupos de colonos polacos, cujo aspecto é o melhor depoimento a favor do acertado critério do Governo, preferindo essa imigração às outras, apanhados nesta capital, antes de seu embarque para o valle do Rio Doce.”
Autor: Flávio Calmon Wanick
Fonte: Aristeu Borges de Aguiar, Um Presidente Atropelado pela História - A política e a economia capixabas durante os anos 1928 a 1930
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2011
GALERIA:
As 10 nacionalidades com as 10 Famílias mais destacadas
Ver ArtigoO mascate libanês esteve presente em todo o território capixaba.Muitos deles chegaram a tornar-se grandes comerciantes, industriais e empresários
Ver ArtigoOutro fato que merece destaque, é que não vieram para Iconha somente imigrantes portugueses e italianos, os africanos também estiveram nessa região
Ver ArtigoA classe operária não tinha perspectivas de melhoria se continuasse a viver na Itália. Sabe-se que diversas famílias que colonizaram Venda Nova (Falqueto, Caliman e Zandonadi). A vinda para a América os fascinava.
Ver ArtigoCom a construção da ponte sobre o Rio Doce, em Colatina, uma das soluções encontradas pelo Governo Estadual foi fomentar a imigração para povoar aquela região
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