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Festa da Penha – Por Edward Athayde D’Alcântara

Festa da Penha nos tempos do Seu Dedê, anos 40

A festa era esperada com alegria e ansiedade pelo povo canela-verde. Nem mesmo a deficiência de hospedaria na cidade impedia os romeiros de visitar a padroeira. Sempre tinha onde ficar. Uns ficavam na casa de parentes e outros na de amigos ou conhecidos. O crescimento da população neste dia, com a chegada de novos moradores, sempre deixava os canelas-verdes na expectativa de reencontrar velhos amigos. Era um prazer revê-los e colocar em dia as notícias e os acontecimentos vividos por eles.

A dificuldade de transporte enfrentada pela visita era grande; o romeiro vinha de todos os municípios vizinhos a cavalo ou pau de arara, e os moradores de Vitória em lancha e bonde; de São Mateus e de Campos dos Goitacás do Rio, os romeiros chegavam embarcados, aportando no Cais da Prainha. Todos sabiam que seriam bem-vindos e se sentiriam na casa da Mãe Protetora.

As mocinhas aproveitavam a festa para exibirem seu vestido e sapatos novos. Este item indispensável porque os jovens sempre estavam a fim de um flerte e quem sabe, de um novo amor?

A dispersão do povo residente em Vitória ou ao longo da linha de bondes ia até a madrugada; o bonde neste dia trabalhava vinte e quatro horas ininterruptas para transportá-los; diferente dos dias normais quando funcionavam 20 horas.

 

Fonte: Memória do Menino...e de sua Velha Vila, 2014
Autor: Edward Athayde D’Alcântara
Produção: Casa da Memória de Vila Velha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2020

Vila Velha

Átyla Freitas Lima

Átyla Freitas Lima

Sempre nutri vontade de divulgar os atos pitorescos que se passaram em Vila Velha, na época de nossa infância. Agora lendo em “A Gazeta” um artigo do meu amigo José Luzio, em que ele focaliza um desses fatos ocorridos como o nosso inesquecível “Demi Malcriado”, resolvi por em prática este meu desejo.

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