Semana Santa – Por Edward Athayde D’Alcântara
Domingo de Ramos. Início da Semana Santa. Vila Velha se prepara em abstinência, com orações durante as cerimônias da Páscoa: Lava-pés, Trevas, Aleluia e Ressurreição. Em volta da Igreja do Rosário os fiéis com ramos comemoram a chegada de Jesus a Jerusalém.
Quarta- Feira, o Lava e Beija-pés. Um grupo de doze meninos nervosos, inclusive eu, à espera da cerimônia. Enquanto esperam, os meninos a todo instante examinam se os pés estão limpos, alguns trazem folhas de alecrim para esfregar nos dedos dos pés.
Quinta- Feira, saem da Igreja do Rosário, em procissão, as Filhas de Maria conduzindo o andor de Nossa Senhora das Dores. Deixando livre o centro da rua, vão em frente seguidas pelas irmandades do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Rosário.
Em outro sentido segue a procissão dos homens carregando o andor de Nosso Senhor dos Passos, em formação idêntica às das mulheres.
Completando o roteiro pré-estabelecido, as duas procissões retornam e se encontram no adro da Igreja. O padre Barros, em prédicas emocionantes, provoca o choro em muitos fiéis.
Sexta-feira da Paixão, procissão do Senhor Morto. A Verônica e as Três Maria, seguem à frente do cortejo fúnebre e no final do mesmo a banda do 3º BC executa músicas fúnebres. Uma grande emoção invade o coração dos fiéis.
Neste dia se guardava o luto na residência dos católicos. Havia família que nem varria a casa e tudo era silêncio. O pai avisava: “Olha! Todo mundo bem comportado porque vamos respeitar a Paixão de Cristo”. Se houvesse desobediência o castigo seria dado no sábado após a Aleluia. As crianças respeitavam e não lembro se algum dia nossos pais realizaram tal castigo prometido.
Sábado de Aleluia. O povo está triste e as crianças querem malhar o Judas, o traidor! Como demorava dar dez horas! Armados de paus e cabos de vassouras esperam o repicar do sino da Penha. Dá a hora, alguém sobe no poste e retira o Judas e põe fogo; as pauladas começam e um dos meninos sai correndo pela rua arrastando o Judas e os outros acompanhando, batendo até destroçá-lo.
Fonte: Memória do Menino...e de sua Velha Vila, 2014
Autor: Edward Athayde D’Alcântara
Produção: Casa da Memória de Vila Velha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2020
O Centro da Capital (Cidade alta). Atrações: - a Catedral Arquidiocesana com o seu rendilhado gótico
Ver ArtigoNa Guanabara consolidou o prestigio de compositor com a marcha-rancho “Depois do Carnaval”. Chico Lessa figura hoje como uma das grandes figuras da música popular brasileira
Ver ArtigoConstituído de uma pequena gleba de terras de um pouco mais de três alqueires e meio (173.400,00 m²), fica localizado às margens do Rio da Costa
Ver ArtigoAs 10 mais espirituosas Frase de Caminhão do Espírito Santo, 1971
Ver ArtigoEm 24 de abril de 1949, o jornalista Waldyr Menezes escreveu em A Tribuna uma reportagem sob o título: "Jardim América, um milagre residencial para Vitória".
Ver Artigo