Tributo ao Mestre - Por Altair Malacarne
Renato José Costa Pacheco; nome da pessoa que imprimiu marca profunda e definitiva em minha vida; como disse Vinícius de Morais, ‘a vida é a arte do encontro’. Um dia topei com Renato e aquele momento foi angular em minha vida; fiquei diante de uma pessoa que passou a ocupar um espaço cada vez maior entre os entes que nortearam e norteiam os segundos que comandam a nossa caminhada; pessoas que se tornam parte de nós mesmos, tão grande é a sintonia que passa a existir entre elas e o dial de nosso rádio vital.
Naqueles inícios de 1959, saído há pouco do seminário, na isolada Santana de Conceição da Barra, Jonas Khols, um amigo de adolescência, me falou que estava estudando num ginásio(escola) recém-fundado na ‘Barra’ por Juiz de Direito novato na cidade, o qual estava procurando uma pessoa para dar aula no curso preparatório de ‘Admissão ao Ginásio”; no dia seguinte, pela manhã, fomos achá-lo com suas crianças na praia. Ganhei meu primeiro emprego; com 19 anos; cheio dos medos das retas e das esquinas, já podia conseguir algum recurso para subsistir.
Quis a sina que eu saísse logo após, para ir lecionar noutro Ginásio (Paroquial) fresquinho criado pelo Áureo Kaniski em São Domingos(do Norte); foi tão repentina a guinada que nem fui comunicar meu desligamento do compromisso assumido; por 3 meses eu tinha trabalhado com o Renato; qual não foi minha boa surpresa quando recebi pelo correio um envelope transparente contendo cédulas semidobradas como pagamento de um desempenho fugaz e inesperado.
Foi mais um momento que imprimiu em mim uma grande admiração por aquele caráter. Irei reencontrá-lo em Colatina; no pouco tempo que lá esteve, levou um curso sobre a história do rio Doce e outros assuntos para nós alunos nem tanto interessados da FAFI-COLATINA; me lembro de alguns palestrantes: Nelson Abel de Almeida, Ângela de Biase, Augusto de Carvalho. Recém-casados, Telma e eu tivemos o prazer de receber em nossa casa a visita de sua esposa acompanhada da esposa do Dr. Guilherme dos Santos Neves.
Ao longo de toda essa interação, sempre e sempre mais, recebi de Renato uma grande lição de amor pelo conhecimento da história regional e pessoal; parecia que o homem tinha uma empatia individual e abrangente do meio em que a pessoa vive; esta ligação com o ambiente acabou se consubstanciando na minha admissão no quadro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, que ele tanto abrilhantou; e mais ainda: quis o destino que eu fosse distinguido com medalha que tem o seu nome; um auge daqueles que acontecem imponderavelmente em nossos roteiros, e que só podem ser creditados à máxima do ‘poetinha’: ‘A VIDA É A ARTE DO ENCONTRO’.
Autor: Altair Malacarne - membro do Instituto Histórico e Geográfico do ES
Fonte: Postado no Facebbok em 18/06/2012
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2012
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