Doutrina e prática de Frei Pedro Palácios
"Todos os domingos, dias santos e festas maiores da Igreja, saía do retiro da sua Penha, e indo até a residência dos padres jesuítas na vila da Vitória, ali se confessava com o Padre Brás Lourenço, primeiro que achou, e com os mais que se lhe foram seguindo, com atos de verdadeiro penitente, comungava com afetos de consumado justo, ouvia missa com devoção, e daí se retirava para o seu domicílio. Nestes mesmos [dias], pela tarde, e nos mais por muitas vezes, o seu exercício era pregar ao povo pelas ruas, doutrinar aos meninos nos mistérios da fé, e persuadir a todos a que jejuassem se confessassem e fizessem penitência de suas culpas, para alcançarem de Deus o perdão delas, e este era o tema comum e assunto geral de sua doutrina e práticas, assim públicas como particulares. Para elas se vestia de sobrepeliz com uma Cruz nas mãos, e acompanhado dos meninos do lugar e da Vila, assim Velha como da Vitória, corria todas as suas ruas com um tão entranhável como conhecido zelo do bem das almas.
"Outras vezes, [...] saía a pedir esmolas, e tendo aquela que julgava precisa para os dias em que se havia de ocupar em outros exercícios, e não podia tornar à vila ou acudir com elas à necessidade de outros pobres, não aceitava mais nada, ainda que para isso fosse importunado.
"Quando saía do seu monte para a vila, desembarcando no porto dela, o primeiro caminho que seguia era o da Igreja matriz, a adorar o Santíssimo Sacramento, o que fazia com a boca em terra, por grande espaço, e uma dilatada e devota oração, a qual acabava, ia direito à casa do pároco, e posto de joelhos lhe beijava a mão, tomava a bênção, pedia licença para continuar com o seu exercício. de pedir esmola ou fazer a sua doutrina." [Crônica, in Correio da Vitória, n. 72, 1872].
Fonte: História Popular do Convento da Penha, 3ª edição 2008
Autor: Guilherme Santos Neves
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2016
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