1896-1900 – Graciano dos Santos Neves
Que sucedeu a Muniz Freire – recebeu o Estado em quadra difícil, quando o café sofria terrível queda de preço, abalando, até os alicerces, a economia e o comércio capixabas.
O primeiro cuidado do novo presidente foi suspender as obras planejadas pelo antecessor, exceção feita de umas raras, entre as quais as da viação férrea, dada a preocupação de levar os trilhos às zonas de produção. Embora a conjuntura obrigasse o governo à mais rígida economia e discrição nos empreendimentos, Santos Neves foi aos extremos, impressionado, talvez, com os sintomas da crise que ameaçava explodir sobre o país.(22) Sua orientação, entretanto, desagradou aos correligionários políticos e, para não criar embaraços ao Partido que o elegera – o Republicano Construtor – renunciou,(23) entregando o poder ao substituto legal – o vice-presidente Constante Gomes Sodré.
De acordo com a Constituição do Estado – e uma vez que não haviam decorrido dois anos da posse do presidente renunciante – procedeu-se a nova eleição, recaindo a escolha em José Marcelino Pessoa de Vasconcelos(24) que, em 1900, passou o governo a Muniz Freire, novamente distinguido pelo eleitorado para a mais alta magistratura do Estado.
NOTAS
(22) - “Iniciou o governo em período agudo de grande escassez de renda o ilustrado Presidente Dr. Graciano Neves. S. Excia., sem contar com recursos suficientes para custear despesas ordinárias, viu-se obrigado a renunciar o mandato para não criar embaraços ao Partido que o elegeu, e do qual era chefe supremo o seu grande amigo Muniz Freire, a esse tempo em Paris, no desempenho de importante comissão, mais ainda porque os situacionistas se tornaram enciumados, uns e exigentes outros, não se submetendo, ao mesmo tempo, a sofrerem, resignados, cortes salvadores de que havia cogitado Graciano Neves, sem o que (salvo novo empréstimo, no caso feito com desvantagem para o Estado) jamais poderia equilibrar as finanças do Espírito Santo, em seu malogrado governo...” (JOSÉ CÂNDIDO, Governos ES).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, setembro/2017
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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