Apelidos de moradores de Vila Velha - Anos 30 a 50
ALICATE – Amintas alicate, residiu em Vila Velha e era assim apelidado devido as suas pernas serem arqueadas o que fazia lembrar o alicate. Foi um dos rapazes que tomavam o bonde andando em qualquer velocidade e também saltava do estribo do bonde como quisesse, isto é de frente ou de costas no sentido contrário da direção seguida pelo bonde. Excelente pessoa e muito bem quista por todos que o conheceram.
ALFINETE – João alfinete foi um dos catraieiros que residiram entre Aribiri e o bairro da Glória. Bastante requisitado pelas pessoas que atravessavam a baia Paul/Vitória/Paul por ser considerado um dos melhores. Também ele foi um dos primeiros a usar o bote a motor a serviço da Capitania. O ponto do bonde ficava longe da sua residência e o motorneiro reduzia a velocidade para ele agilmente saltar.
ALUMÍNIO – O alumínio trabalhou no curral do conselho de animais apreendidos nas vias públicas. Ele, um negro que reluzia quando estava suado parecendo o reluzir da folha de alumínio. Nunca ligou para o apelido.
ABANA C.... – O abana c....era um pipoqueiro e era assim conhecido, porque ao girar a manivela da pipoqueira com uma mão, a outra atrás do corpo começava também a girar.
ASSASSINO – Djalma assassino era assim chamado pelo seu futebol.
BAMBU – Jose bambu, o seu nome assim o diz. Ótima pessoa, trabalhou no Antenor Braga e era conhecido por todos.
BOLINHA – bolinha foi assim apelidado pelos soldados que serviram no seu tempo. Seu nome primeiro deixo de divulgar para evitar constrangimentos.
BESTA CEGA – besta cega, trabalhou no antigo matadouro e por ter um problema visual recebeu este apelido. Seu nome certo começa com a letra Q.
BACURAU – bacurau, como o nome indica pertenceu a dois irmãos que saiam ao entardecer, sei que as iniciais dos nomes eram A ... e ... B.
BACO-BA-BACO – Maria baco-ba-baco, era uma pessoa muito simples, e, quando a gente a encontrava dizia: Maria baco-ba-baco e ela respondia: baco-baco.
BABÃO – fulano babão, morava em Aribiri e era pedinte e estava sempre babando, não sei se ele aceitava o apelido, mas todos o conheciam assim.
BUSTRICA – bustricaera conhecido de todos. Trabalhador honesto, porém, gostava de um bom gole. Por diversas vezes o presenciei oferecendo um trago aos presentes dizendo: quem quer tomar uma bustrica? E virando para seu Manoel mineiro dono da venda falava: bota ai uma bustrica!
BUNDA RETA – Elias bunda reta, falecido neste século foi bastante conhecido por três gerações, pessoa simples e querida.
BEIJA FLOR – Floriano beija flor foi condutor (cobrador) de bonde até se aposentar. Trabalhou na prefeitura no primeiro mandato de Américo Bernardes. Tenho-o visto sempre na feira da Glória nas quintas feiras. Está bastante idoso e não me reconhece.
BAIACO – J. ... Baiaco foi jogador de futebol nos velhos tempos do Atlético Futebol Clube e como era costume quase todos tinham apelido.
BRACAIÁ – Júlio bracaiáfoi um dos antigos pedreiros de Vila Velha. Chegou a ser nosso vizinho por alguns anos e não sei se aceitava o apelido.
BARRICA – M. ... barrica, amigo de todos, sempre alegre, gostava de frequentar o bar do Salvador e junto com uma boa turma matava a barata (jogar dominó) enquanto fazia gozação ao perdedor.
BIGODÂO – A. ... bigodão, trabalhava nos correios e era um craque no futebol. Jogou por longo período no Clube Americano de Vitória. Faleceu antes da terceira idade.
BOZEIRA – Z. ... bozeira, era assim chamado por ter durante uma pescaria a noite, em Inhoá confundiu o peixe com um cag ... que estava na rede.
BAIANO – Osvaldo baiano era o seu apelido devido sua fisionomia parecida com nordestino.
BONZÓ – P.bonzó recebeu o apelido não sei por qual motivo, talvez, quando moleque ainda jogava pelada.
BEM-TE-VI – M. bem-te-vi, recebeu este apelido quando começou a trabalhar como condutor de bonde.
CABEÇÃO – cabeção, também trabalhou nos bondes como condutor e recebeu este apelido pela sua formação craniana.
CABRITA – Alberto cabrita,foi do meu tempo e nunca chamei ninguém pelo apelido.
COCADA PRETA – O. cocada preta, conhecido por todos do meu tempo.
CATE-CÔCO – A. cate-coco, morador de Manchabomba, herdou o apelido cate-coco do seu pai.
CAPENGA – fulano capenga, por ter uma perna mais curta que a outra receberam este apelido um motorista (Demost ...) morador na Rua Cabo Ailson Simões e outro meu contemporâneo (Zé), morador próximo aogrupo escolar Vasco Coutinho.
CAMBOTA – W. cambota, foi funcionário da PMVV e exímio tocador de Banjo e Violão, tinha as pernas bastante arqueadas e quem assim era, recebia o apelido “cambota”.
CULOTE – D. culote, era filho de lavadeira, e ganhou um culote de um militar e ao usá-lo recebeu este apelido.
CORUJA – Z. coruja, de família numerosa de VV, pela maneira de prestar atenção ganhou este apelido.
COTROCO – J. cotroco, logo cedo recebeu este apelido e foi pelo seu jeito de andar.
CAPIAU – J. capiau, pela sua maneira de ser simples.
CURIÒ – J. curió, por ser negrinho de olhos muito branco.
CORINGA – A. coringa, talvez por uma modinha de carnaval muito cantada.
CAMELO – A. camelo, apelido de um político famoso de VV.
CANGURU – A canguru, parceiro e amigo do A. camelo.
CAPACETE – espoleta, capacete e espingarda, irmãos moradores de Inhoá e exímios jogadores de futebol no tempo dos clubes “Vasco Coutinho” e “Vila-Velhense”.
CHIM-CHIM – A. chim-chim, irmão de A. orelha de burro.
CACHIMBAU – A. cachimbau, naquele tempo era chamado de mendigo quem pedia esmolas e ele era um deles.
CHUPETA – R. chupeta, era filho de um senhor que fabricava balas em forma de chupeta e o R. era o vendedor.
CAVALO DE FERRO – J. cavalo de ferro, trabalhava no concerto de todos os tipos de relógios.
CAMBUCIRA – M. era uma senhora que catava restos de galhos e gravetos nas ruas e os levava para acender o fogão em casa.
CARNE SÊCA – W. carne seca, por ser bastante magro. Nome passado de pai para filho.
CIDADE DA TOCA – F. cidade da toca, disse que morava na cidade da toca e recebeu o apelido.
COBRA D´AGUA – P. cobra d´agua, foi empregado de Gil Bernardes.
CARRITILHA – Alcides carretilha, gostava de acender fogos do tipo carretilha nas festas juninas, daí o nome.
CERVEJA – H. S. cerveja, porque era viciado numa lourinha (cerveja).
CASTRADO – Ailton castrado, por ser baixinho e gordinho.
CENTER ALF – center alf, era um beberrão que ao andar puchava e jogava uma das pernas para a frente parecendo jogador de defesa.
COCÔ – W. ou D. cocô, foi vereador e ótimo amigo.
CALUNGA – A. calunga, trabalhou no cine Continental em VV.
CATICIRA – L. M. caticira, família antiga de VV. Não sei porque “caticira”.
CHUTE – R. chute, padeiro da padaria de Abílio Gueiros.
C. DE PANO – F. c. de pano, era gordinho e usava calça folgada, daí o apelido.
CABORÉ – caboré, era pai de um dos barbeiros de VV e seu nome era devido as suas orelhas.
CATUCA – catucaera filho de seu Amazonas.
CAPANEMA – A. Capanema, foi empregado de Antenor Braga e um dia enfrentou uma luta de box com o “Pantera Negra”.
CATARREIRA – M. catarreira, tinha sempre o nariz escorrendo.
CHICO VOVÔ – F. chico vovô, era assim conhecido e se acostumou com o apelido.
CHORÃO – C. chorão, vive e mora em Manchabomba.
CARNEGÃO – D. carnegão, era policial civil.
CURIÓ – J. curió, era assim conhecido porque gostava de assobiar e sua cor ser negra.
DEIXA QUE EU CHUTO – M. deixa que eu chuto, era empregada e quando andava ativa uma das pernas como se fosse dar um chute.
DOUTOR RAIZ – doutor raiz,era o apelido do morador da praia da Sereia, também chamado de João Rita.
DUM-DUM – José dum-dum, era bombeiro hidráulico e antes trabalhou na feitura de tamanco do senhor Jose Bernardino.
FEIJOADA – A. feijoada, era goleiro e seu perfil farto e sua cor negra lhe deram o apelido.
FRUTA PÃO – fruta pão, era um rapaz de fisionomia anêmica tendo a pele áspera, daí o apelido.
GURUÇA – F. guruçá, filho de um desembargador, era russo e por isso foi chamado de gurucá.
GOIAMUM – P. goiamum, era branco e tinha os olhos azuis.
GRANDE – J. grande, vigia da praça de VV e pelo seu porte ficou conhecido assim.
GARAGE – Amilton garage, meu conhecido e não sei porque o apelido.
GAROUPA – O – garoupa, tinha os olhos bem abertos tal qual o peixe do mesmo nome.
GAMELÃO – R. gamelão, quando chegou a VV já veio com o apelido.
GOGÔ – C. gogó, funcionário público, sempre foi assim apelidado.
GALO CÉGO – galo cego, por ser cego de uma vista. Era fiscal de bonde.
JAPECANGA – A. japecanga, vendedor de doces em VV.
LAMPARINA – Waldemar lamparina, recebeu o nome ao seu ofício.
MARÉ MORTA – Am. Maré morta, morador de Inhoá tentou arborizar as ruas de VV no governo de Américo.
MILHO VERDE – A. milho verde, companheiro fiel dos alfaiates, José Gava e Alcides Souza. Devido seus cabelos amarelo-sarará lhe provocou o apelido.
MIUDO – Ch. Miúdo, era pequeno e muito querido em VV.
MALCRIADO – D. malcriado, não deixava nada para trás sem responder.
MEIO QUILO – meio quilo, empregado do p. José era conhecido pelo apelido devido a sua estatura.
MATEMÁTICA – J. matemática,também era conhecido como J. puchada.
MARIA BONITA – Pescador da Praia da costa, conhecido como Maria Bonita.
MOSQUITO – A. mosquito, era atleta de baixa estatura, sempre alegre, gostava de cantar na época as emboladas de Manoelzinho Araújo
MINGAU – mingau, pedreiro que trabalhou com Demir e seu Barros.
MOTORZINHO – E. motorzinho, era um jogador de futebol que jogava na meia ou ponta direita e quando dava a arrancada parecia que tinha um motor, tal sua velocidade.
MAGRELO – C. magrelo, ponta no jogo de futebol; sua peculiaridade era a destreza nos dribles e o apelido era o seu porte físico.
ORELHA DE BURRO – D. – orelha de burro, tinha orelha de abano.
PERU – A. peru, era branco e seu rosto sempre vermelho.
PAPADA – M. papada, de fato abaixo do queixo ligado ao pescoço havia bastante carne.
PAVÃO – A. pavão, era uma pessoa alegre e sempre risonha, não sei o porquê do apelido.
POLENTA – F. polenta, trabalhou de garçom no clube Olímpico e trabalhava de carroceiro.
PÃO DORMIDO – M. pão dormido, era assim conhecido porque era frequentador das padarias pedindo um pão dormido. Exemplo: Seu Abílio me Dá um pão dormido?
PORCA RUSSA – porca russa, como quase todos que trabalharam nos bondes em Vila Velha
PORCÃO – A. porcão, era assim chamado porque diziam que possuía três grãos.
Pé – pé sujo, músico, tocava clarinete e alegrava os bailes de VV.
PUÃ – E. puã, tinha o polegar com dois dedinhos.
PINGUIM – G. pinguim, trabalhou muito com bovinos.
PÉ DE FERRO/CHUMBO – J. pé de chumbo, no jogo de futebol seu pé era pesado.
POEJO – J. poejo, era assim conhecido o rapaz.
PELOTA – J. pelota, exímio jogador de futebol recebeu este apelido pelos colegas de esporte.
PEITO DURO –F. peito duro, padeiro de Abílio Gueiros.
PEIDOCA – J. peidoca, pedreiro, trabalhou com seu Nequinho.
PIQUIRA – M. piquira, muito franzino e por isso, assim foi apelidado.
PEIXINHO – J. peixinho, do meu tempo e não sei por que o apelido.
PÃO CORTADO – V. pão cortado apelidado pelos colegas da Prainha.
PITIU – V. pitiu, vila-velhense de fato, morreu prematuramente em Salvador Bahia.
QUINZE ANOS – D. quinze anos, morreu recentemente e aceitava o apelido.
ROLINHA – M. rolinha, brigava quando assim alguém gritava o seu apelido.
RELACHADO – N. relaxado, quando foi para o exército assim foi apelidado.
TIZIU – J. tiziu, pássaro negro que grita seu nome ao saltar e cair no mesmo ponto e o J era bem negro.
VENTANIA – A. ventania, era meu conhecido e não sei porque o apelido.
VIÚVA – Padre José, apelidado por viúva, virava uma fera quando a molecada assim o chamava, sempre de muito longe e se escondendo.
ZURETA – M. zureta, era assim conhecido por dizerem ser ele de fato um pouco zureta. Era um grande jogador e seu chute na bola era muito violento.
Por: Edward Alcântara - Fundador da Casa da Memória de Vila Velha
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