Discurso de João Punaro Bley na 1ª Feira de Amostras
Veja abaixo o discurso pronunciado pelo Exmo. Senhor Interventor Federal, Cap. João Punaro Bley na 1ª Feira de Amostras.
Senhores,
É com intenso júbilo que presido a cerimônia de instalação da primeira Feira de Amostras, instituída por iniciativa da Prefeitura de Vitória, e comemorativa do 4º Centenário do Povoamento do Solo Espírito- Santense.
E o faço como gestor dos negócios públicos estaduais, a quem são cometidos na fase atual da vida do País, não só a responsabilidade do progresso desta formosa parcela da comunhão brasileira, como também, da educação, do bem estar e da tranqüilidade e segurança de seus habitantes.
É um acontecimento de alta significação para todos nós.
Sem palavras fantasiadas de retórica, mas movido apenas pelo entusiasmo, que jamais recusamos às iniciativas oportunas e fecundas, rendemos hoje nossa homenagem comovida ao esforçado trabalho dos obreiros do atual congresso espírito-santense, como também aqueles que, em épocas remotas, em porfiadas lutas contra o gentio feroz e a natureza hostil, conquistaram e colonizaram essas maravilhosas e ubérrimas terras, que constituem hoje o próspero e rico Estado do Espírito Santo.
As Feiras de Amostras objetivam, atualmente, oportunidades inadiáveis de propaganda para países ou estados, que desejam viver e prosperar.
Na época presente,quando as rivalidades econômicas atingirem a limites não previstos, a vitória pertencerá àqueles que não recuarem diante de nenhum esforço para afirmar a sua vitalidade, argumentando e melhorando sempre sua produção.
O número crescente desses certames demonstra até que ponto esse meio moderno de expansão corresponde às necessidades da nossa época.
A França com suas feiras de Lyon, Paris e Bordeaux. A Alemanha com as de Leipzig e Frankfurt. A Itália com as de Milão e Bari. Os Estados Unidos com a formidável feira de Chicago. As iniciativas tomadas pelo Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Bahia, Pernambuco e outros Estados, nesse mesmo campo de atividade, atestam claramente a importância do conhecimento no campo da propaganda e do comércio.
É mister que se impulsione dessa forma as fontes de riqueza do país, demonstrando às gerações presentes o que o homem realiza, e delineando às gerações vindouras, o roteiro que leva ao porto da liberdade, do trabalho, da luz e da justiça.
Do solo ubérrimo de nossa Pátria e do espírito construtivos dos seus filhos, estão surgindo os sustentáculos do Brasil de hoje, que serão nosso orgulho, nossa opulência, nossa glória de amanhã.
A prosperidade, a grandeza das nações repousa na ação constante de suas forças vivas. E não se pode demonstrar, ao julgamento do público, melhor índice de trabalho, senão desta forma, em que se faz ressaltar, sob variados aspectos, a prodigalidade da natureza e a energia de nossa gente.
Tenho esperanças de que o Espírito Santo, mercê da fecundidade de seu solo, e do ânimo empreendedor de seus filhos, sentirá, num futuro que não se distancia muito, despojado dos grilhões que vêm refreando os passos na jornada gloriosa, os efeitos benefícios desta iniciativa feliz. Para esse objetivo, porém, não se pode prescindir da colaboração de todos, em harmonia com os poderes públicos.
Meus Senhores,
A primeira Feira de Amostra, que se vai inaugurar neste momento, marcará, por certo, um capítulo notável na história da vida econômica do Estado.
Ela terá a suprema virtude de despertar as energias adormecidas e restabelecer a fé nos espíritos menos otimistas. E os benefícios que advirão daqui, determinarão novos rumos à política de expansão econômica do Estado.
Congratulo-me, pois, com o Dr. Seabra Muniz, operoso Prefeito desta Capital, pelo êxito alcançado neste empreendimento e faço os melhores votos para que o Espírito Santo venha sentir, num futuro bem próximo, os benefícios emanados desta obra de tão grande alcance na vida dos povos.
Fonte de pesquisa: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Nº 10 dezembro de 1935
Pesquisa de: Walter de Aguiar Filho, maio /2012
GALERIA:
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo