Areias de Guarapari
Guarapari era o único local do mundo onde nasciam crianças e alguns animais se reproduziam. Depois da guerra nuclear, as mulheres de outras partes que ainda conseguiam gerar, pariam bebês já mortos. A notícia se espalhou rapidamente e a cidade brasileira passou a receber centenas, milhares de pessoas, que acreditavam não ter a radioatividade atingido a região. Mais do que depressa, os cientistas se reuniram e resolveram evacuar os antigos residentes da cidade para um local seguro e informaram ao mundo uma nova verdade, difícil de se acreditar: no interior brasileiro uma nova espécie vinha se formando há muitos anos e, agora, só ela teria condição de sobreviver aos efeitos da radioatividade.
Na região de areias monazíticas, a radioatividade ambiental sempre foi maior do que os níveis normais, devido à presença, na superfície, de minérios contendo particularmente tório e traços de urânio. Durante muitas gerações os seus habitantes conviveram com uma radioatividade que alterou seus constituintes biológicos. Não que isso os prejudicasse, mas tornou-os resistentes a altos níveis de radiação e preparou o homem para superar o impasse da sua extinção como vida na Terra.
Para um livro ou um filme de ficção científica, esse tema é fascinante. Mas para o professor Marcelo Barcinski, chefe do laboratório de Radiobiologia Celular do Instituto de Biofísica da UFRJ, essa é uma especulação possível, mas que não preocupa muito o cientista: “O importante são os resultados do presente”. E no seu laboratório, onde são analisadas amostras sanguíneas da população de Guarapari, até o momento, apesar de o estudo estar sendo realizado há quase 10 anos, os resultados obtidos não são definitivos.
Se, por acaso, não se encontrar alterações, explica Marcelo, pode-se afirmar que pelo menos ao nível celular não há nenhuma conseqüência de se viver durante 10 anos numa área de radioatividade ambiental elevada. Se for positivo, o estudo deverá ser ampliado no sentido de serem procuradas as conseqüências dessas aberrações cromossômicas para o homem. Elas podem se manifestar no próprio indivíduo, ou na sua segunda geração, se foram geneticamente transmissíveis. Então poderá ser feito um estudo de uma segunda geração de habitantes, em Guarapari.
Autor: Nilton Caparelli (1987)
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