Máximas e histórias capixabas - Sérgio Figueira Sarkis
Tradicionalmente, somos conhecidos em todo o Brasil como gozadores e críticos de nós mesmos. Para exemplificar, cito uma máxima que, à época, causava espanto aos de fora: "Pior que Vitória, é Vitória com chuva."
Este era — e continua sendo! — um direito só nosso: falar mal da cidade. Mas, coitado do estrangeiro que resolvesse esculhambar nossa querida Capital. Uma outra segue na mesma linha: "Vitória é uma ilha cercada de lama por todos os lados e, em virtude disto, seus habitantes são todos espírito de porco."
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Título de um livro escrito por um patrício, muito conhecido naqueles anos, tendo quebrado comercialmente diversas vezes: "Falências e concordatas e suas consequências benéficas".
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Joubert Furtado era um gozador de primeira categoria. Inteligente, espirituoso, em qualquer reunião, liderava o grupo com suas piadas irreverentes e contagiantes. Um dia, indo para o trabalho, encontrou-se com um xará, alto dirigente de um órgão do Estado, com a maledicência local apontando-o como autor de irregularidades administrativas e financeiras.
— Oi, xará! Tudo bem?
— Tudo bem!
— Foi bom te encontrar. Estou precisando de um avalista para um título no banco e gostaria de solicitar seus préstimos para tal.
— Impossível.
— Poxa xará! Temos tanta coisa em comum. Meu nome é Joubert. O seu também. Tenho Furtado. Você também...
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Neném Grijó, em viagem ao Rio de Janeiro, andando distraidamente numa rua do Centro daquela cidade, esbarra num senhor e o faz cair ao chão. Mais que depressa, além de procurar ajudá-lo a se levantar, pede desculpas. Enfurecido, o senhor não aceita as mesmas, vira-se para Neném, e diz:
— Sabe com quem está falando? Eu sou contra-almirante!
E o Neném, prontamente:
— Grandes merdas. Eu sou contra Getúlio!
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Alice era uma solteirona não muito chegada a beleza. Inteligente e espirituosa, preparou-se toda para uma festa no Clube Saldanha da Gama. Comprou uma mesa e convidou umas amigas para acompanhá-la. Foi das primeiras a chegar. Baile começado, salão aberto, suas amigas começaram a ser convidadas as dançar. E ela, nada. Quatro horas da manhã, a orquestra tocando seus últimos acordes, Alice levanta-se e diz, batendo com a mão na barriga:
— Já que ninguém veio me tirar para dançar, vou embora para casa dar minha cagadinha e dormir.
Fonte: No tempo do Hidrolitol – 2014
Autor: Sérgio Figueira Sarkis
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2019
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