A História do Jornal O DIÁRIO
Dos jornais diários que circularam e desapareceram no Estado, dois merecem ser citados: O Diário e Folha Capixaba. Como acontecia então, foram criados para representar correntes políticas e defendê-las. Como era comum, sobretudo e principalmente durante as épocas de instabilidade política, desapareceram.
O Diário existiu durante 25 anos, de 1955 a 1980. A Folha Capixaba, durante 19 anos, de 1945 a 1964, exatamente durante 19 anos, de 1945 a 1964, exatamente durante duas ditaduras: a do Estado Novo e a do golpe militar de 1964. Como era ligado ao Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, sua morte foi uma das primeiras medida dos golpistas.
O DIÁRIO
O Diário foi fundado para representar os interesses do Partido Social Democrático, o PSD, em 1955. Os membros desse partido compraram do extinto Folha do Povo e passaram então a rodar o novo matutino que era de oposição ao então governador Francisco Lacerda de Aguiar, o Chiquinho. Mas por pouco tempo. Em 1955, sofrendo de falta de verbas, ele seria comprado pelo empresário carioca Mário Tamborindegui, que atuava no setor de estradas. E passou a ser ardentemente pró Chiquinho.
O jornal combatia tudo o que era contrário ao governador. Principalmente os caciques políticos Carlos Fernando Monteiro Lindenberg e Jones dos Santos Neves. Fazia então a defesa do PSD. Em determinado momento o próprio Lacerda de Aguiar adquiriu o jornal e, para não aparecer à frente dele, passou-o para o seu filho Renato de Aguiar e a Setembrino Pelissari, à época um jovem advogado que militava na área jovem da União Democrática Nacional (UDN). Nessa ocasião, o jornalista Plínio Marchini foi contratado para dirigir O Diário. Mas, mesmo com a ação de ataque do jornal, Carlos Lindenberg foi eleito governador em 1958. E Marchini voltou contra ele sua metralhadora giratória:
“O Sr. Carlos Lindenberg é diretamente responsável por tudo quanto tem acontecido de violência policiais, durante seu Governo. Da sua inspiração política, dos exemplos de perseguição que tem dado, da proteção que está dispensando a esses belenguis policiais – de tudo isso é que nasce e se revigora o clima de terror e de morte.”
Com a chegada da ditadura militar, Edgard dos Anjos assumiu o jornal. Ele então era tido como esquerdista, um adjetivo que não cabia em seu figurino. Num tempo em que o jornalismo era feito essencialmente por textos, O Diário contratou fotógrafos e começou a dar valor às imagens. Também foi ele quem inaugurou o jornal vespertino no Estado, quando era dirigido por Cláudio Bueno Rocha. De experimentação por excelência, o diário da Rua 7 de Setembro notabilizou-se justamente por ter ficado à frente das inovações.
Também foi ele o primeiro – e talvez um dos únicos – jornal do Estado a dar amplia liberdade aos jornalistas para exprimirem suas idéias, o que não existe ainda hoje. E, talvez por causa disso, muitos trabalhavam lá sem se preocupar com a remuneração, que não era grande nem sequer constante em algumas ocasiões.
25 anos depois de sua fundação, pressionado por problemas financeiros insolúveis, o jornal fechou. Na época, era de propriedade do advogado José Maria Ramos Gagno. Na ocasião, ele explicou o fechamento dizendo que inadimplências de dez anos com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Previdência Social mataram a empresa, embora, quando ela fechou, dela dependessem ainda 64 famílias, como atesta Ramos Gagno.
Fonte: Revista a'angaba AnoI - Número 02 - dez/2008, publicação da Associação Espírito Santense de Imprensa (AEI)
Compilação: Walter de Aguiar Filho que pesquisou no Instituto Histórico e Geográfico do ES, do qual é membro - agosto/2011
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