Ilhas no mar, baía e nos rios - Por Basílio Daemon
Em 1879 Basílio Carvalho Daemon publicou o livro Província do Espírito Santo, sua descoberta, história cronológica, sinópse e estatisticas. Foi uma prova de amor à terra dada por Daemon, como bem disse a coordenadora do projeto de resgate do livro (SECULT/2010), Maria Clara Medeiros Santos Neves "Província menor, na época, em todos os sentidos, ainda assim era lícito avocar-se também o Espírito Santo o direito e o dever de produzir a sua própria història".
LITORAL
A Ilha da Ascensão ou da Trindade, a 120 km da barra desta capital.
A ilha da Andorinha, perto da fazenda da Boa Vista, entre os rios Itabapoana e Itapemirim.
A de Taputera e a dos Ovos na barra do rio Itapemirim, formando esta última o ancoradouro ao lado norte.
A do Francês, entre Itapemirim e Piúma, defronte do Piabanha, assim como mais algumas pequenas em frente ao monte Agá.
As do Gambá, a do Meio e a de Fora, em frente a Piúma, as quais formam um bom e seguro ancoradouro ao lado sul das mesmas.
As ilhotas das Três Pedras, na ponta de Goiabura e a da Piranga, ao sul de Guarapari.
As ilhas ou recifes Escalvada e Rasa, em frente à barra de Guarapari e distantes 7 km da costa.
As Três Ilhas, entre o rio Uma e a barra do Jucu.
A ilha do Jucu, defronte à barra do rio deste nome.
As ilhotas ou recifes dos Pacotes, ao sul do farol da barra da Vitória, e a do Cavalo em frente à mesma barra.
BAÍA DE VITÓRIA
Ilha do Boi, antiga de D. Jorge de Meneses, na entrada da baía, hoje pertencente ao bacharel Daniel Acióli de Azevedo.
Ilha dos Frades, antiga ilha de Valentin Nunes, à entrada da baía, hoje dizem uns pertencer aos religiosos franciscanos, outros a João Inácio Rodrigues.
Ilha do Fato, que pertenceu aos Jesuítas.
Ilha dos Bodes, pertencente ao Bacharel Daniel Acióli de Azevedo.
Ilha das Andorinhas, em frente à praia Preta.
Ilha dos Papagaios, em frente a Piratininga.
Ilha da Forca, na enseada da vila do Espírito Santo, e que servira no princípio da descoberta da província de lugar onde eram punidos os criminosos.
Ilha das Cobras, em frente a Jaburuna, antiga ilha do Morro do Céu, e que pertenceu por doação a Amaro Bueno, que também foi senhor de parte das terras de Jaburuna.
Ilha de Bento Ferreira, antiga ilha do Pãozinho, e que fora de Bento Ferreira e hoje é do bacharel Rebelo.
Ilha da Pouca Fumaça, que pertenceu ao avô de um tal Matias.
Ilha de Santa Maria, de antiga propriedade dos jesuítas e hoje dos herdeiros da família Goulart.
Ihota dos Urubus, sem importância alguma AP presente.
Ilha das Pombas, em frente à pedra d’Água, tendo servido para depósito de gado.
Ilha da Boa Vista, pertencente aos Jesuítas, conhecida atualmente por Ilha do Príncipe, tendo depois pertencido ao português Joaquim Rangel e hoje a seus herdeiros, que estão em litígio.
Ilha das Flores, que pertenceu aos avós da família Passos da Capixaba, tendo também o nome de ilha do Marçal, a quem pertenceu, e hoje tem o nome de ilha da Pólvora, onde se acha um paiol nacional para depósito desse fulminante.
Ilha do Guerra, a qual pertenceu aos avós de Francisco dos Reis Grande, que obteve-a por sucessão, tendo a mesma ilha primitivamente o nome de Bela Vista, pertencente hoje a Joaquim Inácio Rodrigues, tendo sido de A.J. Machado.
Ilha de Vitória, a maior da baía, a qual teve primitivamente a nome de ilha de Santo Antônio, por ter no dia da festividade desse santo sido descoberta; posteriormente foi doada a Duarte Lemos, mudando-se então o nome para o daquele donatário. Tem esta ilha de 13 a 14 Km em sua maior extensão, e de 4 a 5 Km em sua maior largura. Nela está hoje assentada a capital da província, sendo a mesma circulada pela baía propriamente dita, o rio da Passagem e o rio Santa Maria.
Rio Doce: - Ilhas da Boa Vista, Flecheiras, Carapuça, Jacarandá, Três Ilhas, Campinho e Desejo, contidas da Regência até Linhares.
Ilhas da Oliveira, Boqueirão, Armondes, Cipó, Gado, Cruz, Palmas, Terra Alta, Piraquê, Veado, Pau Grosso, Papagaio, Pau Gigante, Santo Antônio, Buraco Fundo, Pancas, Barbado, Santa Maria, Capivaras, Poaia, São Jorge, Laje, Mutum e Esperanças, estas ilhas se acham de Linhares a Tatu.
Há ainda outras, que por serem insignificantes não as mencionamos.
Nota: 1ª edição publicada em 1879
Autor: Basílio Carvalho Daemon
Fonte: Província do Espírito Santo - 2ª edição, reeditado na Adm. Paulo Hartung, SECULT/2010
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2012
GALERIA:
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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