Ano de 1841 – Por Basílio Daemon
1841. Levanta neste ano o presidente José Joaquim Machado de Oliveira seis cartas topográficas da província. Este presidente muito se interessou por ela, como ainda provam os seus trabalhos técnicos e literários, que aí correm com seu nome.(512) Estas cartas descrevem: duas a baía e barra da Vitória, três o Rio Doce, seu território e barra do mesmo rio e outra a cidade de São Mateus.
Idem. Sendo exonerado a 2 de abril deste ano [do cargo] de presidente desta província o bacharel José Joaquim Machado de Oliveira é nomeado por carta imperial da mesma data o bacharel José Manoel de Lima, que tomou posse da administração em outubro deste mesmo ano. Aqui notamos em diversos escritos a confusão havida na data da nomeação e posse deste presidente, o que nota-se pelos que foram nomeados anterior e posteriormente.(513)
Idem. Fina-se nesta capital, a 25 de junho deste ano, o ex-alferes Aires Vieira de Albuquerque Tovar, que nesta capital ocupou diversos cargos de eleição popular e de nomeação do governo, tendo sido deputado provincial em diversas legislaturas. Assentando praça ainda moço, chegou ao posto de alferes ajudante. Em um levante da Tropa de Linha do Batalhão nº 12 a que pertencia, dado a 23 de setembro de 1831, foi envolvido e comprometido na sedição, respondendo a Conselho de Guerra e sendo pronunciado seguiu para a Corte onde envolveu-se ainda na revolução de 3 de abril de 1832. Tendo sido absolvido no júri da Corte em 24 de agosto de 1833, foi enviado para esta província, onde foi também absolvido em 1834 quanto à primeira sedição. Pediu demissão do exercício e entregou-se à vida da lavoura, então já casado com a respeitável Sra. D. Córdula, que ainda hoje existe. Foi o alferes Aires Vieira de Albuquerque Tovar quem mandou vir a primeira tipografia que houve nesta província. Moço de talento e alguma instrução, gozou de geral estima, já por sua lhaneza como por seu caráter severo e patriotismo reconhecido. Era filho do governador Manoel Vieira de Albuquerque Tovar. Seu companheiro de armas e com ele envolvido nas sedições, o major Manoel Carvalho da Fonseca, aqui casado nessa época com D. Maria Ortiz, descendente da célebre heroína desse nome, ainda hoje existe, afazendado em Marcos da Costa no Pati do Alferes.
Idem. Pelos serviços prestados como patrão-mor da barra da Vitória, é nomeado em 22 de julho deste ano, por S. Majestade o imperador, para mestre-de-nau de número efetivo Narciso José Teixeira.
Idem. É nomeado para 1º auditor da gente de guerra desta província, por carta de 9 de julho deste ano, o chefe de Polícia e juiz de direito desta comarca Francisco Jorge Monteiro.
NOTAS
(512) Machado de Oliveira, Notícia sobre a estrada, que da província do Espírito Santo segue para a de Minas.
(513) Segundo Vasconcelos, a data da posse do presidente José Manoel de Lima seria 27 de abril de 1841. [Ensaio, p. 64-5]
Nota: 1ª edição do livro foi publicada em 1879
Fonte: Província do Espírito Santo - 2ª edição, SECULT/2010
Autor: Basílio Carvalho Daemon
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2018
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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