Eletrificação rural começou com a criação da Escelsa
A partir de 1968, com a absorção pela Eletrobrás da concessionária de energia elétrica que controlava maior parte do território espírito-santense, teve início o programa de eletrificação rural no Estado, com a execução de projetos nos seguintes municípios da região Norte: Nova Venécia, São Mateus, Conceição da Barra, Mantenópolis, Boa Esperança, Pinheiros, Barra de São Francisco, Montanha, Ecoporanga e Mucurici.
Nota-se, porém, que a evolução das propriedades ligadas até 1975 foi muito modesta, posto que apenas 943 consumidores foram ligados no período, além do baixo aproveitamento das redes onde apenas estavam ligados 0,33 consumidores por quilômetro. Até meados da década de 70, a maior preocupação era o atendimento de aglomerados populacionais situados na área rural, ficando em segundo plano o atendimento voltado às propriedades, justificando em parte o baixo aproveitamento das redes.
Intensidade
A partir de 1976, contando com o apoio decisivo do governo e da Eletrobrás, teve início de forma intensiva a existência de programas voltados quase que exclusivamente à eletrificação de propriedades rurais, em grande parte voltada para o adensamento, sem contudo deixar de se implantar novas linhas tronco. Essa prática fez com que em 1979 o atendimento alcançasse 4.833 consumidores rurais, elevando-se o aproveitamento das redes para 1,05 consumidores por quilômetro.
Desde então, pela continuidade do aporte de recursos do governo do Estado para programas no campo, registrou-se que até 1984 o Espírito Santo obtinha uma taxa de atendimento de 28,4% das propriedades eletrificadas, sendo a média brasileira de 17%. Ao final de 1984, o Estado possuía 16.611 consumidores rurais beneficiados com energia elétrica.
Vale destacar que a eletrificação rural foi iniciada no Estado juntamente com os serviços de eletrificação urbana. Para atendimento ao campo, eram utilizadas linhas de distribuição, que, partindo de uma subestação da localidade, tinha por objetivo atender localidades vizinhas. Assim, os proprietários interessados e aqueles por cujas propriedades passavam as linhas, montavam seus transformadores e eram ligados.
Foi em fins de 1971 que o governo estadual iniciou uma política de aplicação de quotas do Imposto Único sobre Energia Elétrica — IUEE — no setor rural, transferindo à Escelsa para a construção da linha tronco. Ao mesmo tempo, a Empresa Luz e Força Santa Maria passaram a construir linhas rurais na sua área de concessão, utilizando financiamento do Estado e recursos de outras fontes. Esse mecanismo fez com que, em 1975, existissem 2.500 quilômetros de linha tronco na concessão da Escelsa e 643 quilômetros na área de concessão da Santa Maria.
Realidade hoje
Atualmente existem cerca de 6.500 quilômetros de linha tronco na área de concessão da Escelsa, empresa subsidiária da Eletrobrás, da qual o Estado é o segundo acionista. Na área de concessão da Santa Maria, empresa particular, estão construídos no momento cerca de 1.264 quilômetros de linha tronco.
Há um espaço enorme a ser ocupado na eletrificação rural pois o assunto não se esgota com a implantação de redes de distribuição, isto porque, apesar do paradoxo, a partir da disponibilidade de energia na propriedade, um outro trabalho deve ser desenvolvido, visando basicamente a mudança de hábitos, uso de equipamentos, utilização racional da energia e outros.
De um modo global, no Espírito Santo hoje estão atendidas 35% das propriedades. Há, portanto, necessidade de recursos contínuos sendo que, comprovadamente, a participação financeira do proprietário rural não deve ser a maior, implicando, pois no aporte de recursos substanciais e contínuos por parte do setor público.
Em execução, 480 mil quilômetros de linhas
Até março de 1987 o Espírito Santo terá ao todo 11.360 quilômetros de linhas de eletrificação rural. Atualmente, existem cerca de 8.41 quilômetros eletrificados, estando em execução mais 484 quilômetros. Somente de março de 1983 a março de 1987 o governo do Estado realizará segundo sua meta, cinco mil quilômetros de obras de eletrificação rural.
As informações são do ex-secretário de Estado do Interior e dos Transportes, Sérgio Ceotto, a quem coube projetar todo o programa de eletrificação do governo Gerson Camata e dirigir a execução da maior parte desse programa. O cumprimento de todo o plano implica no atendimento de mais 16.129 consumidores rurais em terras capixabas, representando um percentual de 25,6% de incremento de propriedades eletrificadas entre março de 83 e março de 87.
No início do atual governo, segundo Sérgio Ceotto, o Espírito Santo contava com aproximadamente 10.000 consumidores rurais ligados na área de concessão da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas) e com 5.055 na área de concessão da Empresa Luz e Força Santa Maria. Até 31 de dezembro de 1982 o Estado possuía 6.360 quilômetros de linhas de distribuição rural.
Em dezembro de 1985 o número de consumidores rurais na área da Escelsa passou para 20.438 e na área de concessão da Empresa Luz e Força Santa Maria para 6.315. A meta prevista para o final do governo, conforme Ceotto será o atendimento de 32.503 consumidores rurais em todo o Estado, representando um índice de 51,6 de propriedades rurais eletrificadas no Espírito Santo.
O custo médio por quilômetro de linha de distribuição rural realizado pela Escelsa foi de Cz$ 30 mil para rede monofásica. Algumas prefeituras executaram também, através de convênio com o governo do Estado, linhas a custos inferiores a isto, conseguidos através de mutirão e utilização de materiais alternativos, inclusive postes de madeira. Sistemas alternativos, como o monofilar com retorno por terra, foram utilizados pelas prefeituras de Castelo e São Gabriel da Palha a um custo médio de Cz$ 4.500,00 e Cz$ 12.200,00.
Outro aspecto destacado por Sérgio Ceotto é que no período de um ano, de fevereiro de 1985 para fevereiro de 1986, aumentou em 72% o consumo de energia rural no Espírito Santo. No mesmo espaço de tempo, o número de consumidores rurais cresceu de 13.884 para 21.326, totalizando 54%.
— Os números dão bem uma idéia do esforço em prol da eletrificação rural neste Estado, afirma Sérgio Ceotto. E completa: enquanto o consumo de energia rural aumentou em 72% de fevereiro a fevereiro, no mesmo período o comercial aumentou apenas 10%, o industrial 14%; da mesma forma, de fevereiro de 85 a fevereiro de 1986, enquanto o número de consumidores rurais cresceu em 54%, o número de consumidores no setor comercial cresceu só 9% e no setor industrial apenas 7%.
Fonte: A Gazeta, 10/04/1986
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2015
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