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A Iluminação Pública - Por Areobaldo Lellis Horta

Parque Moscoso, 1912. Coreto original e o busto de Henrique Moscoso ao centro. A Santa Casa de Misericórdia ao fundo - Fonte: Memória Capixaba

Vitória tem experimentado todas as variedades de iluminação, avançando ou retrocedendo conforme as circunstâncias de ocasião.

Quando ainda o Brasil estava sob o domínio lusitano, a 1° de fevereiro de 1817, era lavrado com João Teixeira Maia o primeiro contrato para a iluminação da cidade a azeite de mamona, devendo ser empregados neste serviço, quarenta lampiões, além dos que tivessem de ser utilizados nas repartições públicas. Nas noites de luar, não seriam eles acesos, pagando o Governo, por semelhante serviço, a quantia mensal de quatro mil quinhentos e cinquenta réis, correspondendo hoje a quatro cruzeiros e cinquenta e meio centavos. Mais tarde, quando já éramos país autônomo, foi pela lei provincial n° 30 de 1864, autorizado o governador da Província a contratar com Adrião Nunes Pereira e Francisco Rodrigues Pereira, a iluminação a querosene, serviço que, mais adiante, passou a cargo de Manuel Pinto Aleixo.

Foi suspensa a iluminação a querosene em 1864, para ser contratado com Manuel da Costa Madeira o serviço a gás, por ser a melhor proposta. Por esse contrato, obrigou-se o proponente a empregar duzentos focos de iluminação, tendo-se inaugurado o novo serviço em 1° de março de 1879. O gasômetro foi construído na Rua da Capixaba, em local de propriedade do contratante. Não chegou a um decênio o uso desse processo de iluminação, sendo substituído por querosene, marcando assim uma fase de retrocesso nesse serviço.

Como sempre, nas noites enluaradas, não eram acesos os lampiões públicos, sendo empregados os de tipo Belga.

Lembro-me bem do operário que, pela manhã, percorria a cidade, carregando ao ombro a escada e às mãos a lata de querosene, a fim de proceder à limpeza dos lampiões, e que voltava ao anoitecer, para o trabalho de acendê-los. Morava ele na Rua do Egito, em pequena casa, esquina com o beco que dava passagem à Barreira de São Gonçalo. Homem gordo, de rosto grande, tinha a alcunha de Claudino Bochecha.

 

Fonte: A Vitória do meu tempo – Academia Espírito-Santense de Letras, Secretaria Municipal de Cultura, 2007 – Vitória/ES
Autor: Areobaldo Lellis Horta
Organização e revisão: Francisco Aurelio Ribeiro
Compilação: Walter de Aguiar Filho/ maio/2020

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