A urbanização do Centro – Por Cristina Dadalto
"O Centro de Vitória não é apenas memória. É, sobretudo, atração à primeira vista para quem tem olhos de ver. A cúpula do Teatro Carlos Gomes, o antigo Cais do Minério, os pescadores da beira-mar, o viaduto, as solitárias palmeiras imperiais da igreja do Rosário, o apinhado de casinhas no morro que valeram a Vitória o apelido de Cidade Presépio, está tudo lá. O Centro, repito, não é apenas um monte de lembranças. É um conjunto de belezas, em plantão permanente, à espera de cada olhar."
Marcos Alencar - Depoimento à Campanha Revitalização do Centro de Vitória.
Abrigada entre a baía e o maciço central da ilha, Vitória era, no princípio, envolvida por braços de mar que formavam mangues. Para crescer foi sendo aterrada no sentido leste—oeste.
Do lado oeste, ficava o mangue do Campinho (Parque Moscoso). Ali, nas proximidades do atual Centro de Saúde, encontrava-se o Cais de São Francisco, utilizado pelos padres do Convento São Francisco. A leste, ficava a Prainha (Praça Costa Pereira) — assim chamada porque o mar batia nas rochas do forte São Diogo e no Porto das Lanchas. Posteriormente, com a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, passou a ser conhecida como Largo da Conceição. A capela demolida em 1894 deu lugar ao Hotel Europa.
"Já em 1888, esse espaço da cidade estava totalmente aterrado e recebera a denominação de Largo da Costa Pereira; era o local onde os moradores próximos organizavam as concorridíssimas festas juninas. Entre 1922 e 1924, as modestas casas que formavam os becos General Câmara e São Manoel e a Rua do Sacramento foram desapropriadas e a praça ampliada, calçada e ajardinada" - Janes De Biase Martins, Vitória - Trajetórias de Uma Cidade.
O Centro de Vitória passaria por sua maior transformação na década de 1920, com a valorização da lavoura do café. A Avenida Capixaba começou a ser construída (onde hoje se localiza o edifício Glória foi cravada a estaca zero), sendo necessária a destruição das ruas Cristóvão Colombo e Pereira Pinto, dos prolongamentos da Rua do Sacramento e dos becos São Manoel e General Câmara. Em 1948 as Avenidas Capixaba e Jerônimo Monteiro passaram a ser conhecidas somente como Avenida Jerônimo Monteiro.
Segundo Janes De Biase Martins, a Avenida Jerônimo Monteiro é hoje a vitrina que mostra as duas grandes rupturas arquitetônicas de Vitória. A primeira ocorrida no início do século XX, quando o estilo eclético procurava negar o passado colonial. E a segunda, a partir da década de 60, quando edifícios de vários andares passaram a ocupar seus quarteirões.
Florentino Ávidos elaborou o Plano de Melhoramento da Capital, de 1920 a 1928, visando tornar a cidade mais confortável. As ruas estreitas do Centro foram alargadas, retificadas, drenadas e pavimentadas. As linhas de bonde foram duplicadas e estendido o seu trecho de ação. Foram construídas escadarias de acesso à Cidade Alta, além de praças e jardins. A primeira seção do porto foi praticamente concluída, Foram edificados os prédios da Escola de Artes Fafi e o Teatro Carlos Gomes, por André Carloni.
O traçado colonial da Cidade Alta foi alterado somente em 1935. Naquele período foi construída, a Praça da Catedral, o alargamento e a retificação das Ruas São Francisco, Francisco Araújo, Moniz Freire, José Marcelino, Ladeira Professor Baltazar e Cerqueira Lima. A Rua Dionísio Rosendo foi aproveitando o antigo traçado da Rua das Flores. Também foi aberta a Rua Pedro Palácios.
Na década de 50 o crescimento de Vitória acelerou. A administração do Porto erguia o armazém IV, foram aterradas a Esplanada Capixaba e os mangues entre o Forte de São João e Bento Ferreira.
Fonte: Centro de Vitória, Coleção Elmo Elton nº2 – PMV, 1999
Texto: Maria Cristina Dadalto
Fotos: Judas Tadeu Bianconi
Compilação: Walter de Aguiar Filho,agosto/2020
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo