Estórias de Boêmios - Por Hélio de Oliveira Santos
Este livro não tem pretensões literárias. São simples relatos de casos vividos por boêmios d’aqui e d’algures. De forma, que aviso logo, de antemão ao Dr. Austregésilo de Athaíde, presidente da Academia Brasileira de Letras, que não me convide para concorrer a uma cadeira na referida Academia, pois recusarei energicamente. Por dois motivos:
- O primeiro é que terei que vestir aquele fardão, que pesa, ou parece pesar, uns quarenta quilos, (e mais uns 20 quilos de suor) e que com aqueles floreados todos e chapéu de plumas, mais parece farda de porteiro de “Boite” nos tempos do Império. . .
- O segundo motivo é o seguinte: é que terei que fazer um DISCURSO! E como vocês sabem, uma das coisas mais horrorosas da vida é ter de fazer discursos, e ter de ouvi-los, especialmente durante banquetes, quando todo mundo quer mesmo comer e beber. .
Falando em discurso leiam este caso e vocês me darão razão.
“– Nos tempos da perseguição aos Cristãos, o Imperador Calígula, condenou um cristão a ser devorado na arena do Coliseu, por um leão. No dia aprazado, o anfiteatro do Coliseu estava repleto! Após as primeiras lutas travadas entre os gladiadores, chegou o momento culminante: o cristão ser devorado pelo leão! Amarraram-no num poste no meio da arena, e o Imperador mandou soltar a fera. O bicho estava há uns três dias sem comer, faminto. O leão foi se dirigindo em direção ao pobre cristão, e quando já se agachava para dar o bote final, o cristão falou-lhe umas palavras! Ao ouvir essas palavras, o leão levantou-se e colocando o rabo entre as pernas voltou, como um raio, para dentro de sua jaula, apavorado!
Foi um espanto geral. Inclusive o Imperador que também ficara estupefato com esse caso insólito, mandou chamar o cristão a sua presença e falou-lhe:
- “Cristão, prometo perdoá-lo, e deixá-lo em liberdade se me disseres o que falastes ao leão para ele ter ficado tão apavorado?”.
Aí o cristão respondeu-lhe:
- “Majestade, eu disse-lhe somente o seguinte: - Senhor Leão, o Senhor vai banquetear-se com o meu corpo, mas fique logo sabendo que após me devorar, vai ter que fazer um DISCURSO!”.
Tinha ou não razão, o leão para ficar tão apavorado? De formas que, não me convidem para entrar em qualquer tipo de Academia, seja lá qual for, de Letras, de Judô ou também de Academias conhecedoras de Wisky, vinhos ou outras parecenças. . .
Fonte: “ESTÓRIAS DE BOÊMIOS E OUTRAS ESTÓRIAS”
Autor: Hélio de Oliveira Santos – 1978
Na capa está escrito - Preço do exemplar: Cr $ 0,00 (Já incluídos os Juros e Correção Monetária)
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