Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

O casamento do Adelpho Monjardim - Por Sérgio Figueira Sarkis

Foto de Ilustração: Equipe de remadores do Clube de Regatas Saldanha da Gama em abril de 1929. Identificados: Emilio Bumachar e Adelpho Poli Monjardim (3º e 4º da E/D). Foto de Jair Dessaune. Acervo de Adelpho Poli Monjardim.

Membro de uma das mais tradicionais famílias capixabas, Adelpho Monjardim foi, entre muitas coisas, escritor, geógrafo, historiador e, principalmente, por duas ocasiões, prefeito de Vitória. Era filho do Barão de Monjardim.

Foi criado, inicialmente, na sede da fazenda da família, localizada em Jucutuquara, hoje transformada no Museu Solar Monjardim, sob o controle da Universidade Federal do Espirito Santo. Durante sua juventude, desenvolveu hábitos sadios, praticando esportes no Clube Saldanha da Gama, principalmente o halterofilismo, que lhe proporcionou, sempre, físico bem definido, mantido até o envelhecimento.

Membro da Academia Espírito-Santense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, Adelpho foi autor de inúmeros livros. Alguns, a respeito da geografia da Ilha de Vitória. Outros, sobre lendas que povoavam o burburinho do povo capixaba.

Exerceu o comando da Capital, a primeira vez, por nomeação. Na segunda, por mandato outorgado pelo povo, sendo o primeiro prefeito eleito da cidade, para o período de 1° de fevereiro de 1959 a 31 de janeiro de 1963.

Sempre de terno e gravata, Adelpho, não tendo automóvel, caminhava a pé, de sua residência, na Rua Barão de Monjardim, até seu local de trabalho, como tesoureiro da Prefeitura, localizada na Rua 7 de Setembro, no Centro.

Usava chapéu de feltro, por hábito nunca colocado na cabeça, sempre segurando-o com a mão direita. Isto lhe proporcionou o apelido de Hino Nacional. Solteiro convicto, tinha uma namorada de nome Yolanda Paoliello. O namoro dos dois durou pelo menos uns 30 anos de absoluta seriedade e respeito mútuo.

Após todo esse tempo de convivência de inspiração amorosa, resolveu se casar na Catedral Metropolitana de Vitória. O evento mereceu a atenção de toda a sociedade local e também da imprensa escrita, falada e televisada. Esta se deslocou em peso até o templo católico, para testemunhar o que parecia, até então, impossível de acontecer.

Ao término da solenidade, os repórteres cercaram o casal e, dentre muitos questionamentos, foi perguntado a Adelpho por que havia demorado tanto tempo para se casar. Enfático, respondeu:

— A situação financeira não permitia.

Sem comentários.

 

Fonte do Livro: No tempo do Hidrolitrol – 2014
Autor: Sérgio Figueira Sarkis
Fonte da Foto: Fotos Antigas do Espírito Santo - Por José Luiz Pizzol
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2019

Literatura e Crônicas

Do campus, minhas lembranças em formol - Poe Anne Mahin

Do campus, minhas lembranças em formol - Poe Anne Mahin

Fiquei para assistir à dissecação do cachorro, que, depois de ter os órgãos retirados e analisados, acabou com a carcaça numa caçamba de lixo

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Ano Novo - Ano Velho - Por Nelson Abel de Almeida

O ano que passou, o ano que está chegando ao seu fim já não desperta mais interesse; ele é água passada e água passada não toca moinho, lá diz o ditado

Ver Artigo
Ano Novo - Por Eugênio Sette

Papai Noel só me trouxe avisos bancários anunciando próximos vencimentos e o meu Dever está maior do que o meu Haver

Ver Artigo
Cronistas - Os 10 mais antigos de ES

4) Areobaldo Lelis Horta. Médico, jornalista e historiador. Escreveu: “Vitória de meu tempo” (Crônicas históricas). 1951

Ver Artigo
Cariocas X Capixabas - Por Sérgio Figueira Sarkis

Estava programado um jogo de futebol, no campo do Fluminense, entre as seleções dos Cariocas e a dos Capixabas

Ver Artigo
Vitória Cidade Presépio – Por Ester Abreu

Logo, nele pode existir povo, cidade e tudo o que haja mister para a realização do sonho do artista

Ver Artigo