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Predomínio de eucalipto e indústrias – Quatro Rios

Embarque de Celulose no Porto de Aracruz, Barra do Riacho

A cultura do eucalipto predomina nas paisagens das bacias dos rios Riacho, Piraqueaçu, Jacaraípe e Reis Magos, acompanhado de uma intensa atividade industrial, principalmente às margens da lagoa Jacuném, onde se instalou o primeiro pólo industrial da Serra.

“Cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba circulam na área de influência dessas bacias”, atesta Iberê Sassi, um dos coordenadores do Instituto Goiamum, que realiza atividades de preservação ambiental ao longo da bacia do rio Jacaraípe.

A Aracruz Celulose instalou a sua fábrica na região em 1967. A celulose, matéria-prima do papel, é obtida das florestas de eucalipto que se estendem até o Sul da Bahia, sendo exportada através do porto da empresa, situado na Barra do Riacho, perto da usina de produção.

De acordo com o gerente do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Fábio Ahnert, a região dos Reis Magos é ainda muito utilizada para o plantio de eucalipto, a silvicultura, que é uma atividade econômica forte.

“O importante nesse caso é que o eucalipto respeite as faixas ciliares, as margens dos cursos d’ água, para melhoria do fluxo genético de biodiversidade da região”, analisou ele, que gerencia a área de recursos hídricos do instituto.

Ao longo da bacia do rio Piraqueaçu estão as únicas aldeias indígenas hoje existentes no Espírito Santo: Caieiras Velhas, Pau Brasil, Irajá (tupiniquim), Tekoa Porá (Boa Esperança), Três Palmeiras e Piraqueaçu (Peixe Grande).

A maior delas é Caieiras Velhas onde vivem mais de 200 famílias. Já a industrialização, segundo informou a diretora do Departamento de Recursos Naturais da Secretaria de Meio Ambiente da Serra, Edmara Salete Lorenção, se deu com a chegada dos grandes projetos e plantas urbanas, às margens da lagoa Jacuném, onde foi instalado o Centro Industrial Vitória (Civit).

A área está degradada em função dos lançamentos industriais que são realizados há 30 anos. Há predominância de indústrias de beneficiamento de mármore e granito na região.

Turismo cresce no local

O litoral de Aracruz está se consolidando como a área em que o segmento turístico aponta potencial de crescimento.

A cada ano são atraídos cerca de 100 mil visitantes. A infra-estrutura de hospedaria possui 70 estabelecimentos, entre hotéis, pousadas, parque aquático e o Centro de Convenções de Praia Formosa do Sesc.

Além da atmosfera histórica e do bucolismo, o ecoturismo é praticado nos manguezais, rios, aldeias indígenas, na Estação de Biologia Marinha Ruschi, nas áreas de atuação do Projeto Tamar e nas praias de águas calmas e límpidas da região.

Da mesma forma, o turismo de negócios é crescente graças à proximidade do aeroporto de Vitória.

Somente na área de Santa Cruz, o segmento de turismo gera atualmente em torno de 500 empregos diretos e 1500 indiretos.

Crescimento e porto ampliado

As regiões das bacias dos rios Jacaraípe, Reis Magos, Piraqueaçu e Riacho estão entre as que poderão experimentar altos índices de crescimento das atividades produtivas nos próximos 20 anos, principalmente sustentada pela expansão da atividade portuária em Barra do Riacho.

A projeção foi feita pelo gerente de Recursos Hídricos do Iema, Fábio Ahnert. “Estamos falando de uma região com potencial forte de desenvolvimento econômico, que vai demandar maior quantidade de água. É uma área próxima à região da Grande Vitória e que possui rios que podem ser uma alternativa de abastecimento para a região metropolitana”, apontou Fábio.

Segundo ele, a melhoria da infra-estrutura portuária vai atrair uma série de outros arranjos produtivos para a região.

Além disso, frisa, a região é importante do ponto de vista de investimento da Petrobras. “O gasoduto Cacimbas/Vitória, em Povoação, Linhares, corta toda essa região. Ele passa por baixo do rio Piraqueaçu através de furo direcional, com objetivo de impactar o mínimo possível o curso d’ água”, lembrou.

No seu licenciamento uma parte da compensação ambiental, prevista na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), foi direcionada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) à criação de uma Unidade de Conservação de proteção integral.

Ela será implantada pela Prefeitura de Aracruz com colaboração da Associação dos Amigos do Piraqueaçu (Amip).

Agroturismo no entorno do Mestre Álvaro

A Serra é um município rico em belezas naturais, destacando-se as praias que atraem milhares de turistas durante o verão e nos feriados. Agora uma nova atividade turística começa a despontar em uma região de beleza estonteante: o entorno do Mestre Álvaro.

A montanha, cujo cume atinge 833 metros de altura, oferece uma visão maravilhosa de várias partes da Grande Vitória.

De mais perto, porém, pode-se desfrutar das delícias da vida no campo: natureza, belas paisagens, recepção acolhedora, além da possibilidade de adquirir produtos caseiros como pães, doces, licores, queijos, leite fresco e artesanato.

Os proprietários rurais da região estão descobrindo, a cada dia, o desenvolvimento de seu potencial turístico.

Visando consolidar a atividade no município foi criado o Comitê Gestor do Agroturismo, contando com a participação de diversos segmentos.

Os turistas também podem encontrar no município um misto de galeria de arte, templo de paz, contemplação e residência.

É a Casa de Pedra, que foi construída pelo artista plástico Neusso Ribeiro, em Jacaraípe.

Tilápias criadas no cativeiro

Apesar do acelerado processo de degradação dos recursos hídricos, a atividade pesqueira ainda ocupa papel de destaque nas bacias dos rios Jacaraípe, Reis Magos, Piraqueaçu e Riacho.

O município da Serra, com 23 quilômetros de orla, possui um extenso litoral piscoso. A atividade pesqueira está distribuída nas comunidades de Carapebus, Bicanga, Manguinhos, Nova Almeida e na lagoa Juara.

Atualmente, na Colônia Z-11, entidade representativa dos pescadores da Serra, com sede em Jacaraípe, estão cadastrados 811 pescadores.

Já a Associação de Pescadores da Lagoa Juara realiza todo sábado e domingo a venda de tilápias criadas em cativeiro direto ao consumidor. O produto pode ser encontrado na barraca da associação, no final da avenida Minas Gerais, às margens da lagoa, em Jacaraípe. A venda é resultado do Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Lagoa Juara.

O projeto teve início em 2004 e tem como metas o desenvolvimento sustentável e o aproveitamento turístico da lagoa. Essa é a primeira safra de peixes geneticamente aperfeiçoados que será retirada da Juara. Atualmente, o projeto conta com 35 pescadores e tem em funcionamento 15 tanques-rede.

Em Santa Cruz fica a sede da Colônia de Pesca de Barra do Riacho (Z-7), que possui 700 pescadores cadastrados e cerca de cinco mil pessoas dependentes dos recursos marinhos.

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios Riacho, Rio Piraqueaçu, Rio Reis Magos, Rio Jacaraípe - 12/08/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Anderson Cacilhas
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Lucia Zumash
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

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