Nascida em 23 de maio - Por Terê Thomazini

Dia 23 de maio de 1970 foi meu nascimento aqui na cidade de Vila Velha.
Na verdade dez anos antes, na cidade de São Gabriel da Palha Dona Lacy Thomazini dava a luz a uma menina que seria a primeira dos seus seis filhos.
Família conhecida no interior, mas sofria com as pequenas e insistentes enfermidades infantis que só nos grandes centros saber-se-iam cuidar. E, nas tantas idas e vindas procurando médicos e medicamentos em outras cidades; o casal cujo patriarca era seu Jorge Malaquias e mais três filhos (depois de mim) resolveu trocar de cidade para se viver, e felizmente alguém recomendou Vila Velha, e lá estávamos em cima do caminhão junto com todos os móveis e vasos de plantas viajando por uma noite toda adentro.
Ao chegar bem cedo (amanhecendo o dia) e, depois de descarregar tudo de cima do caminhão eu ouvia barulho e aviões, que na minha antiga cidade obviamente não existia; corri com meus irmãos menores curiosos para entender tamanho barulho. O céu completamente azul era cortado por vários aviões muito barulhentos acinzentados, porém ágeis, fazendo manobras extremamente interessantes e perigosas, além de simularem despencar lá daquela altura....!!! Quanto espanto ao ler o “Parabéns” escrito por aqueles malucos com a fumaça que saía pelos motores roncadores daqueles aviões. Subimos numa pedra como se pudéssemos chegar mais próximos e tocá-los para acreditar que aquilo não era um sonho. Corremos para chamar mamãe para apreciar tal feito e quando ela enfim conseguiu se desvencilhar das tarefas que fazia dentro da pequena casa, voltamos lá fora e, decepcionados não conseguimos mostrá-la o que se havia escrito anteriormente pela “Esquadrilha da Fumaça”.
Mas o céu agora estava pintado por paraquedas ultra-coloridos e paraquedistas aparecendo como formiga no céu vila-velhense; nem notamos que eles saiam de dentro dos aviões, tamanha era a alegria ao presenciar uma festa tão linda.
Muitos anos depois, estudando na “Escola Municipal Desembargador Ferreira Coelho” fui desfilar no centro da cidade de Vila Velha, uniforme engomado e sapato vulcabrás engraxado, pude homenagear a cidade que me acolheu, pude rever os mesmos aviões fazendo aquelas acrobacias, pude então entender que Vila Velha era digna de toda aquela festa pomposa. Resolvi também ser voluntária (para desfiles escolares) e desfilei durante todos os anos que estudei no município como agradecimento ao carinho que essa cidade nos acolheu.
Hoje entendo que fomos feito uma pra outra, apesar dos dez anos de raízes estarem numa cidade cafeeira maravilhosa, que Deus escolheu para que eu nascesse.
Realmente dia 23 de maio foi o primeiro momento dessa minha paixão pela nossa querida Vila Velha.
Autora: Terê Thomazini
Vá, mesmo que não tenha vivido no interior. Mas vá com a seguinte condição: a de expor o seu interior. Feito isso, será bem-vindo. Ou melhor: festejado
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