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Espírito Santo – Folclore e Artesanato

As paneleiras

Reis o ano inteiro

O Espírito Santo é rico em manifestações folclóricas, que sobrevivem sozinhas há séculos sem intromissão oficial. O folclorista Hermógenes Lima Fonseca acentua que o Estado possui folclore de origem afro, bíblica e européia. O reisado, ligado ao ciclo natalino, simboliza o nascimento de Cristo. Ao lado da festa de São Benedito, o reisado é um dos eventos mais divulgados no Estado, onde a mesma festa leva outros nomes. Em Alegre e Muqui, é folia de reis. No Norte, são os reis de bois, que fazem parte do calendário da cultura popular entre 6 de janeiro e 3 de fevereiro. Aos sábados, os reis de bois "brincam" nas casas dos moradores.

Outra manifestação de origem bíblica e que aparece às vésperas do Natal e do Ano Novo são as pastorinhas. Elas vestem saia xadrez, blusa branca e chapéu de palha. São acompanhadas por bandolins.

De origem afro, sobrevivem no Estado o jongo, mais de vinte bandas de congo e o ticumbi, um auto litúrgico profano que vem do século V. Segundo Hermógenes, este ano foram criados mais dois grupos de ticumbi em Itaúnas, no município de Conceição da Barra.

 

As outras manifestações folclóricas existentes no Estado são as cantigas de roda, de origem ibérica, que são cultivadas em escolas e subúrbios; e as quadrilhas que animam as festas juninas. São de origem francesa, do século passado.

Artesanato

Símbolos da terra

Panelas e conchas, criações ligadas ao mar

As panelas de barro e as conchas são os principais tipos de artesanatos produzidos no Espírito Santo. O mais tradicional, as panelas de barro, chegam a ser o símbolo da culinária capixaba. A fabricação é totalmente artesanal, usando técnicas trazidas pelos escravos há mais de 400 anos. As paneleiras mantêm a sua produção no Bairro de Goiabeiras Velha, em Vitória. Depois que é moldada em barro, a panela passa por um processo de queima, em fogo de lenha. Depois, as panelas recebem pintura de tanino, retirado das cascas de madeira do mangue. A tradição é tão forte, que a moqueca, para ser de fato capixaba, tem que ser preparada na panela de barro. Caso contrário, não é moqueca.

Conchas

O artesanato em conchas é produzido em Piúma. Calcula-se que seja a segunda maior fonte de receita daquele município. Mais de 70% da população sobrevivem da produção de bibelôs, sandálias, colares e os mais variados objetos decorativos. Mais de 80% do artesanato em conchas do Brasil são produzidos em Piúma.

Existem também outros tipos de artesanatos que não são tão típicos. As rendas, por exemplo, são produzidas com algodão fiado pelas próprias rendeiras, ou com linhas industrializadas, normalmente usadas para costura. As rendeiras, no geral, ainda conservam seu instrumental tradicional: os piques, bilros e almofadas. A produção é feita em Guarapari e em Meaípe, principalmente.

No interior do Estado, existem vários tipos de artesanatos, como de madeira, bambu e taquara. Os índios guaranis também utilizam, esse tipo de material para a confecção artesanal de cestos de vários tamanhos, chocalhos, arco e flexa, entre outros. Os guaranis, confinados nas reservas de Aracruz, sobrevivem da venda desses artesanatos...

 

Fonte: Os Capixabas, A Gazeta 14/12/1992
Pesquisa e textos: Abmir Aljeus, Geraldo Hasse e Linda Kogure
Fotos: Valter Monteiro, Tadeu Bianconi e Arquivo AG
Concepção gráfica: Sebastião Vargas
Ilustração: Pater
Edição: Geraldo Hasse e Orlando Eller
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2016

Folclore e Lendas Capixabas

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