Os franceses atacam no Governo de Belchior de Azeredo
Belchior de Azeredo teve de se haver logo com os franceses, que infestavam a costa. No decorrer de 1561, “duas naos mui grandes e bem artilhadas se poserão de fronte desta povoação,(42) cousa para causar assaz terror por serem os moradores poucos, as casas cobertas de palha e sem fortaleza”.(43)
Brancos e índios correram às armas. O padre Brás Lourenço fez de alferes, empunhando o estandarte de Santiago. Belchior comandou o improvisado exército, e com tanta habilidade se houve que conseguiu frustrar os planos de desembarque dos aventureiros. Nenhum balaço “fez dano aos da povoação nen a ella”, o que significa sorte excepcional, pois muitos tiros foram trocados durante as quatro horas de combate. Segundo o relato jesuítico, a peleja se decidiu graças a um tiro certeiro encaixado “ao lume d’agoa em huma das naos” e ao inesperado aparecimento deum navio que transitava de São Vicente para o Reino. De tal maneira se desmoralizaram os franceses que, na retirada, foram perseguidos a frechadas pela escravaria embarcada em almadias.
Mal sucedidos na vila, tentaram carregar as embarcações com pau-brasil em um porto das proximidades. Por azar, os índios da região haviam sido alertados e lhes tomaram uma chalupa, aprisionando, para cativeiro, sete ou oito tripulantes.
(44).
Em 1562, novo corsário visitou a barra de Vitória, desaparecendo tão logo foi notada sua presença.(45)
Notícias sobre os primeiros artesãos – A catequese ia em progresso, prestigiada pela boa vontade do delegado d’el-rei. Alguns pupilos dos jesuítas, vindos da Bahia e aqui casados com índias da terra, emprestavam o concurso da sua habilidade à indústria de uma tecelagem incipiente. As esposas colaboravam, fiando e costurando. Eram ofícios mui prezados, pois raríssimos sabiam uma arte, mesmo rudimentar.(46)
NOTAS
(43) - Carta do Espírito Santo, de 1562, in Cartas, III, 465.
(44) - VALE, Cartas, III, 496-7; LEITE, HCJB, I, 218.
(45) - Carta do Espírito Santo, de dez de junho de 1562, in Cartas, III, 465-6.
(46) - Carta do Espírito Santo, de dez de junho de 1562, in Cartas, III, 468.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, maio/2017
O navio em que Coutinho regressou ao Brasil tocou em Pernambuco e, com certeza, era de sua propriedade
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