Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Ainda Vasco Coutinho Filho

Guerreiro preparado para o combate

Descimento de índios – O que não cessava nunca era o descimento dos índios. Em 1573, Belchior de Azeredo fez uma excursão pelo interior levando a guerra às tribos inimigas. Em sua companhia, vieram para o litoral, voluntariamente, mais de duzentos.(35) De outra feita, em 1575 ou 1576, um padre da Companhia desceu mil índios do sertão.(36) Aqui, como alhures, eram aproveitados pelos jesuítas nos trabalhos das suas lavouras.

Nova arremetida dos franceses – Em 1581, quando três naus francesas investiram contra a capitania, foram os catecúmenos aldeados pelos inacianos que saíram a campo em defesa da terra, matando e ferindo a muitos dos assaltantes. “Os moradores, atemorizados, não acharam quem os defendesse senão quase só, diz Anchieta, os índios das aldeias jesuíticas”.(37)

Também os ingleses experimentam – Dois anos depois, coube aos ingleses pregar um susto a Vasco Coutinho (filho) e sua gente. Surgindo frente ao Espírito Santo, as três naus de que se compunha a expedição dispararam às doidas e fizeram-se de novo ao Oceano.(38)

Nesse mesmo milésimo de 1583 irrompe “grave discórdia entre o governador e o povo”. A intervenção conciliatória de Anchieta pôs fim ao conflito,(39) cujos motivos ficaram ignorados.

 

NOTAS

(35) - LEITE, HCJB, I, 232.

(36) - Brasiliae Historia 1549-1599, apud LEITE, HCJB, I, 232.

– O padre HÉLIO VIOTTI, narrando a vida de Diogo Fernandes, também jesuíta, informa que este “entrara sete ou oito vezes pelo sertão, entradas até de 180 léguas e das quais uma delas durou oito meses, descendo das montanhas dos atuais Estados de Minas e Goiás, para a orla marítima quantidade de mais de dez mil almas” (Anchieta, 215).

– Diogo Fernandes é o primeiro padre da Companhia de Jesus nascido no Brasil. Os assentamentos da Ordem davam-no natural de Porto Seguro. Posteriormente, porém, fixaram o Espírito Santo como sua terra natal. SERAFIM LEITE reuniu os dados essenciais de sua biografia no capítulo 5 (Primazias, das suas Novas Páginas de História do Brasil).

(37) - Apud LEITE, HCJB, I, 219.

(38) - LEITE, HCJB, I, 219.

(39) - LEITE, HCJB, I, 225. Embora se aceite, em princípio, a informação veiculada pelo padre Serafim Leite, de que a rusga entre Coutinho (filho) e seus jurisdicionados fora sanada por Anchieta, recorde-se que, naquele ano, isto é, em 1583, Anchieta devia estar no Rio de Janeiro, segundo a biografia da lavra de Simão de Vasconcelos. Entretanto, cumpre acentuar, ainda uma vez, que Serafim Leite é a maior autoridade contemporânea em assuntos ligados à história jesuítica no Brasil.

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, junho/2017

Vasco Fernandes Coutinho

Vasco Coutinho velejando para o Brasil

Vasco Coutinho velejando para o Brasil

Vendeu tudo, contraiu dívidas, arregimentou os irreconciliáveis sessenta colonos e, com criados e fâmulos, empinou as velas do "Glória" em busca de seu "vilão farto"

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Vasco Coutinho volta ao Brasil, ano de 1555

O navio em que Coutinho regressou ao Brasil tocou em Pernambuco e, com certeza, era de sua propriedade

Ver Artigo
Os Donatários - Por Amâncio Pereira

Coube a do Espírito Santo, descoberta em 1525, a Vasco Fernandes Coutinho, conforme a carta régia de 1.º de junho de 1534

Ver Artigo
Pobre Vasco! - Por Francisco Aurélio Ribeiro

Enfim, passa da hora de reabilitar o nome de Vasco F. Coutinho e de lhe fazer justiça

Ver Artigo
Regresso do donatário Vasco Fernandes Coutinho

Talvez o regresso se tivesse verificado em 1547, na frota mencionada na carta de Fernando Álvares de Andrade, ou pouco depois

Ver Artigo
Vasco Fernandes Coutinho Filho e D. Luiza Grimaldi

Concluo, dos nobres que aportaram à Capitania do Espírito Santo, ser ela a de melhor e mais pura linhagem

Ver Artigo