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Onze Cadáveres – Por Gérson Camata

O Diário

Eu estava na TV Vitória e fazia noticiário policial na Rádio Vitória, ao mesmo tempo em que estava em O DIÁRIO. Era noite e dois camburões da Polícia passaram com destino à Barra do Jucu. Era o início da maior manchete policial da história do jornalismo capixaba: o Esquadrão da Morte.

A notícia demorou 24 horas para explodir. Foi uma manchete garrafal, com letras que eu nunca vira iguais: 11 Cadáveres. O Jadir Gobbi era o chefe da circulação que batia todos os recordes dia após dia. Ele pedia mais cadáveres e uma boa equipe ia providenciando. Foram 14 cadáveres, depois 16, depois não me lembro mais quantos.

Vindo da televisão, o jornal me pareceu excelente. A gente trabalhava o dia todo e pela madrugada descia para o Britz. Ali chegava a turma dA Gazeta e era uma espionagem mútua para descobrir quem havia furado quem.

O Edgard dos Anjos comandava tudo, secretariado pelo Jakaré. Era um pessoal excelente e de bom papo. Tão bom que acabava fazendo a gente trabalhar por amor.

No Esporte o Enéas Silva, devidamente secretariado pelo Itaguassy Fraga, seu segundo.

Na fotografia tinha o Makoto, japonês das arábias no bom sentido. Aprendeu muito o "Zapon".

À entrada da redação, uma caveira de boi com chifre e tudo. Tinha a Maura Fraga, Mariângela Pellerano, a Beth Feliz, um time feminino e feminista da pesada.

Era a época do Paulo Torre, do Erildo dos Anjos, do Tinoco e de lambuja o Barreto. Para cada hora de trabalho, muitas outras de um papo irresponsável e gostoso.

O Milson Henriques já era gênio e fazia a tira mais espetacular do jornalismo; eram os "britznicks" ou coisa parecida. Tinha o bar do Rominho, que era também da Escola de Samba Unidos da Piedade. Lá a turma pendurava a conta e nunca faltava um cação com muita pimenta. A pimenta, mais que o peixe, era o prato preferido do Huapaya, um peruano que veio da China. Ele comia o cação brasileiro sempre elogiando os peixes peruanos e dizendo ser o seu País o maior produtor de peixes do mundo. Quer dizer: os peruanos eram bons de anzol e rede.

São recordações assim esparsas, fixadas mais pelos detalhes. São recordações de escola, de colégio. E foi isso que O DIÁRIO foi na vida de tantos colegas, jornalistas como eu: uma escola, de jornalismo e de convivência humana.

 

Fonte: O Diário da Rua Sete – 40 versões de uma paixão, 1ª edição, Vitória – 1998.
Projeto, coordenação e edição: Antonio de Padua Gurgel
Autor: Gérson Camata
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2018

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