Rio Reis Magos, opção de abastecimento
Com a escassez das águas das bacias dos rios Santa Maria e Jucu, que abastecem a região da Grande Vitória, a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) já vê possibilidades concretas de utilizar, a partir de 2012, os recursos hídricos da bacia do rio Reis Magos ou Fundão para o consumo humano e industrial.
Para o professor pesquisador do Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), engenheiro Antonio Sérgio Ferreira Mendonça, o crescimento da população da Grande Vitória reforça essa necessidade, tendo em vista que o Rio Doce, que possui maior vazão, se encontra mais distante do que os rios Jacaraípe, Reis Magos e Piraqueaçu.
Ele reforça que as bacias que formam a recém-denominada Unidade Hidrográfica Litorânea Central precisam ser trabalhadas com ações concretas, principalmente sob o ponto de vista de investimentos, para que possam servir de opção.
“Deve-se, dessa forma, reverter a degradação desses mananciais, que sofrem principalmente como desmatamento de suas bacias e com o lançamento de esgoto sanitário, para que eles tenham essa finalidade no futuro”, defendeu.
De acordo com o gerente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) Fábio Ahnert, uma eventual pressão de uso da água em cima dos Reis Magos vai desdobrar nos rios vizinhos – Piraqueaçu e o Riacho – o que reforça a necessidade de um planejamento conjunto.
“Os empreendimentos industriais podem passar a enxergar também o rio Piraqueaçu como uma alternativa aos Reis Magos. Ou seja, uma região, como se fosse um organismo vivo, quando mexe na sua parte acaba causando influência nos vizinhos”, avaliou.
O Reis Magos corta todo o município de Fundão, que recebeu esse nome em referência à profundidade do rio. Em alguns locais.
Porém, devido ao assoreamento, o rio não é mais navegável para barcos de calado superior a dois metros, pois o seu fundo é lamacento em algumas regiões e pedregoso em outras.
Suas águas são escuras e ele apresenta uma variedade de peixes e crustáceos no manguezal formado próximo à sua foz.
Informações Gerais
Rio Fundão ou Reis Magos
• Área – 666,87 Km² (21,39% da Unidade Litorânea Central)
• Principais afluentes – Rios Fundão e Itaquandiba. Destacam-se ainda as lagoas Juara e Jacuném, ambas contribuintes do rio Jacaraípe
• Gerenciamento – Rio de domínio estadual
• Extensão – Cerca de 83,68 Km
• Nascente – Está localizada na região montanhosa de Santa Teresa
• Foz – Limite dos municípios da Serra e Fundão
Municípios cobertos pela bacia
• Fundão: 254,98 Km² (38,23%)
• Ibiraçu: 73,16 Km² (10,97%)
• Santa Leopoldina: 90,99 Km² (13,64%)
• Santa Teresa: 172,74 Km² (25,90%)
• Serra: 75,01 Km² (11,25%)
• Principais atividades econômicas – Industrial e agropecuária, destacando nesta as culturas de café, arroz e feijão.
• Principais problemas – Desmatamento, assoreamento, ocupação do solo de forma desordenada, disposição inadequada de resíduos sólidos e lançamento de efluentes domésticos e industriais
• Cobertura florestal – 278,67 Km²
• Unidades de Conservação – APA de Goiapaba-Açu e Reserva Biológica Augusto Ruschi
Fonte: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura da Serra.
Algumas ações na Bahia
Iema – Mobiliza as comunidades para a formação de comitês, tem equipe de técnicos especializados na área de licenciamento ambiental, fiscaliza as empresas potencialmente poluidoras e mitiga os impactos ambientais ocasionados de acidentes com veículos que transitam com cargas poluentes na BR- 101, que corta as bacias hidrográficas, entre outros.
• Associação Barrense de Canoagem (ABC) – Fundada em 1992, realiza trabalho de mobilização na sociedade em defesa dos recursos hídricos, por meio de descidas ecológicas.
• Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema) – Faz a vigilância e acompanhamento das Unidades de Conservação (UC’s).
• Associação Garra Ambiental da Serra (AGAS) – Está envolvida em várias atividades de preservação ambiental, como descidas ecológicas, mapeamento das redes de esgoto, entre outras ações.
• Associação Amigos do Piraqueaçu – Formado por 50 voluntários, trabalha para tirar do papel a UC do Piraqueaçu.
• ONG Bombeiros Voluntários – Realiza o plantio de mudas da Mata Atlântica em hortos florestais de Fundão e Ibiraçu.
• ONG Amigos do Goiapabaçu – Desenvolve atividades de preservação ambiental na UC do Morro do Goiapabaçu.
• ONG Com Manguinhos – Faz trabalho de conservação e recuperação de ecossistemas costeiros do balneário de Manguinhos e o seu entorno, com o plantio demudas nativas, além de trabalhos de conscientização ambiental junto a escolas e comunidades.
• Instituto Goiamum – Tem sua atuação principal na área sócio-ambiental do município da Serra e nas discussões do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jacaraípe.
Fonte: Pesquisa A Tribuna
Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios Riacho, Rio Piraqueaçu, Rio Reis Magos, Rio Jacaraípe - 12/08/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Anderson Cacilhas
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Lucia Zumash
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016
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