Dr. Luiz Buaiz na Provedoria da Santa Casa
A gestão de Luiz Buaiz na Santa Casa de Misericórdia foi apenas uma de muitas realizações bem-sucedidas. Ele conseguiu envolver todos os médicos e funcionários e colocar em prática um sistema de trabalho dinâmico, atendendo ricos e pobres com igualdade. Médicos que com ele atuaram naquela época pontuam como foi aquele período de três gestões consecutivas.
Noé Silva, clínico geral, diz que acompanhou de perto todos os trabalhos desenvolvidos por Luiz Buaiz. “Lá ele demonstrou toda sua capacidade administrativa. Pegou o lugar em uma situação difícil, de penúria, e em poucos anos recuperou totalmente a Santa Casa, inclusive reabriu algumas enfermarias que estavam fechadas e deu condições de trabalho para todos. Foi maravilhoso”.
Noé conta ainda que, depois dessa experiência, trabalharia com Luiz Buaiz no Hospital das Clínicas e na Secretaria de Estado de Saúde. “Ele sempre teve um gênio brincalhão, mas ao mesmo tempo era sério. Era um chefe ímpar, tenho saudades. Uma das decisões mais acertadas que ele tomou foi assumir a Santa Casa por amor ao lugar, e depois recuperá-la totalmente”.
Para o nefrologista Michel Assbú, quando Luiz Buaiz assumiu a Provedoria, a Santa Casa “era quase um depósito de doentes, que ele modernizou e equipou”.
Shariff Moisés, que em 1984 foi chamado por Dr. Luiz para assumir o Serviço de Cirurgia Cardíaca na Santa Casa, não pensa diferente. Ele conta que, quando deixou o cargo, a Santa Casa já estava operando dois doentes por dia, e tudo como decorrência da gestão de Buaiz.
A Santa Casa de Vitória – a segunda do Brasil – começou funcionando em frente ao Palácio Anchieta, no lugar que foi, durante décadas, o Palácio Legislativo. Quando Luiz Buaiz assumiu a Provedoria, pela primeira vez ela já estava, havia muito, no prédio na Vila Rubim. E o que os seus colegas de profissão ressaltam é que, com ele lá, todos os pacientes eram bem atendidos e todos os médicos encontravam abrigo. O lugar transformou-se em referência.
Luiz Buaiz fala assim: “O grande centro médico era a Santa Casa. A Santa Casa sempre teve vocação pra ser hospital de ensino. Porque começava tudo ali. Serviço de tuberculose foi lá. De câncer, de radioterapia também. Tudo começava em torno da Santa Casa. Lá não havia limite para atender, ninguém deixava de ser atendido”.
E continua: “Eu me lembro de Carlos Teixeira chefiando a Enfermaria de Urologia. Até as pessoas que tinham recursos iam pra lá. Então, ele coletava algum recurso pra conseguir sangue e poder operar os doentes carentes. Tudo isso o médico fazia sem interesse pessoal nenhum. Não tem um médico daquela geração que acabou rico pela Medicina. E hoje o sujeito está de carro importado em seis meses. Então o que houve? Substituíram o homem pela máquina, então mudou a Medicina”.
São muitos os exemplos de bons profissionais do passado, diz ele, acrescentando: “Eu me lembro de Arthur de Carvalho Meirelles, na Santa Casa, atendendo 40, 50 pessoas toda manhã. A troco de filantropia. Então era amor, era caridade. Tudo isso desapareceu”.
PRODUÇÃO
Copyright by © Luiz Buaiz – 2012
Coordenação do Projeto: Angela Buaiz
Captação de Recursos: ABZ Projetos
Texto e Edição: Sandra Medeiros
Colaboraram nas entrevistas:
Leonardo Quarto
Angela Buaiz
Ruth Vieira Gabriel
Revisão: Herbert Farias
Projeto e Edição Gráfica: Sandra Medeiros
Editoração Eletrônica: Rafael Teixeira e Sandra Medeiros
Digitalização: Shan Med
Tratamento de Imagens: TrioStudio; Shan Med
Fonte: Luiz Buaiz, biografia de um homem incomum – Vitória, ES – 2012
Autora: Sandra Medeiros
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2020
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