Os Franciscanos Guardiões da Penha – Por Norbertino Bahiense
A Penha esteve sempre em mãos dos franciscanos e somente em 1898 a Santa Sé entregou todo o seu patrimônio à administração da Mitra, a pedido do 1º Bispo do Espírito Santo, D. João Batista Correia Neri.
A partir de 1773 foram guardiães da Penha os seguintes franciscanos, além dos citados de outros dos quais não obtivemos informações:
30-1-1773 — Frei Manuel de Sto. Tomás
30-7-1774 — Frei Francisco de Jesus Camargo
13-12-1777 — Frei João da Graça
8-5-1779 — Frei Manuel de Sant'ana Carneiro
6-10-1781 — Frei Salvador de S. Lourenço Justiniano
22-2-1783 — Frei Salvador de S. Lourenço Justiniano
22-2-1784 — Frei João de Sto. Antônio
25-2-1786 — Frei João de Sto. Antônio
25-8-1787 — Frei Raimundo Pena Forte
28-2-1789 — Frei Francisco da Conceição Pinto
28-2-1790 — Frei Joaquim de Sta. Rosa Congonhas
3-3-1792 — Frei Manuel de Sant'ana Carneiro
31-8-1793 — Frei Custódio de S. Bernardo Maia
28-2-1795 — Frei Francisco da Conceição Valadares
24-9-1796 — Frei João de S. Francisco Mendonça
24-3-1798 — Frei Francisco da Conceição Sant'ana. Renunciou sendo substituído, em
20-8-1799 — Frei Vitorino de S. José Mariano
28-9-1799 — Frei José de Sta. Prudênciana Barradas
28-3-1801 — Frei Francisco de Sta. Emerenciana
2-10-1802 — Frei Francisco da Ressurreição Graça
7-4-1804 — Frei Alexandre de S. José Justiniano
5-10-1805 — Frei Joaquim de Sta. Rosa Congonhas
11-4-1807 — Frei Francisco de S. Carlos
8-10-1808 — Frei Mateus de Cristo
14-4-1810 — Frei Lourenço de S. Francisco de Paula
12-10-1811 — Frei Antônio das Neves
24-4-1813 — Frei Lourenço de S. Francisco de Paula
15-10-1814 — Frei José do Paraíso Nazaré
2-4-1816 — Frei Joaquim de Sta. Felicidade
18-4-1818 — Frei Joaquim de S. Daniel
23-10-1819 — Frei Francisco do Monte Alverne
20-10-1821 — Frei Francisco das Chagas
26-4-1823 — Frei João de Sta. Cecília
5-2-1825 — Frei João de Sta. Cecília
5-8-1826 — Frei João de Sta . Cecília
9-8-1828 — Frei Antônio de Sta. Mafalda
13-2-1830 — Frei João de Sta. Cecília, faleceu, sendo substituído em
19-5-1830 — por Frei Antônio de S. Joaquim
20-8-1831 — Frei Manuel de Sta. Fortunata
23-2-1833 — Frei Manuel de Sta. Fortunata
3-8-1834 — Frei Vitorino de Sta. Felicidade
27-2-1836 — Frei Vitorino de Sta. Felicidade
7- 4-1838 — Frei José do Patrocínio
7-10-1839 — Frei José do Patrocínio
24-4-1841 — Frei Gustavo de Sta. Cecília
31-10-1842 — Frei Vitorino de Sta. Felicidade
30-10-1847 — Frei Francisco de S. Diogo
22-5-1849 — Frei Vitorino de Sta. Felicidade
19-8-1850 — Frei João Nepomuceno Valadares
17-2-1852 — Frei João do Espírito Santo
28-5-1853 — Frei João Nepomuceno Valadares
28-11-1854 — Frei João Nepomuceno Valadares
1-3-1856 — Frei João Nepomuceno Valadares
12-9-1857 — Frei João Batista de Sta. Rosa
5(30)-3-1859 — Frei João Nepomuceno Valadares
22-9-1860 — Frei João Nepomuceno Valadares
8-3-1862 — Frei Teotônio de Sta. Humiliana
12-9-1863 — Frei Teotônio de Sta. Humiliana.
Como se vê, entre os guardiães da Penha, figurou o consagrado orador sacro Frei Francisco de Monte Alverne. Dos púlpitos do Convento ouviu-se o verbo inflamado e convincente do grande frade, em pleno vigor da vida, aos 39 anos e ainda em gozo da visão de que, infelizmente, ficou privado aos 52.
Frei João Nepomuceno Valadares, natural de Vitória, descendente da família do Condestável Torquato Martins de Araújo Malta, foi o guardião que mais tempo serviu, sendo eleito em 1850, reeleito em 1853, 1854, 1856 e novamente em 1859 1860.
Coube-lhe a honra insigne de receber, na Penha, a honrosa visita de D. Pedro II e sua Majestade a Imperatriz Teresa Cristina, acompanhados de luzida comitiva.
Depois de Frei Teotônio de Sta. Humiliana, Frei João do Amor Divino Costa assumiu a direção do Convento em 1867. Em 1870, porém, foi nomeado Vigário Provincial e depois Provincial, com sede no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, continuando sob sua direção o Convento da Penha, em Vila Velha, onde vinha algumas vezes.
Pelo natal de 1874 uma romaria de Campos, chefiada por D.ª Úrsula Maria Manhães, é recebida por ele no Convento.
Em 5 de setembro de 1877, Misael Ferreira Pena informa haver visitado a Penha graças "à bondade do Reverendo Provincial Frei João do Amor Divino Costa".
A 26 de agosto de 1894, ainda se lhe assinala a presença ali, onde recebeu festivamente o Bispo Diocesano, de Niterói, D. Francisco Rego Maia e sua comitiva.
Os últimos a registrarem o seu nome na direção da Penha, foram os que constituíram uma romaria de São João da Barra que veio ao Convento em 1° de agosto de 1896.
Nesta ocasião — ou por outra, desde a proclamação da República, Frei João do Amor Divino Costa já estava mais integrado no Rio de Janeiro do que no Espírito Santo. As suas ligações na Capital Federal, no amanhecer da República, trouxeram-lhe dificuldades. Uma delas se consubstancia quando no Convento de Santo Antônio teve, como hóspede, o grande monarquista Conselheiro Antônio Ferreira Viana e de quem o padre João Manuel se refere como "grande talento, vasta ilustração, finíssimo espírito, inexcedível e invejável bom humor."
Essa direção à distância talvez ocasionasse as falhas que motivaram ao 1° Bispo do Espírito Santo, D. João Batista Corrêa Néri, pleitear e conseguir, como conseguiu, a passagem de sua administração para o Bispado.
Fonte: O Convento da Penha, um templo histórico, tradicional e famoso 1534 a 1951
Autor: Norbertino Bahiense
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2017
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