Quatro rios - Riacho, Piraqueaçu, Reis Magos e Jacaraípe
O berçário natural de desovada tartaruga de couro, no rio Riacho; a biodiversidade do manguezal formado na foz do rio Piraqueaçu; o belo visual do Mestre Álvares, na bacia do rio Jacaraípe; e a história dos primeiros colonizadores na bacia dos Reis Magos são cenários que foram unidos com um mesmo propósito: assegurar os recursos hídricos da região.
Em busca de políticas públicas e investimentos privados que melhorem a qualidade de vida das 450 mil pessoas que vivem nos oito municípios que formam as quatro bacias hidrográficas, poder público, usuários de água e sociedade civil criaram o que se convencionou chamar inicialmente de Unidade Hidrográfica Litorânea Central.
Numa reunião realizada no último dia 27, em Aracruz, foi constituído o Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) dos rios Riacho, Piraqueaçu, Jacaraípe e Reis Magos, com a eleição da diretoria provisória.
Os municípios de Fundão, Serra, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Ibiraçu, João Neiva, Aracruz e Linhares – que compõem as quatro bacias – indicaram três representantes cada um para que possam atuar na gestão dos recursos hídricos da região.
Com a decisão, a bacia do rio Jacaraípe – única a possuir comitê formado – terá o seu decreto de criação revogado.
“Com a eleição da diretoria provisória do novo comitê, queremos possibilitar o crescimento sustentável dos municípios envolvidos, por meio de ações conjuntas, assegurando o uso racional dos recursos hídricos e a manutenção de água potável às futuras gerações”, discursou a presidente eleita da diretoria provisória do comitê, a bióloga Olga Anita Ventorim.
Todo o processo de mobilização e incentivo à criação do novo comitê contou com a participação do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), por meio da equipe formada pelos analistas Robson Monteiro e Viviane da Silva Paes, do subgerente de Planejamento de Bacias Hidrográficas e Apoio a Comitês, Cláudio de Almeida, e do gerente de Recursos Hídricos, Fábio Ahnert.
Por que criar um comitê?
1º – Ao trabalhar a região como todo é possível envolver mais municípios, usuários de água e ONG’s nesse processo. Um número maior de prefeituras pode ficar responsável em canalizar energia para que toda a região receba os investimentos.
2º – Os rios que fazem parte das quatro bacias hidrográficas têm características semelhantes em termos de tamanho e volume de água.
3º – Os rios são alvos de projetos importantes do Ministério do Meio Ambiente, que focam a região como um todo. Isso significa que qualquer ação voltada para um deles pode trazer conseqüências para os demais.
Fonte: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Diretoria provisória do comitê
Presidente: Olga Anita Ventorim Lisboa Santos (Poder público – Sesa-Serra)
Vice-presidente: Patrick Bertolo Lucas (Usuário de água – Cesan)
Secretário-executivo: Iberê Sassi (Sociedade civil – Instituto Goaimum)
Coordenadorias
Mobilização: Adilmer Tonon Nunes (Saae – Aracruz), Odauri Vicenti Della Valentina (Saae – Ibiraçu), Antônio Vitor Andrade Pignaton (secretário de Meio Ambiente – Ibiraçu)
Técnica: Celso Feu Correaq (Secretaria de Agricultura de João Neiva), Sebastião Atílio (Aprofes), Luiz Antônio do Nascimento (SAAE – João Neiva) e Nilton Broseghini (Semma – Santa Teresa).
Jurídica: Adwalter Lima (Pesca), Antonio Vitor Pignaton (Secretaria de Meio Ambiente de Ibiraçu) e José Nelson Acopel (Adomani)
Fonte: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
O que eles dizem
“A união faz a força”
“Nesse caso, vale a pena aplicar aquela velha frase conhecida: ‘a união faz a força’. São quatro rios relativamente pequenos que se forem tratados isoladamente acabam perdendo força. É fundamental o planejamento integrado.”
Fábio Ahnert, gerente de Recursos Hídricos do Iema
“Somos coadjuvantes”
“Se dentro dessa unidade houver a mobilização de que o rio é nosso e por isso lutamos para melhorar a qualidade da sua água, não vai haver redução de recursos. Não existe essa história de que o nosso rio vai ficar esquecido porque a região é ampla. O melhor de tudo é que somos coadjuvantes. Nosso papel foi o de fomentar, facilitar, catalisar todo esse anseio.”
Cláudio de Almeida, subgerente do Iema de Planejamento de Bacias Hidrográficas e Apoio a Comitês
“Um comitê é importante”
“É importante a formação de um comitê que possa desenvolver atividades sistemáticas para melhoria dos recursos hídricos de toda a região. O comitê é onde se discute quais alternativas serão adotadas para se tomar medidas eficazes em relação ao tratamento de esgoto.”
Antônio Sérgio Ferreira Mendonça, membro do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos
“Reforça a tomada de atitudes”
“O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jacaraípe optou por essa junção. Acredito que com a unidade será possível viabilizar ações concretas para toda a região. Na nova metodologia, há o agrupamento das bacias subseqüentes, o que reforça a tomada de atitudes.”
Danielle Aquino, bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra
Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios Riacho, Rio Piraqueaçu, Rio Reis Magos, Rio Jacaraípe - 12/08/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Anderson Cacilhas
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Lucia Zumash
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016
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