Penúria dos cofres públicos no ES, nos anos 20 do Século XIX
As agitações políticas empolgavam todos os espíritos. Houve quase um hiato nas demais atividades. As rendas públicas caíram a ponto de se tornarem insuficientes para cobrir as despesas com o funcionalismo, o que levou o governador a pedir ao Príncipe Regente licença para dispensar alguns serventuários.(19) Sobre tal penúria, a ameaça de ser recolhida diretamente pela Tesouraria-mor do Real Erário a arrecadação dos impostos do distrito de Campos, o que viria privar a Capitania de seu maior contribuinte.(20)
Não existindo, ao tempo, prelos na terra, em lugar do jornal impresso lia-se o pasquim manuscrito. Repetidamente, em sua correspondência para os ministros de D. Pedro, o governador se queixa da linguagem e das ameaças à sua pessoa, veiculadas naqueles papeluchos.(21)
NOTAS
(19) - Ofício de três de agosto de 1821 (Gov. ES, II).
(20) - Dizia o governador constar que “alguns indivíduos da Vila dos Campos Goitacazes” solicitavam que as rendas daquele distrito entrassem diretamente na Tesouraria-mor do Real Erário. Combatendo a sugestão, Sousa Botelho escreveu “que as Rendas Reais do Distrito de Campos são as únicas, pode-se assim dizer, que a Junta da Real Fazenda desta Província tem para suas despesas indispensáveis, e para as quais nem chegam, e que conseguindo os pretendentes o deferimento como solicitam, tornar-se-á esta mesma Província uma habitação de mendigos.” Anteriormente, em 1810, fora, pela Coroa, atendida idêntica petição dos habitantes de Campos. Melhor instruído, o governo revogou o despacho (Gov. ES, II).
(21) - Gov ES, II.
– RUBIM afirma ter visto um, escrito com tinta vermelha, que dizia: “Se nesta vires trinta do corrente / Morrerás, corcunda, infalivelmente” (Memória, 351).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, dezembro/2017
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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