Pedro Gonçalves Pereira
Os homens fazem as riquezas dos Estados, dos Países, da Humanidade. Em sua obra, “História do Espírito Santo”, José Teixeira de Oliveira comenta que “o Brasil inteiro faz, atualmente, esforço hercúleo para proporcionar a seus filhos vida condigna”. E se refere, também, “às constantes objurgatórias de observadores e governantes da terra capixaba, no sentido de que as dificuldades de fixação do homem ao solo, tarefa quase sobre-humana e praticamente nenhum interesse pelo progresso, pela melhoria das condições de vida da população. Vencer tantas adversidades, diz o historiador, foi objetivo das gerações espírito-santenses”.
Entretanto, a atividade incessante e corajosa de alguns pioneiros manteve o nosso Estado na expectativa permanente de um novo destino, alguns desbravadores rasgando as entranhas da terra como o plantio do café, produto responsável, até pouco tempo, por grande parte da nossa receita pública, outros, aventurando-se nas terras do norte, em especial no meio de matas, até então desconhecidas e bravias, de terrenos minados por doenças infecciosas, dedicando-se mesmo assim ao cultivo do cacau, outra riqueza que sacudiu todo o sul da Bahia, em especial as zonas próximas a Ilhéus, por onde passou a ser exportado o cacau, depois que foram vencidos os obstáculos que impediam o acostamento de navios em seu porto.
A história destes pioneiros plantadores de cacau incentivou o espírito de alguns escritores de fama, como Jorge Amado, que relataram para as atuais gerações as epopéias difíceis vividas por estes homens cheios de ambição, unidos por um único objetivo: alcançar sempre vitórias na luta pela conquista de maior produção de cacau.
PEDRO GONÇALVES PEREIRA, nascido na cidade de Belmonte, na Bahia, no dia 29 de junho de 1933, filho de Tito Gonçalves Pereira (telegrafista) e Alcina Guimarães Pereira (professora), foi um daqueles vencedores na conquista do cacau, ao norte do Espírito Santo. Hoje ele lidera uma das firmas mais importantes de Linhares, a LINCAU - LINHARES CACAU.
Entre a infância e adolescência ele viria a perder o pai e a mãe, mas mesmo assim continuou obstinadamente seu caminho em direção a uma posição estável na vida, tendo por divisa dois fatores muito importantes: honestidade e trabalho.
Cursou apenas até a quarta série do primeiro grau, no Colégio Pedro Anchieta, o que lhe dá maior mérito de ter alcançado êxito em sua luta pela vida.
O fato de ter perdido prematuramente o pai e a mãe, faz com que PEDRO GONÇALVES PEREIRA tenha muito poucas recordações de um ambiente familiar mais amplo.
Para ele, nos bons tempos, as pessoas mantinham um zelo familiar mais profundo que agora. E aponta o dia do seu casamento como um dos instantes mais felizes de sua vida, instante que reviveria quando sua filha se casou.
Embora tenha sido obrigado a encarar o mundo e a vida muito cedo, não se sentiu amedrontado perante a situação, pois tinha sempre em mente a filosofia de vida de sua mãe: quem trabalha com honestidade e empenho não conhecerá fracassos.
PEDRO GONÇALVES tem muitos amigos, mas prefere nunca se referir nominalmente a nenhum deles, pelo temor de esquecer algum pelo qual tenha muita afeição, o que seria, para ele, um procedimento imperdoável.
Seus sentimentos pessoais e suas observações sobre o que viveu até hoje estão sendo colocados no livro que vem escrevendo, contando suas memórias, e que deixará para que seus amigos relembrem os momentos alegres e felizes que passaram juntos.
Para ele, as pessoas mais importantes são a esposa e os filhos, razão de todo o seu trabalho, de suas lutas e de todos os anseios que tem tido como esposo e pai.
Tendo vindo de um passado humilde e de condições de vida adversas, aprendeu a respeitar as pessoas e desejar que elas possam viver felizes, pois só a felicidade completa a existência das criaturas.
A família é tudo para PEDRO GONÇALVES PEREIRA, pois sem ela, afirma, “não seria ninguém”.
Ele possui os seguintes filhos: Rozângela Pereira Marins, Pedro Gonçalves Pereira Filho e Paulo Roberto Gonçalves Pereira. Ainda não tem netos, mas acredita que sua filha lhe dê um muito breve.
Um homem que começou a vida sem dinheiro e que teve que lutar por ele, PEDRO GONÇALVES diz hoje que é um vencedor e um homem rico: “O dinheiro realmente é um fator importante à nossa sobrevivência, mas em relação a status não considero que seja importante, pois para mim status é uma questão de personalidade.”
Começou sua escalada comercial trabalhando, porque sem trabalho não se consegue nada. Suas lutas, ele mesmo diz, foram tantas que para contá-las seria preciso gastar muitas páginas.
Quando alguém lhe pergunta se foi ajudado por alguém a ter o que tem e ser o que é, PEDRO, responde laconicamente: FUI AJUDADO POR DEUS!
Entre seus pratos preferidos estão a moqueca capixaba e uma boa caranguejada.
Embora não seja bairrista, prefere gastar o seu tempo disponível conhecendo o Brasil de ponta a ponta, a viajar para conhecer países do exterior.
Os jovens são a esperança do mundo, acredita ele, porque irão levar adiante a esperança que todos recebemos., Criar condições melhores de vida para a Comunidade, ensinar o gosto pelo trabalho, defender a honestidade e a palavra, dando muito de si e do seu amor ao próximo., Foi assim que ele começou sua vida, cultivando todas estas crenças; será assim, acredita ele, que os jovens chegarão onde chegou, andando pelos mesmos caminhos.
Lá, em Linhares, onde vive, PEDRO GONÇALVES PEREIRA é um homem acreditado, estimado e respeitado, Seu passado de lutador honesto e suas atitudes francas e leais diante das dificuldades pelas quais atravessou deram-lhe respaldo para ser atualmente uma pessoa realizada e feliz.
Fonte: Personalidades do Espírito Santo. Vitória – ES. 1980
Produção: Maria Nilce
Texto: Djalma Juarez Magalhães
Fotos: Antonio Moreira
Capa: Propaganda Objetiva
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2020
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