Esta nossa ilha do alto
Verão. Manhã de domingo. Velha aspiração de conhecer vitória, e arredores, de avião. Desejo de praticar a fotografia aérea, iniciada há trinta anos, em nossa capital, pelo Serviço Naval, como comprovam números antigos de Vida Capichaba, e continuada por um punhado de fotógrafos, entre os quais destacamos Hugo Musso, com dois flagrantes de rara felicidade.
O teco-teco de nosso Aeroclube vai partir. Convite amável do instrutor Monteiro, e eis-nos, câmera a postos, prontos para levantar vôo.
Que dá medo, dá... Mas vale a pena.
Aqui o Convento da Penha! A primeira foto, que não publicamos, foi tirada quase dentro do templo, após uma reviravolta do aparelho, e um frio no estômago do fotógrafo. A outra aí está – o venerável Convento em toda a sua glória, guardião de nossa terra e de nossa gente.
Depois da prova do dinamismo do capixaba, e do esforço ciclópico de seu governo – Bento Ferreira e a Esplanada da Capixaba passam diante de nós rapidamente, em visão magnífica.
E o Centro da cidade aparece, a seguir, depois da curva do Forte de São João, estrangulando em sua vontade de progresso, conseguindo o que deseja, subindo talvez Nova Iorque do sul no futuro núcleo quatricentenário, agora galvanizado pelo ideal de progredir. O leitor dirá que se o fotógrafo foi feliz em sua investida pelos ares.
Mais não fez nosso enviado especial às nuvens.
Nesta altura dos trabalhos a máquina já disparava sozinha. E as chapas seguintes, frutos de um cameraman tonto, suado e trêmulo, por surrealistas, foram recusadas pelo nosso Dr. Pimenta.
E não contem mais com o GSN para fotografar esta ilha... do alto.
Fonte: História Popular do Convento da Penha
Autor: Guilherme Santos Neves, Vitória/2008. Ano 450, aniversário da chegada de Frei Pedro Palácios ao Espírito Santo
Nota: GSN - Iniciais de Guilherme Santos Neves
Coopilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2012
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