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Rodovia do Sol e Darly Santos

A Terceira Ponte no ano de 1987 que trouxe posteriormente a construção de centenas de edifícios para Vila Velha

Um dos fatores decisivos para o crescimento de Vila Velha foi a abertura da Rodovia do Sol, iniciada no final dos anos 60, pelo trecho Guarapari-Setiba. Em 1974 foi concluída a obra, e em 1977 o asfalto chegou. Foi a via que incorporou o litoral ao uso e ocupação do solo. Na fase mais significativa foram vendidos 35 mil lotes, expandindo a mancha urbana para toda a orla.

Em 1976, dos 14 loteamentos aprovados pela prefeitura, oito estavam localizados no distrito da Barra do Jucu. Foi nos anos 70 que Vila Velha absorveu 43% das migrações da Grande Vitória, seguido de Cariacica com 22% e da Serra com 21%. A partir daí surgiram bolsões de miséria na periferia, a exemplo de Santa Rita. Desde aquela época, o crescimento urbano passou a ser desordenado: formação de imensas áreas de invasões, de conjuntos habitacionais e a verticalização da Praia da Costa. Vila Velha absorveu quase 55% dos conjuntos habitacionais da Cohab e do Inocoop, além de 45% do total de unidades habitacionais desses conjuntos.

A construção da Terceira Ponte foi outro vetor que influiu para a formação do mercado imobiliário. Tanto é que a interrupção das obras em 1978 teve efeito negativo no mercado de lotes. A década de 80 foi marcada pela formação de indústria da construção civil, concentrando atividades na construção de edifícios na Praia da Costa, em Itapoã e Itaparica.

A Terceira Ponte reavivou o continente, que acumulava cansaço por décadas de congestionamentos nas duas primeiras pontes. A partir de 1989, as praias do Canto e da Costa se tornaram próximas, permitindo trabalhar numa cidade e morar na outra, incluindo a volta para o almoço.

Antes da Terceira Ponte a maior parte dos que trabalhavam em Vitória só retornava para o continente à noite. O mercado imobiliário e da construção civil tomaram fôlego, verticalizando de forma agressiva a a Praia da Costa. A violência foi tamanha que os prédios foram erguidos praticamente “colados” uns aos outros.

Rodovia Darly Santos

A Rodovia Darly Santos foi construída em 1986. A idéia era gerar o encurtamento do trajeto para Guarapari. Naquela época a população ainda não contava com a 3ª Ponte e todo o trânsito passava pelo centro de Vila Velha.

A rodovia foi projetada com pista dupla tendo, para tal, sido desapropriada uma faixa com 40m de largura.

Na época, o Governo entendeu que era necessário permitir o desenvolvimento na Grande Vitória, mas também dar oportunidades aos moradores do campo e realizou a construção da via com pista simples visando permitir a adequação de recursos para outros investimentos.

A primeira fase de implantação ficou restrita a uma pista somente, a qual era suficiente na época para atender a demanda, constituída na sua maior parte por tráfego de veículos que circulavam entre Vitória e Guarapari. A rodovia contribuiu, por alguns anos, para diminuir o tráfego na área central de Vila Velha.

Era uma oportunidade de abrir a 1ª etapa da tão sonhada ligação com a BR 101, visto que o projeto inicial elaborado pelo então DER chegava às imediações da Ceasa, o que foi alterado mais tarde em decorrência da ocupação urbanística.

O estudo de viabilidade, realizado pelo corpo de engenheiros do DER-ES, demonstrava que a obra seria autofinanciada pelos benefícios diretos e indiretos num prazo de seis anos e meio, considerando que o projeto original já havia sido elaborado com a concepção de pista dupla e faixa de domínio com 40 metros de largura indenizada.

A Darly Santos criaria uma alternativa para atender aos bairros que surgiam naquela região (Novo México, Vale Encantado, Garanhuns e Araçás).

O nome da rodovia é uma homenagem ao radialista e ex-jogador do Vitória Futebol Clube, Darly Santos. Nascido em Vila Velha, foi um forte defensor e divulgador da Barra do Jucu, onde ajudou a lançar o tradicional restaurante Barramar. Darly atuou também como cronista esportivo. Foi responsável pela coluna ‘Mickey’, no jornal O Diário. Foi jornalista de A Gazeta, veículo em que trabalhou até 1985, quando faleceu. Darly não deixou filhos, mas deixou uma gama de poemas e crônicas inteligentes sobre futebol.

Duplicação

As obras de duplicação da Darly Santos foram entregues à população, em 19 de maio de 2007. A solenidade teve a presença do governador em exercício, Ricardo Ferraço, do secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Neivaldo Bragato, de outras autoridades e população em geral.

Fabiano de Oliveira, presidente da comunidade de Novo México, afirmou que esta obra veio atender um pedido antigo da comunidade que estava preocupada com o aumento do fluxo de veículos na via. "Também vemos que ela vai ajudar na expansão de Vila Velha", ressaltou.

A Darly Santos tem 5,6 quilômetros de extensão. Antes das obras de duplicação, tinha 20 metros de largura com duas pistas simples. Agora passa a ter 40 metros de largura, com duas pistas duplas em cada sentido; pontos de ônibus com iluminação especial e recuo para não obstruir o trânsito; passeio para pedestres, além de uma ciclovia visando assegurar mais conforto e segurança aos usuários.

 

Fontes: A Gazeta - 26 de setembro de 1994 e www.es.gov.br
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2013 

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