A Revolução de 30
Quando estalou o movimento revolucionário de 1930, achava-se à frente do governo estadual o presidente Aristeu Borges de Aguiar, que se empossara aos trinta de junho de 1928.
Tendo apoiado a candidatura Júlio Prestes, o situacionismo capixaba continuava solidário com o presidente Washington Luís e, dentro das suas possibilidades, enfrentou os que pegaram em armas contra a legalidade.
As circunstâncias em que se desenvolveram os acontecimentos no âmbito nacional e a vizinhança do Estado de Minas – cujo governo chefiava a Revolução no centro do país – tornaram difícil a posição do executivo espírito-santense.
Tendo distribuído a Milícia por diferentes setores do território estadual para combater os revolucionários e faltando-lhe o apoio absoluto do comandante da Guarnição Federal, o governo se viu impossibilitado de organizar a defesa da Capital, ameaçada pelas colunas do coronel Otávio Campos do Amaral, chefe das forças revolucionárias em operação no Estado.
Afinal, a dezesseis de outubro, pela manhã, o presidente embarcou em um cargueiro italiano,(48) que se encontrava no porto, e seguiu para o Rio de Janeiro, abandonando o cargo.
Na ausência do vice-presidente, foi chamado a governar o presidente do Congresso – Antônio Francisco de Ataíde – sucessor imediato, de acordo com a Constituição.
Duas ou três horas depois, apresentou-se em Palácio, assumindo o governo, o coronel José Armando Ribeiro de Paula – comandante do 3.º Batalhão de Caçadores – nomeado interventor federal por decreto do presidente da República.(49)
Na noite de dezoito, as tropas revolucionárias entraram na Capital.
Também o coronel Ribeiro de Paula abandonara o governo quando se viu desamparado pelos soldados do 3.º B .C., que aderiram à Revolução.
No dia seguinte – dezenove – o chefe revolucionário deu posse à Junta Governativa, constituída por João Manuel de Carvalho, capitão João Punaro Bley e Afonso Correia Lírio.(50)
Nomeado por decreto do Governo Provisório, de quinze de novembro de 1930, o capitão João Punaro Bley empossou-se no cargo de interventor federal no Estado, a vinte e dois daquele mês e ano.
NOTAS
(48) - Denominava-se Atlanta.
(49) - O decreto fora lavrado no dia dezesseis de outubro de 1930 e rezava, nos seus considerandos: “que o Estado do Espírito Santo está em guerra civil desencadeada pelo Estado de Minas Gerais, tendo já havido invasão de forças militares do Estado de Minas Gerais no território do de Espírito Santo; considerando que é indispensável pôr termo à guerra civil referida...”
(50) - Num gesto ocioso, o Congresso Estadual reuniu-se a vinte e dois de outubro e decidiu destituir o Sr. Aristeu Aguiar do cargo. “Por ter abandonado a Presidência”, informa OSWALDO POGGI, acrescentando: “Essa destituição fora votada por treze Deputados. Houve um Deputado que lhe deu voto contrário. Oito ou nove estavam ausentes. Havia duas ou três vagas” (História Regional, 37).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, setembro/2017
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