Paneleiras
Goiabeiras e paneleiras não é apenas uma rima, é muito mais. As duas se moldam e se fundem. Sem Goiabeiras não há paneleira e vice-versa. São essas mulheres humildes, que se encarregam de preservar essa tradição secular, herdada dos indígenas, e que hoje é, sem dúvida, o mais importante manifestação cultural capixaba.
É também a fonte de renda de mais uma centena de pessoas, que diariamente se concentram no galpão de Associação das Paneleiras de Goiabeiras, criada em 15 de março de 1987, e nos quintais de muitas moradias; dali tiram seu sustento e o sustento dos filhos. Não é muito, mas em épocas boas o faturamento mensal pode chegar a R$ 500,00.
A panela de barro pode ser feita com diversas técnicas de cerâmica. No Espírito Santo a cerâmica de Goiabeiras se destaca em função da persistência de sua técnica de confecção, por ser utilitária e pelo uso de matérias-primas naturais.
A produção artesanal da cerâmica popular de Goiabeiras foi contínua porque sempre foi utilitária. Algumas modificações de aspecto funcional, como a colocação de alças nas laterais das panelas, detalhe raramente encontrado na cerâmica indígena, deve ter isso a solução encontrada pelas paneleiras para o uso das panelas de barro em fogões e posteriormente para o uso em mesas.
As panelas de barro de Goiabeiras são feitas utilizando diversos elementos naturais e artificiais e procedimentos técnicos específicos. A argila é extraída de um barreiro do Vale do Mulembá, no bairro Joana D’Arc, em Vitória. Essa argila foi formada pela decomposição de rochas gnáissicas misturadas, com argilitos, micas e outros elementos.
Fonte: Goiabeiras – Coleção Elmo Elton, 2000
Autor: Nilo de Mingo Jr.
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2012
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