Reminiscência 4ª Parte – Memória da cidade de Nossa Senhora da Vitória (1936 -1956)
4 – 1951 A.D.
Centenário de Vitória, cascatas de fogos no Penedo, Jones Santos Neves em quatro anos queria fazer tudo: - usinas, estradas, aterros, universidades. Sady Cabral veio ensinar teatro aos capixabas e se apaixonou por alguns jovens locais, quando ensaiava o Auto de Nossa Senhora da Vitória de Nilo Bruzzi.
Casei-me, faz um ano, estou dando mil aulas.
Vitória cresce: acusações de corrupção, as construções verticais se aceleram, bandas de congo, descubro os índios de Caieiras Velhas. Areia, areia, areia.
Getúlio Vargas, na visita que lhe fizemos no Catete, pergunta a Mestre Guilherme:
- E o Jones, como vai?
Câmara Cascudo, brincalhão, xinga Renato Almeida, no ouvido bom.
Festa das Canoas, Marataízes, Alardo Conceição da Barra, Folia de Reis em Muqui e casamento pomerano em Santa Leopoldina, Caramuru, folclorizamos.
O Petróleo é nosso, dizemos os jovens. Aos domingos vamos à Praia da Costa, algumas vezes a Guarapari. Sonho fazer um mestrado, aqui ou fora. Acabarei indo para São Paulo, que é tão diferente de Vitória quanto Londres.
Vitória em 1951 são algumas famílias que giram em torno do Palácio Anchieta, ou procuram afastar-se dele mas o progresso vem, e vem quente, rápido, cruel. A pacatez vira poluição e é difícil agora recriar aquela pequenina cidade, cujo centro era a Praça 8 e onde todos se conheciam e se cumprimentavam.
Nota do Site: O Termo A.D. juridicamente significa: A.D. perpetuam rei memoriam - Diligências requeridas e promovidas com caráter perpétuo, quando haja receio de que a prova possa desaparecer; para a perpétua memória da coisa.
Autor: Renato Pacheco
Fonte: Escritos de Vitória, 1- Crônicas, Vitória-ES, 1993
Compilação: Walter de Aguiar Filho,junho/2011
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