Berçário para as tartarugas marinhas – Rio Riacho
A região da bacia hidrográfica do rio Riacho é um berçário natural de desova de tartarugas marinhas, em especial da espécie Dermochelys coriacea, a tartaruga de couro ou gigante, um dos animais marinhos mais ameaçados de extinção, que de todo o litoral brasileiro tem o hábito de desovar regularmente apenas no litoral norte capixaba.
Além da tartaruga de couro, que recebeu esse nome devido ao fato de não possuir um casco comum como as demais, outras três espécies (cabeçuda, de pente e oliva) desovam na costa do Espírito Santo.
O último relatório técnico divulgado pelo Projeto Tamar, com os resultados da temporada 2006/ 2007 no Estado, apontam um total de quase 112 mil filhotes, o que é um recorde, já que no ano passado o número ficou na casa dos 100 mil.
Como é de costume, a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) foi a que apresentou o maior saldo: 93% dos filhotes. Trata-se da espécie que mais desova no litoral capixaba.
A base de Comboios, em Linhares, foi a que recebeu o maior número de desovas (40) e mais da metade dos filhotes (2.180).
De acordo com o oceanógrafo e coordenador do Projeto Tamar-Ibama no Espírito Santo, João Carlos Alciati Thomé, durante o período reprodutivo12 tartarugas de couro desovaram no Norte do Estado e, juntas, deram origem a 4.190 filhotes. Na temporada passada foram registradas só três fêmeas dessa espécie.
Canal liga os rios Riacho e Doce
Com objetivo de aumentar a disponibilidade hídrica na região Norte, castigada por uma seca que durou três anos e ameaçava as comunidades, fazendas, indústrias e o porto ali instalado, por iniciativa da Aracruz Celulose foi aberto um canal ligando o rio Riacho ao Doce.
A ligação do Rio Doce com o rio Riacho (que desemboca no município de Aracruz) já existiu de forma natural no passado, nas épocas de cheias, através do rio Comboios, cujo nome, inclusive, é uma alusão às fileiras de barcos que desciam pelo manancial a fim de chegar ao rio Riacho.
O canal teria melhorado a qualidade da água consumida pela população da Vila do Riacho (distrito de Aracruz), ajudado na irrigação de 20 mil hectares de propriedades, revitalizado o rio Comboios e garantido a viabilidade do pólo industrial da região.
Porém, comunidades indígenas e ecologistas reclamam que a obra reduziu as atividades de pesca e o abastecimento de água na aldeia de Comboios.
Informações Gerais
Rio Riacho
• Área – 1.321,26 Km² ( 42,38% da Unidade Litorânea Central)
• Principais afluentes – Rios Piraqueaçu, Sahy, Araraquara, Francês, do Norte e Piraquemirim
• Gerenciamento – Rio de domínio estadual
• Extensão – Cerca de 59,2 Km
• Nascente – Originalmente compunha a bacia do Rio Doce. Nasce na lagoa do Aguiar, entre os municípios de Aracruz e Linhares, se junta ao rio Comboios, que vai paralelo à costa e limita a reserva indígena homônima (que fica entre o rio e o mar)
• Foz – Desemboca na Barra do Riacho, em Aracruz
• Municípios cobertos pela bacia Linhares: 393,37 Km² (29,77%) João Neiva: 31,73 Km² (2,40%) Aracruz: 896,17 Km² (67,83%)
• Principais atividades econômicas – Agropecuária, indústrias químicas e de celulose, turismo e silvicultura
• Principais problemas – Desmatamento generalizado e nas Áreas de Preservação Permanente (APP’s), erosão agravada pelo intenso desmatamento, assoreamento da sua foz, poluição devido à disposição inadequada de resíduos sólidos e lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento, uso indiscriminado de agrotóxicos e pesca predatória
• Cobertura florestal – 410,20 Km²
Fonte: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rios Riacho, Rio Piraqueaçu, Rio Reis Magos, Rio Jacaraípe - 12/08/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaborador de texto: Anderson Cacilhas
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Lucia Zumash
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016
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