Vitória - Cidade sol na década de 1920: economia, sociedade e cultura
A expansão das lavouras cafeeiras foi decisiva no desenvolvimento do Espírito Santo. Introduzido no Estado, no início do século XIX, o café tornou-se destaque, expandindo-se como cultura predominante da economia agroexportadora do norte ao sul da Província(1), impondo um novo ritmo econômico, social e cultural. As cidades, principalmente a Capital, registravam as mudanças em suas características urbanas e sociais. Com a grande produção e exportação do café, foi criada, em 1906, a Companhia Porto de Vitória. Os trabalhos(2) foram iniciados em 1911, interrompidos pelo advento da Primeira Guerra Mundial (1914) e reiniciados em 1925. Novamente a obra foi paralisada no ano de 1930 e reiniciada em 1935. Enfim, foi concluída, em 1940, ano de sua inauguração. O porto de Vitória apresenta situações favoráveis para o comércio de exportações e importações.
O presidente da Província, Florentino Avidos (1924-1928), também priorizou a ampliação da malha ferroviária, já iniciada durante o Governo de Nestor Gomes (1920-1924), favorecendo o aparecimento de pequenas povoações, vilas e cidades.
Embora tenha sofrido algumas variações de preço no mercado internacional, a cultura do café manteve a economia da Província do Espírito Santo estável sustentada pela corrente migratória,(4) resultado da consolidação do capitalismo em alguns países europeus, e a consequente mecanização da lavoura que abalou as antigas estruturas agrárias.
Com a queda de produção do café, devido aos baixos preços do mercado, no final dos anos 1920, o trecho da Estrada de Ferro Leopoldina Railway, que ligava a capital à cidade de Cachoeiro de ltapemirim, entrou em decadência. Não se pode deixar de considerar que outras atividades, embora menos lucrativas, permaneceram assegurando a economia do Estado:
Paralelamente, à cultura cafeeira, desenvolveram-se atividades terciárias, abrindo espaço para o desenvolvimento e o progresso. Nasceram núcleos urbanos, serviços ligados ao transporte, beneficiamento do café, indústrias artesanais, comércio varejista, construção civil, comércio. Expandiram-se os serviços públicos.
Com o decorrer do tempo, os núcleos urbanos prosperaram, favorecendo o surgimento de cidades, ampliando-se, assim, os laços das relações sociais já existentes (BARRETO, 1999, p. 46).
As indústrias aqui instaladas durante o Governo de Jerônimo de Sousa Monteiro (1908-1912)(5) passaram por sérios problemas financeiros na década de 1920, ocasionados por falta de mão-de-obra especializada, capital de giro, matéria-prima e mercado receptivo, devido ao fechamento de portos europeus ocasionado pela deflagração da Primeira Grande Guerra Mundial. No comércio, destacavam-se algumas casas comerciais que vendiam produtos nacionais e importados.
O historiador Renato Pacheco (1998) definiu a sociedade capixaba no período de 1920 a 1930 como tradicional e conservadora, embora a elite desfrutasse das festas que aconteciam na Capital, disputando um lugar de destaque nas colunas sociais. No entanto, o crescimento capitalista de produção provocou a divisão social do trabalho mais especializado, dividindo a sociedade capixaba em três classes sociais distintas:
• elite — constituída de políticos, funcionários públicos de categoria superior, juristas, exportadores de café, que eram os comerciantes bem-sucedidos e os grandes proprietários de terra;
• intermediária — constituída de pequenos comerciantes, funcionários públicos de categoria média, de profissionais liberais, professores, estivadores, operários de ferrovias e de indústrias, pequenos proprietários de terra;
• pobre — constituída de enfermeiros, bóias-frias, artesãos, biscateiros, vendedores, coveiros, costureiras, domésticas, telefonistas, lavadeiras, enfim, a grande maioria da população.
A Capital abrigava homens de "letras e saber". No interior, os bacharéis, médicos, professores, juízes, promotores de justiça e vigários faziam parte da comunidade local.
As senhoras da elite eram as esposas de representantes do Poder Público, dos grandes comerciantes ou exportadores de café. Vestiam-se com suntuosas "toilettes" confeccionadas com tecidos e artigos importados. A língua pátria se misturava com fragmentos da língua francesa para acentuar o requinte e o bom gosto das mulheres presentes nas festas, detalhada pela colunista social "Flor de Sombra", no quadro em destaque.
MUNDANISMO
Solemnizando o aniversario de sua fundação e a posse de sua nova directoria, o Club Victoria offereceu aos seus associados, a 16 do mez decorrido, uma elegante reunião dansante, precedida de sessão solemne. A festa foi regularmente concorrida e altamente distincta. Chamaram a attenção pela sua belleza as toilettes das senhoras - Attilio Vivacqua, em georgette branco, opulentamente bordada de lantejoulas multicôres; Amynthas Santos, graciossima, em georgette coral, profusamente franjada a vidrilhos; Moacyr Avidos, em georgette bois de rose palhetado de prata; Heliomar C. da Cunha, delicadissima toilette em radium branco, tunica e capa em longas franjas de retroz. Senhoritas — Carmen Debiase, fourreau em lamé rubro e prata, saia e elegantissimo boléro em finissima renda rubra; Alayde Derenzi, georgette verde-jade, gracioso fólhos plissés e delicado bordado a matiz. Foi alvo de mordazes comentarios, realmente merecidos, o mau gosto que presidiu à ornamentação do salão. Houve, explicaram-nos, a louvavel intenção de occultar o mau estado de conservação do tecto e das paredes. O resultado, porém, foi absolutamente contrario a intenção: aqquelas pseudo guirlandas de trepadeiras mal brochadas deram á sala de baile um aspecto restacuera de gremio de pescadores, em completo desharmonia com a distinção dos decótes e smokings. FLOR DE SOMBRA (REVISTA VIDA CAPICHABA, n. 95 de 30-7-1927).
A fase crítica, pós-guerra provocou mudanças na sociedade, nos anos 1920. Também o movimento modernista apresentou importantes desdobramentos, inclusive no âmbito político e econômico, tendo a imprensa como propagadora desses processos.
A sociedade ampliava suas opções de lazer, assistindo às apresentações de peças no Melpôme,(6) primeiro teatro de Vitória(7), e frequentando o cinema Politeama, localizado no Parque Moscoso, centro de Vitória, o mais importante, na época, tendo como clientela pessoas de diversas camadas sociais, que se espelhavam nas cidades mais evoluídas, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Os capixabas também se reuniam em torno de partidas de futebol, desfiles militares e escolares, missas e procissões, ocasionando uma quebra de rotina da população. Podemos pontuar, ainda, como referencial de lazer e ponto de encontro social, os cafés e bares da cidade. A classe médica, em sua maioria, era diplomada pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e se encontrava nas grandes farmácias, para longos bate-papos.
Embora em outros espaços diferentes dos da elite, o lazer também era desfrutado pelas classes intermediária e pobre. Aos domingos, feriados e datas cívicas e religiosas, essas pessoas se reuniam com familiares e vizinhos para participar de atividades oferecidas pelo Poder Público ou pela Igreja, principalmente quando aconteciam em ruas e praças. Essas comemorações reuniam elementos fundamentais da cultura uma vez que integram os modos de comunicação, tempo e espaço social.
Apesar do pouco movimento da cidade, a circulação dos bondes elétricos facilitava a locomoção e socialização da população, tendo em vista que os automóveis particulares eram raros. A cidade de Vitória, apesar de provinciana, já tinha em funcionamento: a Biblioteca Pública, o Bispado(8), o Congresso, a Corte de Justiça, o telégrafo. Na década de 1920, as atividades comerciais e industriais começaram a ocupar lugar de destaque gerando novos empregos. A industrialização permitiu a ascensão social das pessoas envolvidas nesse processo.
A revista Vida Capichaba, em sua edição comemorativa (2003, p. 5), reafirma a descrição da cidade de Vitória na década de 1920:
A cidade de Vitória tinha duas cancelas, uma próxima ao Clube Saldanha da Gama, e outra na região da Vila Rubim, que dividiam a cidade da área rural. Tempo em que o bonde era o principal transporte, inclusive levando os defuntos para o Cemitério de Santo Antônio. Com suas ruelas estreitas e movimentadas, praças com árvores seculares e construções luxuosas, a capital abrigava a elite do Estado.
A cidade de Vitória apresenta topografia acidentada, pontuada por morros, e a parte onde se situa o centro de Vitória é chamada de Cidade Alta.(9) O centro e o Parque Moscoso eram tidos como áreas nobres e concentravam as residências das pessoas da elite. A Praça Oito de Setembro e a Praça Costa Pereira eram frequentadas, aos sábados, por jovens da classe média e, aos domingos, pelos jovens das famílias mais ricas, que passeavam nas praças.
A sociedade capixaba estava impregnada de valores conservadores relacionados com questões de identidade social, como a família, com responsabilidades diferenciadas entre o casal. Também comungava com a Igreja a permanência da união conjugal.
• o homem era o provedor da família e protetor da mulher, que tinha sob a sua responsabilidade a educação dos filhos;
• a fé religiosa deveria estar presente na sociedade, como princípio básico de sua estrutura;
• a mulher da "alta sociedade" deveria estar sempre bem vestida, arrumada, de bom humor e cuidar de sua aparência física, a fim de agradar ao esposo. A sua saúde não deveria ser abalada, para não colocar em risco o relacionamento do casal. O casamento era perpetuado tendo a fidelidade como princípio.
Fazia parte da educação das crianças a obediência e o respeito, numa forma hierarquizada às autoridades, familiares e a pessoas "mais velhas".
As mulheres, no decorrer dos anos 1920, eram fotografadas, na maioria das vezes, em companhia do marido, filhos e, algumas vezes, em companhia de amigas. As fotografias nos oferecem recortes da realidade de acordo com as formas pelas quais as sociedades se permitiram representar. A produção do registro fotográfico obedece ao universo simbólico de cada grupo social, cultural e profissional.
Nas fotografias das famílias ricas, os filhos, quando numerosos, eram colocados enfileirados, com os maiores na retaguarda dos menores. Os bebês estavam sempre no colo das mães. As fotos dão a ver a formalidade dessas pessoas, mesmo retratadas em ambiente doméstico e mostram como se posicionam de forma protetora na "arrumação" da família para o retrato, deixando nítida a questão da ordenação e da disciplina, com resquícios da sociedade do Brasil-Colônia.
As roupas femininas caracterizavam-se por saias com comprimento abaixo dos joelhos, blusas geralmente com mangas e golas, transmitindo pudor e recato. As roupas de banho tinham pequenos decotes e o comprimento era um pouco acima dos joelhos. Somente em 1929, as mulheres mostram mais as pernas, usando maiôs um pouco mais curtos.
As fotografias das mulheres mostram seus rostos cálidos, com os semblantes serenos e o olhar vago, dando sentidos e significados que repercutiam em sua identidade. As sobrancelhas finas e os lábios bem torneados e pintados com batom completavam a maquilagem já iniciada com o pó de arroz. Usavam brincos, cordões e colares como complemento. Às vezes, nas fotografias, apresentavam um sorriso discreto.
As propagandas "vendiam" produtos para tratamento e embelezamento da mulher, como o Creme Pollah, que fazia desaparecer "todas as rugas, as asperezas da cutis", tornando a pele "mais clara e úmida".
O homem deveria ter uma boa "aparência". Os anúncios induziam os homens a usar produtos para o tratamento da calvície. Não faltavam produtos milagreiros para estimular o crescimento e fazer "voltar os cabellos à cor natural em menos de oito dias". Era a única sugestão oferecida aos homens, presumindo-se que os não calvos eram esteticamente perfeitos e que existia solução para aqueles que almejavam alcançar a perfeição. Como fonte documental, a fotografia,(10) pode facilitar a compreensão de questões relativas à determinada época, porque permite múltiplas possibilidades de investigação, constituindo um leque de informações para o pesquisador, e "[...] de todas as estruturas de informação a fotografia seria a única a ser exclusivamente constituída por uma mensagem 'denotada' que esgotaria totalmente seu ser; [...] a descrição de uma fotografia é, ao pé da letra, impossível [...]" (BARTHES, 1990, p.14). A imagem visual vai além dos limites da palavra escrita, convertendo-a em uma forma específica de comunicação. A fotografia, numa reportagem de uma revista, ou de um periódico, pode se constituir num testemunho da realidade.
Nesse contexto, apesar de a mulher ser considerada de "sexo frágil", havia um outro olhar, permeado pela modernidade, que completava a personalidade dessa mulher, acrescentando nelas outras qualidades, além das de mãe e esposa: era a coragem no enfrentamento do dia-a-dia, cuidando da casa e dos filhos e suportando, com o marido, os reveses, como as doenças na família, falecimento de um parente próximo, perseguições políticas ao marido demandadas pela política local a mercê do coronelismo(11) visível na década de 1920. Nesse tempo, a configuração da sociedade local era perpetuada por um colégio eleitoral assentado em ideologias políticas oriundas do sistema coronelista que se caracterizava pela estrutura do poder financeiro.
A educação construía a mulher a partir de suas virtudes: conduta moral que deveria ser ilibada, responsabilidade na formação de caráter dos filhos, exemplar desempenho no magistério — profissão aprovada pela sociedade, porque lhe sobrava tempo para se dedicar à família. Enfim, a imagem da mulher era construída com um misto de doçura, coragem e paciência.
Um agravante preocupava a situação econômico-financeira no final dos anos 1920. As novas situações políticas após 1930, que perduraram até 1945, anunciavam profundas transformações no País. Durante a presidência de Washington Luís (1926-1930), a economia capitalista deparou-se com a crise de depressão que, em 1929, eclodiu nos Estados Unidos, culminando com a falência da Bolsa de Valores, em Wall Street, Nova York repercutiu em todo o mercado internacional e desorganizou a economia brasileira(12).
A Revolução de 1930 pôs fim ao ciclo político e econômico do café. O capitão Punaro Bley assumiu o Governo do Espírito Santo na condição de interventor, nomeado pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, ficando no poder até 1934. Sua administração no Estado foi prorrogada por eleições indiretas (Constituição de 1934) até o ano de 1943.
REFERÊNCIAS:
ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO. Muito prazer!. Vitória, 2005.
BARRETO, Sônia Maria da Costa Barreto. Políticas educacionais no Estado do Espírito Santo (1900-1930): um olhar histórico. Vitória: EDUFES, 1999.
BARTHES, Roland. A câmara clara. Tradução de Júlio Castarion Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
CALIXTE, Marien. Evocação de Vitória. Revista Você, Vitória, ano 1, p. 17-29, 1992.
FOERSTE, Gerda Margit Schütz. Leitura de imagens: um desafio à educação contemporânea. Vitória: EDUFES, 2004.
FRANCO, Sebastião Pimentel. Do privado ao público: o papel da escolarização na ampliação de espaços sociais para a mulher na Primeira República. 2001. 297 f. Tese (Doutorado em His tória de Educação) - Faculdade de Filosofia, Letras e História da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
PACHECO, Renato. Os dias antigos. Vitória: EDUFES, 1998.
QUATROCENTOS e cinquenta e um anos de história: Vitória antiga. Vitória: Copy Express, [19—]. 1 CD-ROM.
REVISTA VIDA CAPICHABA . Vitória, n. 95, jul. 1928.
REVISTA VIDA CAPICHABA . Vitória, n. 192, set. 1929.
REVISTA VIDA CAPICHABA . Vitória, n. 198, out. 1929.
VASCONCELLOS, João Gualberto Moreira. A invenção do coronel. Vitória: UFES: Secretaria de Produção e Difusão Cultura, 1995.
NOTAS
1. No início do século XX, o Espírito Santo ainda apresentava um quadro administrativo com características de província. Presidiram o Estado, de 1920 a 1929: Nestor Gomes (23-5-1920 a 22-5-1924), que assumiu o Governo do Estado, após intensas divergências políticas pontuadas pela instalação da República. Florentino Avidos (23-5-1924 a 29-6-1928), engenheiro por formação, instalou na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, a Usina da Luz e, posteriormente, outras obras importantes: a estrada de ferro que liga Espírito Santo e Rio de Janeiro, o viaduto do Soturno considerado uma obra-prima nacional, e as Cinco Pontes, ou Ponte Florentino Avidos que ligou a ilha de Vitória ao continente. Aristeu Borges de Aguiar (30-6-1928 a 15-10-1930), advogado e professor, exercera o cargo de secretário da Instrução Pública no período de 1914 a 1928, com resultados positivos no que diz respeito aos estabelecimentos de ensino, alunos e frequência nas escolas. A sua saída do Governo foi antecipada com a deflagração do movimento revolucionário de 1930.
2. Estudos preliminares sobre a construção do porto foram elaborados pelo engenheiro Milnor Roberts.
3. "Não há Vitória sem porto de Vitória. O cais é a casa que a cidade fez para abrigar seu pedaço azul de Atlântico, irmão de águas do rio Santa Maria. Diga aí onde encontrar uma ilha com água doce de um lado e salgada do outro? Com dez navios, a baía de Vitória é menor que o sentimento do seu primeiro senhor, quatrocentos anos atrás" (CALIXTE, 1992, p.12).
4. A imigração foi elemento importante na alteração do mercado de trabalho e das relações trabalhistas, e representou nova modalidade de força de trabalho, qualitativamente diferente daquela formada nos quadros da produção escravagista. Este fato vai explicar o aparecimento de novos sentimentos, idéias e valores no processo de integração social.
5. Dentre as principais indústrias implantadas durante o governo de Jerônimo Monteiro, se destacaram a fábrica de tecidos localizada no bairro de Jucutuquara, em Vitória.
6. O Melpôme foi apelidado de 'teatro de pau', por sua construção em madeira.
7. Foi inaugurado em 22 de maio de 1896, com capacidade para 800 pessoas. Teve o privilégio de apresentar ao público peças de companhias cariocas e paulistas. Foi restaurado após um incêndio em 1924 e demolido em 1925. Ficava no centro da Capital, nas proximidades do Teatro Carlos Gomes.
8. A Diocese do Espírito Santo foi criada em 15 de novembro de 1895 pelo decreto Santíssimo Domino Nostro, do Papa Leão XIII. (Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo muito prazer, 2005, p. 2). Na década pesquisada, Dom Benedicto Paulo Alves de Souza foi bispo dessa Diocese. Permaneceu no período de 1918 a 1933.
9. A cidade foi sede das atividades políticas. Aí se instalaram: o Palácio Anchieta (sede do governo), os prédios da Assembleia Legislativa e Capitania dos Portos.
10. Divulgada oficialmente, pelos franceses, em 1839, pela Academia de Ciências Francesa, a fotografia, por muito tempo, serviu tão somente para fornecer modelos aos gravadores e litógrafos. A grande tiragem das fotografias se deu por meio da fotografia química, em 1850. No Brasil, chegou com a família real. D. Pedro, um grande admirador das artes adquiriu uma das primeiras câmeras que se têm notícias e contratou profissionais para fotografar o país. Era uma das grandes novidades surgidas no final do século XIX.
11. O coronelismo teve origem nos tempos da colônia com os "homens bons", que eram os grandes latifundiários ou mineradores. No Império, esse poder local foi fortalecido pela Guarda Nacional, cujos comandantes, os chamados coronéis, eram elementos das classes dominantes que ao poder econômico acrescentavam o poder político militar. Em sua região, cada coronel arranjava empregos e os mais variados benefícios para elementos da sua clientela, tornando-se compadre de uma infinidade de pessoas. Nessa estrutura do favor e do compadrio, os protegidos de um coronel a ele deviam principalmente a fidelidade política, manifestada, em especial, no momento das eleições. Sobre o coronelismo no Espírito Santo, ver A Invenção do Coronel, de João Gualberto M. Vasconcellos (1995).
12. Ainda estimulada pelo Governo Federal, a produção de café alcançara 28 milhões de sacas anuais, enquanto a exportação continuava em franco declínio. O Espírito Santo, como os demais Estados, também sofreu as consequências em sua política econômica pautada no seu principal produto, o café, uma vez que as atividades industriais não eram suficientes para manter um padrão significativo na economia.
Fonte: Vitória, Cidade Sol – Escritos de Vitória nº 25, Academia Espírito-Santense de Letras e Secretaria Municipal de Cultura, 2008
Autora: Sonia Maria Barreto
Nasceu em Vitória, em 1943. Formada em História. Mestre em Educação. Doutora em Comunicação e Semiótica. Pertence à AFEL.
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2020
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