Praia do Ribeiro e Ilha da Baleia – Por Edward Athayde D’Alcântara
A Praia do Ribeiro deve o seu nome a um pequeno regato (ribeiro) que corria a céu aberto até a praia e hoje está sob o calçamento. A Praia é formada pela pequena enseada situada entre o Morro do Moreno e o de Santa Luzia. Bem protegida das ondas e do vento, é o abrigo de diversos barcos de pesca. Essa praia deve ser preservada porque faz parte da história da colonização do solo espírito-santense e foi o sítio escolhido para residência dos nossos primeiros donatários. Hoje bastante poluída, sem balneabilidade, recebe dejetos de diferentes procedências.
Parte do Sítio foi loteada em 1929, com o nome de Maria Grinalda e mais tarde o Governo do Estado a desapropriou para a construção do Preventório Gustavo Capanema, que depois passou a ser conhecido como Preventório Alzira Bley.
Atualmente, em parte da área estão: a residência de verão do Governador, o Centro de Reabilitação da Praia da Costa e, na Pedra da Caiçara, o Clube Libanês.
A entrada ao sítio era franca, não havia proibição. Seguindo pela Praia da Sereia, logo à frente havia uma das nascentes do Morro do Moreno, que desaguava numa lagoa à beira-mar e servia de divisa natural do Sítio.
Atravessando a lagoa e subindo a Pedra das Caiçaras, havia o caminho de acesso às praias, ao Farol e à Ilha da Baleia.
Na Ilha da Baleia existe um poço de água potável, e naquele tempo era um excelente lugar para se passar um domingo com a família. Além da água, o local era ideal para pesca e tirada de mariscos.
Também conhecida como Ilha da Praticagem ou dos Práticos, a ilha foi utilizada durante muitos anos pela Capitania dos Portos, como abrigo e ponto de apoio aos práticos que nela aguardavam ordens para conduzir o navio que chegava, desde a barra até o porto de Vitória.
No período do Brasil Império e Colônia foi considerada como ponto estratégico para defesa da Capitania, e por isso, é também de grande valor histórico.
Quando as relações de Portugal com a Espanha aqui na América estiveram ameaçadas, o presidente da Capitania do Espírito Santo, Silvestre Cirne da Veiga, em carta datada de 28/09/1735 escreveu ao Rei de Portugal sugerindo que: “para defender a entrada desta barra, a natureza a fez de sorte que me parece que com duas fortalezas ficará em termos de defensa...uma delas, e, a mais importante me parece se deve fazer em um ilhote que chamam de Baleia, que fica junto da entrada da barra, o qual ilhote tem de comprido oitenta e cinco braças... a comunicação da terra firme para o ilhote, com a circunstância que podem entrar e sair soldados sem serem notados dos navios por onde a artilharia do inimigo não pode fazer dano... Este tal ilhote tem dois morros separados um do outro, no meio fica uma baixa muito funda e nela um poço de pedra que a natureza obrou, bastante fundo com água doce que se supõe é nativa”... A outra fortaleza me parece se deve fazer na Ponta do Tagano que fica perto do Ilhote da Baleia com que se declara no Mapa esta tal ponta é tudo um rochedo que principia do mesmo mar por onde se pode fazer esta fortaleza; desta ponta se descortina a vila de Vitória com distância de mais légua e de lá se vê a fortaleza de S. João e descobre o Ilhote que pode varejar a artilharia por cima dele; nenhuma das fortalezas descobre a vila de vitória exceto a que fica pegada a dita vila; por onde me parece que a dita ponta é própria para uma fortaleza por ter as circunstancias que ensina o governador de praças e juntamente todo o navio que entra pela barra, vem buscando esta ponta e se não pode encostar para a parte da Ilha do Boi que lhe fica defronte por derem baixos”.
Nota do Site:
Procurando fazer uma analogia do texto com a foto atual do Google, chega-se a seguinte conclusão:
Observe que nas pedras submersas era onde se pretendia construir a primeira fortaleza, o canal de navegação fica muito próximo tornando a sua localização estratégica. O acesso a fortaleza seria feito pela Ilha da Baleia.
Já a segunda fortaleza, seria localizada a esquerda da foto, na Ponta do Tagano, no Morro do Moreno. Ali seria também um local estratégico para se construir uma outra fortaleza que desse proteção a um ataque ao porto.
Nada chegou a ser construído na época.
Fonte: Memória do Menino...e de sua Velha Vila, 2014
Autor: Edward Athayde D’Alcântara
Produção: Casa da Memória de Vila Velha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2020
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