Descoberta de relíquias em Vila Velha
A descoberta de um documento antigo do Vaticano comprovou a existência de restos mortais de dois santos na Igreja do Rosário, localizada na Prainha, em Vila Velha.
O pergaminho foi encontrado por um fiel no lixo, durante a reforma do local em 1990, e só agora chegou às mãos da Igreja. Pequenos fragmentos dos ossos de São Liberato e São Colombo estavam na chamada Pedra d'Ara, que fica no altar.
Segundo o pesquisador Jair Santos, que fez a descoberta, o documento, em latim medieval, possui os selos e símbolos do cartório eclesial do Vaticano e data de 1771.
"Isso é fonte primária da história da Igreja no mundo, que está sendo contada agora, aqui em Vila Velha. O documento também ajuda a comprovar a data em que esta igreja foi elevada a paróquia", disse.
Ele contou que era costume da Igreja Católica dar a Pedra d'Ara com relíquias, fragmentos de ossos ou roupas de santos e mártires, sempre que uma igreja se tornava paróquia.
"No caso do Brasil, a pedra vinha de Portugal vazia, junto com o donatário, e depois o Vaticano enviava as relíquias e o documento. Estudos apontam que a Igreja do Rosário, construída em 1565, virou paróquia em 1750, e esse documento comprova isso", disse.
O fiel que encontrou o documento o guardou em sua casa por mais de 10 anos. No último mês de junho, ele leu o livro "A Igrejinha do Rosário e a presença de Vasco Fernandes Coutinho", escrito por Jair, contando a história do local, e se deu conta da importância do pergaminho.
Foram mais de três horas para abrir a pedra e comprovar a existência de pequenos fragmentos. Eles foram analisados na Clínica Radiológica Santa Ana, que comprovou que se tratam de ossos.
"Isso não altera nada. Todo altar tem relíquias. O importante é que o documento confirma o ano possível do decreto da paróquia, que queríamos descobrir. Ainda estamos finalizando estes estudos", contou o frei Ladir Antoniazzi, responsável pela Igreja.
O resultado das pesquisas será apresentado ao público no dia 7 de outubro de 2005, dia de Nossa Senhora do Rosário.
A assessoria de comunicação da Arquidiocese de Vitória informou que a descoberta não foi comunicada oficialmente, mas confirmou que a prática de presentear as novas paróquias com pedra e relíquias era comum.
Fonte: Jornal A Tribuna - 19/08/2005
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2012
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