Hitler vigiava alemães no Estado
Ditador da Alemanha enviou pesquisadores à região serrana para verificar se os colonos tinham perdido a "pureza racial"
ADOLF HITLER queria disseminar no mundo a ideologia nazista e enviou pesquisadores ao Espírito Santo
A ideologia racista difundida pelo chanceler Adolf Hitler ecoou no Espírito Santo às vésperas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em 1936, o ditador enviou pesquisadores às colônias alemãs na região serrana do Estado para investigar as condições de vida e se os imigrantes haviam se "misturado" à população nativa. Tudo dentro da lógica de querer conquistar o mundo.
Convicto de que os brancos eram superiores aos de outras raças, Hitler temia que os alemães que viviam nos trópicos, a partir de 1847, contribuíssem à derrocada do seu plano de garantir a "supremacia branca" na Terra.
Para isso, financiou uma expedição científica ao Brasil liderada pelos pesquisadores Gustav Giemsa e Ernst Nauck, do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo (Alemanha).
Entre março e maio de 1936, a missão deles foi conferir se os colonizadores mantiveram as características que os distinguiriam como únicos ou se sofreram modificações “negativas” pelo ambiente ou pela miscigenação.
Segundo André Felipe Silva, da Casa Oswaldo Cruz/Fiocruz, um dos autores de uma pesquisa sobre o tema, a questão da aclimatação dos imigrantes ganhou força na Alemanha, dos anos 1930, mobilizando médicos e antropólogos.
“A manutenção da pureza racial figurou como fundamental nas discussões sobre a aclimatação nos trópicos”. Hitler, com sua política expansionista, ainda tinha vontade de saber como estavam territórios em outras partes do mundo – para uma possível dominação – e como poderia difundir o nazismo.
No relatório entregue ao chanceler, Giemsa e Nauck frisaram que o caso do Estado era importante por ser praticamente um dos únicos contextos onde os alemães não se miscigenaram com nativos, havendo, nas palavras dele, sucesso na adaptação.
O historiador Joel Velten, de Domingos Martins, na região serrana, disse que a miscigenação não ocorreu nas primeiras décadas da colonização por razão econômica.
“Quando dom Pedro II trouxe os imigrantes, deixou claro no contrato que eles não deveriam usar mão de obra escrava. Com a cláusula, não houve convívio entre brancos e negros e, então, não houve casamentos inter-raciais”, frisou Velten.
Curiosidades
Intercâmbio
A expedição de Giemsa e Nacuk ocorreu em um período em que Brasil e Alemanha intensificavam relações. No ano de 1936, as representações diplomáticas foram mutuamente elevadas à categoria de embaixadas, resultado do estreito intercâmbio comercial e de políticas de cooperação no terreno militar.
Vermes
Cientistas constataram alto grau de verminoses nos colonos, em especial a ancilostomíase em crianças com idade escolar. As causas seriam o consumo de água não potável, falta de esgoto tratado e o costume dos colonos de andarem descalço e se banharem nos rios.
Ajuda
Para os cientistas, padres e pastores foram os responsáveis em regular os assuntos da comunidade, numa espécie de “autogoverno dos camponeses”, além de educadores e “guardiões dos costumes alemães”.
Altos
Os pesquisadores de Hamburgo concluíram que a estatura média das crianças capixabas de origem alemã ultrapassava a dos pequenos da Alemanha. Aqui, as crianças eram mais magras.
Bons de sono
Giemsa e Nacuk registraram que os colonos trabalhavam pesado, da infância à idade adulta, principalmente na época da colheita do café. No entanto, o desgaste físico era compensado com um “sono reparador”.
Fonte: Jornal A Tribuna – 28/06/2015
Autor: Leandro Fidelis
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2015
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